Esporte

Confirmada em Paris, ciclista goiana vive desafio de disputar 2ª Olimpíada

Kike Abelleira
Ciclista Raiza Goulão ficou em 20º lugar na Rio-2016, sua primeira experiência olímpica

LUIZ FELIPE MENDES

Pelo menos uma atleta goiana estará nos Jogos Olímpicos de Paris, entre 26 de julho e 11 de agosto. Natural de Pirenópolis, a ciclista Raiza Goulão, de 33 anos, conquistou a vaga brasileira no mountain bike e é só orgulho por estar a caminho de sua segunda Olimpíada.

“É um orgulho muito grande representar o estado de Goiás na minha segunda Olimpíada. Acredito que nosso estado tem muito potencial para esportes, não somente a bike. O esporte, no Brasil, necessita de olhos e direcionamento desde a base, desde a escola, e pensar no futuro com mais leveza, dar oportunidade para as crianças e jovens conhecerem esportes olímpicos. É entender que se pode ter uma vida de muito sacrifício e dedicação, como qualquer trabalho e escolha profissional”, contou a ciclista goiana ao POPULAR.

Raiza Goulão é pentacampeã brasileira de XCO (cross country olímpico), tricampeã brasileira sub-23, atual campeã brasileira de short track e faturou a medalha de bronze no mountain bike dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em outubro do ano passado.

Há praticamente três anos, o ranking olímpico vem sendo traçado para determinar quem será a representante feminina do Brasil no mountain bike nas Olimpíadas de Paris. Karen Olímpio era a principal concorrente de Raiza, enquanto Isabella Lacerda e Hercília Najara corriam por fora.

Raiza levou a melhor na pontuação do ranking internacional e foi convocada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para ser a representante nacional no mountain bike. Paola Reis (BMX Racing), Ulan Galinski (mountain bike), Tota Magalhães (Estrada) e Vinícius Rangel (Estrada) são os outros convocados do ciclismo brasileiro até aqui.

“Fico muito feliz de voltar a disputar as Olimpíadas. Infelizmente, em Tóquio, a pandemia e uma lesão acabaram me tirando um pouco da disputa. A pandemia porque eu tive algumas provas em que consegui pontuar, e o critério era por pontos. Eu ia conseguir chegar próxima de outro atleta, mas vinha de um problema de saúde e não pude competir o suficiente. Quando voltei à minha performance, a dominar novamente no cenário nacional, algumas provas em que eu pontuei não somaram e isso me tirou da disputa por pontos, não por performance. Eu era a melhor atleta do Brasil performando, porém não tinha os pontos. Logo depois, tive uma lesão, uma fratura na minha mão, quatro cirurgias. Então, não era para ser”, relembrou Raiza.

Em 2016, Raiza Goulão participou das Olimpíadas do Rio e terminou em 20º lugar. Após o desapontamento de não se classificar para Tóquio, a ciclista goiana acredita que chega mais preparada para o evento em Paris, com tempo suficiente para fazer os últimos ajustes antes de viajar para a França.

“Meu foco agora é totalmente em mim, na minha preparação. Serão três semanas até a minha próxima prova, vou ficar duas semanas no Brasil e depois parto para a Europa para competir em uma etapa da Copa do Mundo. Vai servir como um treinamento para as Olimpíadas”, afirmou. De 5 a 7 de julho, a etapa da Copa do Mundo será disputada em Haute-Savoie, na França.

Com a confirmação de que estará em Paris, Raiza Goulão revelou que mergulhará de cabeça em uma “bolha” de treino, trabalho físico e mental, tudo alinhado para que ela consiga o melhor desempenho possível.

A goiana vai treinar em Andorra, um lugar em que ela gosta de estar, com montanhas que a fazem se sentir conectada com algo maior. Além disso, o fato de correr na altitude também vai ajudar na preparação.

No dia 22 de julho, Raiza Goulão entra na Vila Olímpica para a disputa dos Jogos de Paris. Ainda não há definição exata de data e horários para as provas de mountain bike, mas elas devem ocorrer em 27 ou 28 de julho, segundo a atleta. De qualquer forma, o importante é estar presente no principal palco esportivo do mundo.

“Paris vem com um gosto mais forte, (sou) uma atleta mais madura, centrada. O ano de 2024 vem sendo muito desafiador, vida de atleta é isso. Meus planos iniciais são modificados a cada dia, estou me adaptando e me ajustando a alguns problemas, a tudo que não fluiu como planejado, mas acho que a vida é isso, nada é como planejado, temos que ir seguindo como o Universo nos manda.”

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