Na análise de lances da 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, disse que o pênalti marcado por Bruno Arleu de Araújo (Fifa/RJ) contra o Goiás, a favor do Santos, que decidiu a vitória do Peixe, foi um "erro claro".Bruno Arleu de Araújo, segundo a CBF, está no Programa de Assistência ao Desempenho do Árbitro, que é um afastamento, conforme foi publicado nesta segunda-feira (10).No domingo (9), o árbitro marcou um pênalti de Lucas Halter sobre Joaquim, nos acréscimos do jogo na Vila Belmiro. Na cobrança, Mendoza marcou o gol e garantiu a vitória do Santos por 4 a 3.O Goiás se revoltou com a marcação. Em pronunciamento, o vice de futebol do clube, Harlei Menezes, disparou contra Seneme, disse que o campeonato está "sem credibilidade" e que está "enojado" do futebol nacional.Em um programa chamado "Papo de Arbitragem", Seneme comenta lances de arbitragem das rodadas e divulga a comunição do VAR com o árbitro de campo.Após o pênalti marcado, Bruno Arleu em determinado momento pergunta: "Alguma dúvida, Igor?". O VAR é Igor Benevenuto, que responde que está checando e diz que está "para não penal" antes de se comunicar com Bruno.Em seguida, vem o diálogo:Igor Benevenuto: "Arleu, recomendo revisão, possível não penal, lateral de ombro com ombro, ok?"Arleu (após ver as imagens): "Igor, A bola não está no contexto de disputa, está viajando, o atleta número 3 só vai no corpo do seu adversário. Igor, ombro a ombro é justificável quando a bola está a uma distância de disputa. A bola não está. O atleta número 3 vai só no corpo do seu adversário"E confirma o pênalti.Seneme diz que não foi a interpretação correta e que se preocupa com o fato de Bruno Arleu ter tido a chance de revisar e, mesmo assim, não conseguiu a interpretação correta."Na nossa visão, nesse caso específico, (marcar o pênalti) não é uma interpretação legal, não é uma boa interpretação, uma interpretação correta. É uma bola viajada, o defensor está marcando o território. Quando joga o ombro, não joga o braço, não empurrou, não agarrou. Ele joga o ombro com uma força proporcional para a ação. Não foi desproporcional. Isso que o árbitro de vídeo conseguiu identificar. É um erro, o pênalti não deveria ser marcado", comenta Seneme.O chefe de arbitragem completa dizendo que, em um grupo de instrutores, 11 profissionais foram unânimes em dizer que não foi pênalti. "Tem uma caracterização de erro claro do árbitro", conclui Seneme."O que me preocupa é o árbitro analisar, ter a oportundiade de rever a jogada e seguir analisando como ação de infração. O que nos remete a dizer que precisamos trabalhar e muito. Não pode num jogo de tão alto nível e é um árbitro internacional. A gente precisa trabalhar esse árbitro para que isso não ocorra. Vai passar pelo programa de desenvolvimento para que ele possa se recuperar disso", conta Seneme.Em seguida, o presidente da Comissão de Arbitragem refuta os comentários de que o afastamento é algo insuficiente. "As pessoas falam que o cara fica uma rodada de fora, comete um erro tão grande. Não é verdade. Os árbitros só voltam ao campo quando estiverem absolutamente preparados para voltar. Na maioria das vezes, voltam naquela questão das categorias. Primeiro na Série C, B e depois poder demonstrar que está preparado para voltar para a Série A."