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Suspeito de matar policial aposentado em Goiânia ligou para avisar do crime

Reprodução / TV Anhanguera
Câmeras de segurança captaram o momento em que João do Rosário é baleado pelo genro

Felipe Gabriel Jardim, suspeito de matar o policial civil aposentado João do Rosário Leão, de 62 anos, no fim da manhã desta segunda-feira (27), em uma farmácia no Setor Bueno, avisou minutos antes que cometeria o crime. “Ele me ligou, falou que ia matar meu pai, e eu fui correndo atrás do meu pai”, disse Kennia Ianca, que era namorada do suspeito e filha da vítima, em entrevista na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH).

Rosário havia registrado uma ocorrência contra o genro no início da manhã, por ameaças que teria recebido no fim de semana. Kennia Bianka, outra filha do aposentado, estava com ele na farmácia. “Ele (Felipe) chegou gritando: ‘Você acabou com minha vida’”, contou Kennia Bianca, na DIH.

Imagens de câmeras de segurança mostram quando Gabriel Felipe se aproxima, às 11h01, e dispara o primeiro tiro. Depois, salta sobre o balcão e atira novamente. “Meu pai caiu aos meus pés”, afirmou Kennia Bianka, que está grávida.

Rosário foi socorrido e levado em uma maca, empurrada por policiais e enfermeiros pela Avenida T-4 até um hospital particular que fica do outro lado da rua. Após os primeiros socorros, foi levado ao Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), onde morreu.

Na DIH, Kennia Ianca disse que o namorado havia ligado quando soube que Rosário havia registrado uma ocorrência contra ele. “Eu peguei o carro e fui para lá, mas meu pneu furou na hora e eu não consegui ir. Logo quando desci do carro para pedir ajuda, ele (Felipe Gabriel) me ligou dizendo que matou meu pai e que viria atrás de mim”, disse Kennia Ianca.

Ianca afirmou que vivia uma relação abusiva com o namorado, mas que nunca havia comentado com a família. A primeira vez que Rosário teria tido ciência da situação foi no fim de semana, quando Felipe Gabriel teria atirado para cima durante uma briga com Ianca presenciada pelo policial aposentado. No mesmo momento, teria apontado arma para Rosário. “Aí eu entrei na frente”, disse Ianca. O episódio fez com que o aposentado registrasse a ocorrência contra o genro.

Felipe Gabriel é gerente de sinalização da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). Antes, foi agente penitenciário temporário. “A gente estava em família e ele ficava armado o tempo inteiro”, afirmou a cunhada Kennia Bianca. Após o crime, a SMM lamentou a morte de Rosário e afirmou que Felipe Gabriel seria exonerado.

Histórico

O suspeito de matar Rosário possui três processos no sistema judiciário goiano. Todos eles são relacionados à ameaças e crimes contra a mulher.

Felipe Gabriel é réu em um processo por ameaça, que foi registrado na Comarca de Aruanã em novembro de 2020. Em janeiro de 2021, uma mulher em Goiânia conseguiu medidas protetivas contra ele baseadas na Lei Maria da Penha.

Há outro processo que consta o suspeito como réu, também registrado em Goiânia. O homem responde judicialmente por crimes contra a fé pública, supressão de documentos, crimes contra a liberdade pessoal, ameaça e violência doméstica contra a mulher.

Até a conclusão desta edição, as polícias Civil e Militar ainda procuravam pelo suspeito. (Com informações de Cristiane Lima e Augusto Sobrinho)

Reprodução / TV Anhanguera
Felipe Gabriel Jardim tinha um relacionamento abusivo com uma das filhas da vítima
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