Esporte

Final da Superliga B coloca vôlei goiano no holofote

Wesley Costa
Henrique Batagim (E), Matheus Martins (C) e Rodrigo (D) atuam pelo Goiás Vôlei

O vôlei goiano viverá na noite desta quarta-feira (23) um momento único e especial. Saneago/Goiás Vôlei e Neurologia Ativa, dois clubes goianienses, disputam, em jogo único, quem ficará com o inédito título da Superliga B masculina. A partida decisiva será no ginásio Goiânia Arena, a partir das 20 horas.

(Confira, no fim do texto, onde assistir e informações de ingressos)

Os lados esmeraldino e azulino não escondem o momento de felicidade por fazerem parte da primeira final de clubes goianos na competição nacional. Motivação e sintonia foram criadas pelas equipes e cresceram ao longo das campanhas dos clubes na Superliga B.

Desde a 1ª rodada da fase de classificação, em janeiro, Goiás Vôlei e Neurologia Ativa quase sempre ocuparam as duas primeiras colocações da tabela. Com o passar dos jogos, representantes das equipes viram que seria possível que as duas conquistassem o principal objetivo, que era o acesso. Deu certo com a classificação do time esmeraldino sobre o Brasília Vôlei e do avanço azulino após superar a Rede Cuca-CE. Agora, resta saber quem ficará com a taça.

“O Estado e a cidade têm que entender que este feito é único e entrará para história do esporte. Não foi fácil chegar até aqui. Nós trabalhamos muito e superamos inúmeras dificuldades para viver este momento”, comentou o técnico da Neurologia Ativa, Derivaldo Mota.

Uma curiosidade que conecta as equipes é que elas surgiram entre 2018 e 2019. Parcerias foram criadas e desfeitas ao longo dos anos, e conquistas passaram a surgir nas trajetórias de Goiás Vôlei e Neurologia Ativa.

A equipe esmeraldina se tornou, na temporada 2021/22, o primeiro clube goiano a disputar a Superliga A. Na época, a vaga pertencia ao JF Vôlei-MG, que desistiu de competir na elite. A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) convidou o extinto Anápolis Vôlei, que teve projeto transferido para Goiânia com parceria com o Goiás.

O clube foi rebaixado na ocasião e, agora, poderá retornar À elite em 2024/25. “Os meninos se entregaram e evoluíram muito durante a trajetória. Lembro do começo da temporada, todo mundo magro, não conseguia atacar forte e hoje sobem e arrebentam a bola. Foi uma evolução como grupo em nove meses, com muito crescimento técnico. Isso refletiu em quadra para suportar jogos pesados”, comentou o ponteiro e destaque do Goiás Vôlei, Henrique Batagim.

No mesmo ano em que o Goiás Vôlei jogava na elite pela primeira vez, a Neurologia Ativa conquistava o título da Superliga C. Na temporada seguinte, o clube bateu na trave do acesso (foi semifinalista) e agora estará entre os 12 melhores do vôlei nacional pela primeira vez.

Representantes das equipes goianas esperam jogo equilibrado. Na fase de classificação, o Goiás Vôlei venceu a Neurologia por 3 sets a 1.

“O equilíbrio será mantido, pois os times estão em alto nível de desempenho e chegaram onde chegaram por méritos. Procuramos estudar cuidadosamente o jogo do Goiás, identificar pontos fracos e encontrar maneiras de explorá-los”, avisou o técnico Derivado Mota.

“Vamos manter nossa mentalidade forte e determinada, acreditando na nossa capacidade de vencer e manter o foco. Vamos minimizar os erros e aproveitar as oportunidades que surgirem. Temos que estar preparados para fazer ajustes táticos conforme necessário. Com coesão e comunicação entre os nossos jogadores e procurando trabalhar juntos, alcançaremos o objetivo comum de conquistar o título”, completou o treinador da Neurologia Ativa.

O mando de quadra é do Goiás Vôlei, que é o detentor da melhor campanha da Superliga B com 13 vitórias e uma derrota, contando as fases de classificação e eliminatórias. A Neurologia aparece na sequência com 11 vitórias e duas derrotas.

Por ter mando de quadra, o Goiás Vôlei terá maior presença de ingressos. São 10.289 lugares disponíveis no Goiânia Arena, sendo 80% dos bilhetes destinados para a torcida esmeraldina e o restante, 20%, para a Neurologia Ativa.

“Chegou um momento na temporada que nós percebemos que estávamos falando a mesma língua na quadra. O entrosamento passou a ser no olhar. Construímos uma confiança que foi primordial para a gente. Essa sintonia também ocorreu com a torcida. Até ouso falar que o entrosamento entre nós tem parte dos torcedores, eles nos passam muita energia”, contou o central do Goiás Vôlei, Rômulo.

Goiás Vôlei ou Neurologia Ativa se juntará ao Montecristo como equipe campeã da Superliga B pelo Estado de Goiás. O extinto clube foi campeão nacional em 2013, mas, por causa de apoio financeiro, levou o projeto para Minas Gerais e não disputou a Superliga A por Goiás.

Em 1973, times goianos decidiram outro torneio nacional, mas no basquete

Goiás Vôlei e Neurologia Ativa fazem final inédita na Superliga B, mas não são os primeiros representantes do Estado que disputam, entre eles, uma decisão nacional. Em 1973, os times de basquete do Vila Nova e Jaó decidiram o Torneio Ivan Raposo. O time colorado venceu o jogo único na final por 87 a 62 e ficou com o título.

A histórica partida foi disputada no dia 15 de setembro de 1973, no lendário ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

O Vila Nova começou “a partida jogando na base do abafa e o Jaó tinha velocidade”. Aos poucos, o time colorado cresceu no duelo e administrou a decisão. “Fausto (Giannecchini, ex-armador) se transformou no grande homem da partida”, registrou a reportagem.

O Vila Nova criou o projeto de basquete em 1972, mas só no ano seguinte teve suas primeiras conquistas. Além do Torneio Ivan Raposo, o Tigre foi campeão goiano, após bater o Goiânia por 112 a 20.

Ainda em 1973, o time colorado ganhou a Taça Brasil, que na época era equivalente ao Campeonato Brasileiro. O Vila Nova superou os paulistas do Trianon por 59 a 55. A equipe ainda participou do Sul-Americano (sem inscritos, clube foi declarado campeão) e foi 3º lugar no Mundial antes do fim do projeto, já em 1974.

INGRESSOS E ONDE ASSISTIR

Final - Superliga B
Jogo: Goiás Vôlei x Neurologia Ativa
Local: Goiânia Arena
Horário: 20 horas
Onde assistir: Sportv 2

Ingressos
Cadeira Verde: esgotados
Cadeira Azul Goiás: 40 reais (meias estão esgotadas)
Arquibancada Goiás e Neurologia Ativa: 30 reais (inteira) e 15 reais (meia)
Cadeira Azul Neurologia Ativa: 40 reais (inteira) e 20 reais (meia)
Meia: camisa do Goiás ou da Neurologia, camisa azul e para torcedores que doarem 1kg de alimento não perecível
Bilheteria no ginásio: a partir de 18 horas
Venda on-line: ingresso.goiasec.com.br

@fitacrepe
Léo Alexander, ponteiro da Neurologia Ativa, em jogo pela semifinal da Superliga B
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