O que está em jogo não é apenas a classificação para a Copa do Mundo. A seleção já está praticamente qualificada para ir ao Catar no próximo ano. O Brasil também pode consolidar uma campanha histórica, nunca vista no atual formado das Eliminatórias Sul-Americanas.Nesta quinta-feira (11), às 21h30, o time comandado por Tite recebe a Colômbia na Neo Química Arena, em São Paulo. A partida será transmitida pela Globo e pelo SporTV.Até agora, em 11 jogos, o Brasil está invicto, com 10 vitórias e 1 empate. O aproveitamento de 94%, se mantido, será o melhor da história do torneio desde que o formato atual, de todos contra todos em jogos de ida e volta, foi adotado.A seleção pode selar a classificação nesta rodada. Se vencer a Colômbia, estará garantido no Catar caso o Uruguai, atual 5º colocado, não derrote a Argentina, em Montevidéu na sexta-feira (12).“A campanha é excepcional e motivo de muito orgulho. Mesmo quando dirigentes de outros países querem nos colocar em situações adversas, o time sabe reagir”, disse o zagueiro Thiago Silva após o empate em 0 a 0 contra a Colômbia, em Barranquilla, realizado à tarde sob calor superior a 30 graus, no mês passado. Foi a única partida não vencida pelo Brasil nas atuais Eliminatórias.Pelo sistema de disputa, se classificam para o Mundial os quatro primeiros colocados. O 5º vai para repescagem contra seleção de continente ainda a ser determinado. Com 31 pontos, o Brasil lidera a tabela e começa a rodada com 15 de vantagem sobre o Uruguai.Na história das Eliminatórias, o formato atual passou a ser adotado para a Copa do Mundo da França, em 1998. Desde então, nenhuma seleção teve o aproveitamento mostrado pela equipe de Tite. Quem mais chegou perto foi a Argentina comandada por Marcelo Bielsa nas eliminatórias de 2002. Teve aproveitamento de 79,6%.Mas no torneio, disputado na Coreia do Sul e no Japão, a alviceleste acabou eliminada na fase de grupos. O Brasil se classificou apenas na última rodada das classificatórias e foi campeão do mundo.Duas vezes, o Brasil não participou das Eliminatórias. Em 1998, por ser o campeão (regra que foi abolida para o torneio de 2006) e em 2014, por ter sido escolhido o país-sede.Antes de 1998, a Conmebol dividia suas dez seleções em grupos, dentro de diferentes formatos de classificação. Entre 1982 e 1990, por exemplo, o Brasil precisou realizar apenas quatro jogos para definir sua vaga, já que estava em uma chave com três.Nunca um país, com a fórmula atual, passou toda a campanha sem perder, como ensaia fazer a seleção brasileira agora. Depois do confronto desta quinta-feira (11), faltarão seis jogos, dois deles contra a Argentina. O primeiro na próxima terça-feira (16), em San Juan. A outra partida ainda não tem data nem certeza de sua realização, pois foi o confronto interrompido por agentes da Anvisa, em 5 de setembro, no estádio do Corinthians. A Fifa estuda o que fazer.Com a classificação próxima, Tite começa a pensar em outras variáveis no caminho para a Copa. No próximo mês, ele quer ir ao Catar observar partidas da Copa Árabe, evento preparatório para o Mundial. Integrantes da comissão técnica embarcam para examinar as instalações de estádios e locais que poderão ser usados pelos jogadores.O treinador também pode aproveitar as partidas finais, com a vaga garantida, para testar outros jogadores e formações, algo que confirmou poder acontecer. “A campanha nos permite abrir o leque de oportunidades”, definiu.Pensando na invencibilidade histórica e que o maior risco a ela pode ser o confronto com a Argentina, o Brasil enfrenta a Colômbia com oito jogadores pendurados com cartão amarelo. Nas Eliminatórias, duas advertências causam suspensão automática: Casemiro, Eder Militão, Fabinho, Gabriel Jesus, Gerson, Lucas Paquetá, Marquinhos e Thiago Silva.FICHA TÉCNICABRASIL: Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Lucas Paquetá; Raphinha, Gabriel Jesus e Neymar. T.: TiteCOLÔMBIA: Ospina; Tesillo, Davinson Sánchez, Balanta e Mojica; Cuadrado, Wilmar Barrios, Jefferson Lerma e Díaz; Martínez e Luis Muriel. T: Reinaldo RuedaEstádio: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)Horário: 21h30 (de Brasília)Árbitro: Roberto Tobar Vargas (CHI)VAR: Germán Delfino (ARG)