Esporte

Cinco anos após reabertura do Accioly, Atlético-GO prepara nova ampliação

Ronald Felipe (@Ronaldfelipefoto)
Vista aérea do Estádio Antônio Accioly, casa do Atlético-GO

O Estádio Antônio Accioly completou cinco anos de reabertura. A vitória de 1 a 0 sobre o Coritiba (gol de Renato Kayser), numa tarde quente e seca no dia 18 de agosto de 2018, marcou uma nova etapa do local. Neste quinquênio, a praça esportiva já sediou três finais do Goianão (2020, 2022 e 2023), nas quais o Dragão foi campeão. Também recebeu partidas internacionais (Copa Sul-Americana) pela primeira vez e foi palco de jogos das Séries A e B e da Copa do Brasil.

O Accioly também teve momentos polêmicos, como o caso de injúria racial contra o volante Fellipe Bastos, ex-Goiás, em clássico disputado no dia 8 de maio de 2022.

Houve denúncia após vitória do clube esmeraldino sobre o Atlético-GO (1 a 0) pela Série A. O caso foi investigado pela Polícia Civil, segue aberto, mas o autor do crime não foi identificado.

Por causa do episódio, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Atlético-GO chegou a perder mando de campo, mas recorreu e teve punição revertida em implantação de ação educativa.

No período de cinco anos após a reabertura, outros problemas levaram o Accioly ao relato em súmula ou ao STJD. O clube chegou a ser multado por gritos homofóbicos da torcida, teve invasões no gramado e arremesso de copos no local de jogo.

O local também teve de ficar fechado por quase um ano (em 2020, até novembro) para obras de ampliação e da modernização do sistema de iluminação. Fato é que o estádio trouxe o Atlético-GO novamente para as suas origens campineiras.

A casa do Atlético-GO está moderna e ao gosto dos torcedores atleticanos. Clube, time e torcida se aproximaram mais neste período. Há projeção para ampliar a capacidade de público e modernizar mais ainda a praça esportiva. Será uma terceira etapa para estar pronta nos próximos cinco anos. O local passará por mudanças para se tornar Arena Antônio Accioly, conforme revela o presidente do Atlético-GO, Adson Batista.

Nos últimos anos, a Caverna do Dragão, designação usada pela torcida, passou por mudanças. Houve a sequência de obras para adequar o estádio (fechado para jogos oficiais com público em 2010), passando pela ampliação do espaço para 10,5 mil pessoas (em 2018), elevando para 12.089 pessoas sentadas (a partir do final de 2020, com a nova reforma) e, pelo que planeja a atual diretoria, terá capacidade ampliada para cerca de 22 mil espectadores até 2028.

Adson Batista explica que o novo projeto, que prevê a ampliação da capacidade, está pronto e foi preparado por uma equipe (de arquitetura e engenharia) para ser apresentado aos dirigentes do clube, com data a definir, mas com a expectativa de que seja nos próximos meses, quando será exposto vídeo da nova maquete. A primeira previsão era de 20 mil pessoas, mas Adson Batista afirma que será para 22 mil pessoas.

“Estou fazendo algo bem planejado. O nosso clube é responsável, não vai atolar em dívidas”, garante o presidente. O projeto é para sair do papel nos próximos cinco anos, até 2028. O passo seguinte é planejar o orçamento, o tempo de serviço e as etapas da obra. “Será uma ampliação com conforto”, acrescenta Adson Batista, citando que não pretende mexer no gramado, na estrutura de vestiários e nas outras instalações.

Membro do Conselho de Administração, Marcos Egídio considera o Accioly como “referência”, “casa” e acrescenta que vê o local como “ponto turístico” para o Bairro de Campinas. Para ele, o novo projeto poderá transformar a arena em “24 horas” ao contemplar uma parte (na direção das Avenidas Perimetral e 24 de Outubro) com bares e restaurantes abertos diariamente.

“Hoje, temos endereço. O Atlético-GO mudou de patamar”, ressaltou Adson Batista sobre os cinco anos de reabertura do estádio. Para o presidente do Conselho de Administração, Jovair Arantes, a reabertura do Accioly é um “divisor de águas” para o clube. “Antes, éramos um time cigano. Agora, a torcida e o time têm uma referência”, disse o dirigente, que aponta outro detalhe. “Os torcedores zelam pelo estádio. Há alguns fatos isolados, mas a torcida tem ciúme do estádio, se sente responsável por ele”, aponta Jovair Arantes.

Para elevar a carga de público, haverá a demolição das arquibancadas ao lado da tribuna de honra e próximas das cabines de imprensa. Será construído um novo lance de arquibancada, bem mais elevado e espaçoso. Antes, a previsão era de instalar cadeiras no estádio, mas Adson Batista disse que mudou o cronograma e que “vai fazer tudo junto”, ou seja, ampliação das arquibancadas e colocação dos assentos.

Números do Accioly desde a reabertura, em 2018

  • Maior público: 11.765 (pagantes) e 12.089 pessoas (total), no jogo Atlético-GO 2 x 0 Goiás (ida da final do Goianão 2023 no dia 2/4/2023
  • Menor público: 682 (pagantes) e 1.265 (total), no jogo Atlético-GO 1 x 0 São Bento-SP, na 37ª rodada da Série B 2018 (dia 16/11/2018)

- Médias por temporada
2018:
9 jogos (3.714 pagantes e 4.687 pessoas presentes);
2019: 28 jogos (3.275 pagantes e 4.206 pessoas presentes);
2020: 14 jogos (portões fechados por causa da Covid-19);
2021*: 7 jogos (6.100 pagantes e 6.588 presentes). 
2022: 34 jogos (5.485 pagantes e 6.148 presentes)
2023: 22 jogos (3.637 pagantes e 4.572 presentes)

* 23 jogos foram disputados com portões fechados por causa da pandemia. Num jogo, 1,5 mil ingressos foram distribuídos no evento-teste para reabertura dos portões. Foi na vitória do Dragão por 2 a 1 sobre o Athletico-PR pela 24ª rodada da Série A 2021

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