Com a nota 91,85, o brasileiro Augusto Akio, 23, subiu ao pódio olímpico nesta quarta-feira (7) para receber o bronze no torneio masculino de skate park em Paris. A medalha é a quinta conquistada por skatistas brasileiros em Olimpíadas, a segunda no park - em Tóquio-2020, Pedro Barros levou a prata.Nesta edição, o australiano Keegan Palmer ficou com o ouro, e o americano Tom Schaar foi o segundo.Natural de Curitiba (PR), o atleta começou no esporte aos sete anos, depois de ganhar um skate de mercado, com desenho do Homem-Aranha, como presente de Natal. "Achava o máximo aquele skate, apesar de ter um shape bem reto", contou Akio em entrevista ao canal oficial das Olimpíadas, em 2023.O incentivo partiu do pai, Altamiro Alves, que viu no novo hobby uma oportunidade para melhorar a timidez do filho e ajudá-lo a socializar. Deu certo. O agora medalhista olímpico é um dos mais carismáticos competidores do park.Assim como no street, diz não encarar os demais skatistas como adversários. "São companheiros e amigos que me ajudam, assim como eu espero poder ajudá-los."Conhecido como Japinha, ele ganhou destaque no skate durante a adolescência, mas em outra modalidade. O primeiro grande resultado em competições veio em 2019, com o bronze no Campeonato Mundial de Vert, o skate vertical.No park, o destaque da carreira aconteceu no ano passado, durante o Mundial de 2022, realizado nos Emirados Árabes Unidos. Akio chegou à final e terminou em segundo lugar, atrás apenas de Jagger Eaton. O americano, que anda no park e no street, levou a prata na mesma modalidade de Rayssa Leal em Paris-2024, além do bronze em Tóquio-2020.Também em 2023, Akio levou a prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. Ele é muito amigo de Luigi Cini e tem Pedro Barros como inspiração. Os três participaram da final desta quarta, com Barros terminando em 4º lugar, a apenas 20 décimos atrás do Japinha, e Cini, em 7º.Além do resultado, o medalhista de bronze chamou a atenção pelos malabares que levou consigo para a pista na Place de La Concorde. A prática começou após um período afastado do skate devido a uma lesão no quadril e o ajudou a manter corpo e mente ocupados."A ideia do malabares é que tudo em excesso pode fazer mal. Temos que estar sempre administrando as coisas, seus lados bons e ruins", afirmou Akio.Mesmo após sua recuperação e volta ao skate, não abandonou os malabares, que segundo ele o ajudam a se conectar com o público nas competições e a se preparar para as voltas. Enquanto anda, não ouve música: prefere escutar o barulho do skate na pista e da própria respiração.