O Brasil terá dez atletas nos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam no próximo dia 4 de fevereiro em Pequim, na China. A convocação foi feita pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) nesta segunda-feira (17), um dia depois do fechamento do ranking olímpico de diversas modalidades. O país não atingiu o objetivo de bater um novo recorde no tamanho da delegação. Em Sochi-2014, o Brasil teve 13 atletas.A equipe, porém, ainda pode crescer nos próximos dias. No monobob (bobsled para apenas uma pessoa) feminino, o Brasil contava que classificaria Marina Tuono, de 26 anos. Mas ela acabou ficando fora da lista de classificadas por uma diferença de interpretação do ranking utilizado para distribuir as vagas.Em vez de usar o ranking da temporada, que leva em consideração os oito melhores resultados por atletas como se esperava, a IBSF (Federação Internacional de Bobsleigh e Skeleton, na sigla em inglês), usou o ranking combinado, que considera cinco resultados.Nisso, Marina, ficou três posições abaixo do necessário para conseguir uma vaga direta na Olimpíada. Agora ela depende de realocações. Caso haja abertura de vagas, o primeiro país a ser beneficiado seria a Itália. Depois, a Nigéria. Marina seria a terceira.Para Augustinho Teixeira, de apenas 16 anos, a situação é mais difícil no snowboard halfpipe. Nascido na Argentina (mais especificamente em Ushuaia, no extremo sul do planeta), mas filho de mãe brasileira, o garoto é o único atleta de país sem tradição na neve a aparecer no ranking de alocações, mas na 13ª colocação. Ele ficou em 61º lugar no ranking olímpico.Por enquanto o Brasil terá cinco participantes no gelo. No bobsled foram convocados cinco atletas, mas um ficará como reserva —provavelmente Jefferson Sabino, que foi à Olimpíada de Pequim em 2008 no salto triplo. O time terá o piloto Edson Bindillati, Edson Martins, Erick Viana e Rafael Souza, quase o mesmo time de 2018. A diferença é que Erick foi a Pyeongchang como reserva.O Brasil se classificou para Pequim no bobsled tanto no 4-man (trenó de quatro pessoas) quanto no 2-man, repetindo 2018. No trenó menor, a comissão técnica ainda vai definir se Bindilatti, que vai para sua quinta e última Olimpíada aos 42 anos, terá a companhia de Edson Martins e ou Erick Viana.A outra convocada pela CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo) é Nicole Silveira, que tem tudo para conseguir o melhor resultado do Brasil em Pequim. Ela foi oitava colocada no evento teste do skeleton na China e alcançou um nono lugar em etapa da Copa do Mundo. Ela pegou a 17ª vaga para a Olimpíada. Enfermeira, ela é radicada no Canadá.Na neve, pela primeira vez o Brasil conseguiu classificar um atleta pelos critérios universais no esqui cross country. É Manex Silva, de apenas 19 anos. Por isso, ele poderá competir em todas as provas individuais da modalidade — clássico, esquiatlo e freestyle.Radicado nos EUA, mas nascido no Ceará, Michel Macedo, de 23 anos, será o representante do Brasil no esqui alpino pela segunda vez. Em 2018, ele só participou de duas das quatro provas a que tinha direito, no slalom e no slalom gigante, mas não terminou nenhuma descida.No feminino o Brasil terá duas representantes no equipe: Jaqueline Mourão e Bruna Moura, ambas no cross country. Jaqueline, assim, vai à sua oitava Olimpíada, a quinta de Inverno, menos de um ano depois de disputar os Jogos de Tóquio no ciclismo mountain bike. Bruna é estreante, mas já disputou dois Mundiais.A 11ª atleta convocada é Sabrina Cass, atleta de 19 anos que foi campeã mundial júnior de moguls pelos Estados Unidos e, desde novembro, defende o Brasil, país de sua mãe. O moguls é uma prova do esqui estilo livre, na qual os atletas precisam mostrar estilo descendo uma montanha cheia de montinhos de neve.Melhor brasileira na edição de 2018, Isadora Williams, da patinação no gelo, se aposentou do esporte depois de não conseguir a vaga olímpica. Já a veterana Isabel Clark, do snowboard, dona dos melhor resultado do país em Olimpíadas de Inverno, um nono lugar, se aposentou depois de 2018.