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Diniz x Guardiola: semelhanças e diferenças de duelo nobre na final do Mundial de Clubes

Técnicos que passaram pelo futebol goiano analisam confronto entre os treinadores de Fluminense e Manchester City, que gostam de dominar a posse de bola, mas atacam de forma ligeiramente distinta

Modificado em 19/09/2024, 01:15

Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images e Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images e Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images
 (Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images e Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Image)

O esperado confronto entre os técnicos Fernando Diniz e Pep Guardiola, de Fluminense e Manchester City, respectivamente, vai, enfim, ocorrer. Conhecidos como treinadores com ideias de jogo parecidas, que gostam de ter o controle da bola, os dois estarão frente a frente nesta sexta-feira (22), a partir das 15 horas (de Brasília), para decidir o título do Mundial de Clubes, em Jedá, na Arábia Saudita.

Diniz e Guardiola se conhecem há anos e não é segredo que o treinador brasileiro considera o espanhol uma de suas inspirações. Os conceitos de jogo dos técnicos possuem semelhanças, mas há diferenças.

De maneira clara, Fernando Diniz e Pep Guardiola são treinadores que montam times que gostam de ter o domínio da posse de bola. Mas o brasileiro prefere o estilo funcional, enquanto o espanhol adota o jogo mais posicional. Essa variação altera o modo como suas equipes atacam, ocupam espaços e defendem.

"São construções (ofensivas) parecidas, desde o goleiro. Tem transição apoiada, mas eu vejo que o City é mais organizado na perda da bola e proporciona menos transição aos adversários. Quando o City perde a bola, tem pressão mais rápida e mais organização para recuperar. O Diniz tem a mesma ideia, mas procura colocar mais jogadores no setor da bola", analisou o técnico Marcelo Cabo, que tem passagens por clubes como Atlético-GO, Goiás, Vila Nova, Vasco e está no CSA.

O jogo posicional de Pep Guardiola costuma ter apoio (aproximação de jogadores para receber passes), profundidade (centroavante, geralmente, "empurra" a linha de defesa e gera espaço entrelinhas) e amplitude (jogadores mais próximos das linhas laterais) por parte dos atletas. Os jogadores ocupam espaços e avançam, com aproximação entre eles, até o campo de ataque para concluir em gol.

"Já o Diniz gosta do jogo apoiado pelas laterais, tem largura e amplitude também, mas o foco costuma ser de começar e iniciar a jogada do mesmo lado. O Guardiola ocupa a superioridade numérica em qualquer parte do campo, onde está a bola e na maioria das vezes no campo dos adversários. Tem mais virada de corredores no City, eles giram mais a bola. O Diniz gosta de começar e terminar a jogada do mesmo lado do campo", completou o técnico Jorginho, ex-Vasco, Atlético-GO, Coritiba, Goiás e Flamengo, que está sem clube atualmente.

Enquanto Pep Guardiola prefere que seu time avance ao campo adversário com jogadores ocupando determinadas faixas do campo, Fernando Diniz entende que é preciso ter amplitude, geralmente feita por Keno e John Arias. Em qual lado do campo a jogada seguir, meia, volantes e atacantes precisam estar próximos. Por isso, jogos do Fluminense costumam ter "aglomerações" de jogadores, algo que o Manchester City evita fazer, mas que também já foi visto em alguns jogos da equipe.

Há diferenças nos conceitos dos times. Na opinião dos técnicos Jorginho e Marcelo Cabo, a principal delas é a transição defensiva.

"O estilo de jogo do Fluminense expõe mais o time. Por haver mais aproximação de jogadores, às vezes tem quatro, cinco no mesmo espaço onde está a bola, o time sofre na transição defensiva. Deu para ver no jogo passado (contra o Al Ahly, do Egito), e o Fluminense sofreu no primeiro tempo. Poderia ter perdido o jogo. Contra o City, a qualidade é maior. Tem que estar mais atento a essa exposição defensiva", alertou o técnico Jorginho.

Os treinadores entendem que o diferencial para o Fluminense na decisão será o ajuste defensivo. Ofensivamente, a equipe carioca mostrou que possui conceitos que podem incomodar o Manchester City, mas os espaços nas transições defensivas podem pesar contra o tricolor no duelo de estilos entre equipes e treinadores.

"Para ter êxito na final, o Fluminense não pode proporcionar tantas transições como foi contra o Inter, na semifinal da Libertadores, e agora com Al Ahly, na semifinal do Mundial. O Fluminense precisa de um jogo equilibrado para que não tenha sua vulnerabilidade explorada por um grande time, que certamente pode aproveitar melhor do que o Al Ahly, por exemplo", descreveu o técnico Marcelo Cabo.

Os especialistas disseram que o aspecto físico também pode fazer a diferença no duelo. Apesar dos times terem estilos de jogo sólidos, o Fluminense pode sentir mais na etapa final.

Marcelo Cabo e Jorginho citam os números de jogos dos clubes. O Fluminense vai disputar o último da temporada de 2023, o 72º da equipe brasileira, enquanto o Manchester City está no meio da temporada europeia, 2023-2024, e vai jogar a 28ª partida. Isso ocorre por causa da diferença de calendários entre o Brasil e o continente europeu.

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Fifa anuncia data do sorteio dos grupos do Super Mundial

Evento, no dia 5 de dezembro, definirá os grupos dos 32 times participantes

Taça do Mundial

Taça do Mundial (Divulgação / Fifa.com)

A Fifa anunciou nesta segunda-feira (11) a data do sorteio dos grupos para o Super Mundial de clubes do ano que vem. O sorteio será realizado em 5 de dezembro, às 15h (de Brasília) em Miami. Será transmitido pelo site da Fifa e pelo streaming Fifa+.

O evento definirá os grupos dos 32 times participantes. O modelo de disputa é o mesmo utilizado nas últimas edições da Copa do Mundo: serão oito chaves com quatro clubes cada uma, com os times se enfrentando em turno único. Os dois melhores colocados de cada grupo avançam para as oitavas.

Só falta um classificado para o Super Mundial, que ocorrerá pela primeira vez de 15 de junho a 13 de julho de 2025. O último participante será conhecido após a final da Libertadores, em 30 de novembro, entre Atlético-MG e Botafogo.

Os Estados Unidos sediarão a primeira edição do torneio neste formato. Serão 11 sedes e 12 estádios diferentes, com os jogos sendo disputados em Miami [Hard Rock Stadium], Seattle [Lumen Field], Los Angeles [Rose Bowl Stadium], Orlando [Camping World Stadium e Inter&Co Stadium], Atlanta [Mercedes Benz Stadium], Nashville [Geodis Park], Charlotte [Bank of America Stadium], Cincinnati [TQL Stadium], Washington [Audi Field], Philadelphia [Lincoln Financianl Field], Nova York [MetLife Stadium].

O Brasil tem quatro representantes e será maioria no torneio. Atlético ou Botafogo se juntarão a Flamengo, Fluminense e Palmeiras. As equipes brasileiras conseguiram 'burlar' a limitação de apenas dois times por país porque foram campeões continentais. As vagas para o Super Mundial foram dividas em: 12 para a Europa, seis para a América do Sul, quatro para Ásia, África e América do Norte, Central e Caribe, uma para a Oceania e uma para o país-sede.

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Fernando Diniz é demitido da seleção após Ednaldo Rodrigues ser reconduzido à CBF

Técnico permaneceu por seis jogos no cargo, com duas vitórias, um empate e três derrotas

Modificado em 17/09/2024, 15:37

Fernando Diniz é demitido da seleção após Ednaldo Rodrigues ser reconduzido à CBF

(Rodrigo Ferreira/CBF)

Fernando Diniz não é mais técnico da seleção brasileira. O treinador foi comunicado da decisão por Ednaldo Rodrigues, que foi reconduzido à presidência da entidade na tarde de quinta (4). Diniz permaneceu por seis jogos no cargo, com duas vitórias, um empate e três derrotas.

O contrato iria até junho de 2024. Com a renovação de Carlo Ancelotti com o Real Madrid e a queda do treinador do Fluminense, a CBF volta à estaca zero na busca pr um profissional.

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Manchester City goleia Fluminense, conquista Mundial e amplia domínio

Julián Álvarez (2), Nino (contra) e Foden fizeram os gols do título, fechando um ano em que o clube finalmente extrapolou os limites do Reino Unido

Modificado em 19/09/2024, 01:15

Manchester City ergue a taça do Mundial de Clubes

Manchester City ergue a taça do Mundial de Clubes (Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images)

Considerado há algum tempo a melhor equipe do mundo, o Manchester City agora pode dizer dele ser campeão. Com uma vitória por 4 a 0 sobre o Fluminense, na sexta-feira (22), na Arábia Saudita, o time inglês cumpriu seu favoritismo e conquistou pela primeira vez o Mundial de Clubes.

Julián Álvarez (2), Nino (contra) e Foden fizeram os gols do título, fechando um ano em que o clube finalmente extrapolou os limites do Reino Unido. Soberano no Campeonato Inglês, alcançou, após repetidas tentativas frustradas, a Liga dos Campeões da Europa. E avançou ao Mundial, torneio no qual castigou o campeão asiático e o campeão sul-americano.

O domínio já era amplo em terreno doméstico. São do City cinco dos últimos seis troféus do Inglês - ou da Premier League, como preferem os modernos, amplamente reconhecida como a melhor liga nacional do futebol. Porém, faltava o sucesso internacional, importante para os torcedores e para quem banca o caríssimo elenco.

A agremiação azul de Manchester é, desde 2008, propriedade do Abu Dhabi United Group, fundado e comandado pelo xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da monarquia dos Emirados Árabes Unidos.

Na prática, o clube é da família real, que despejou 2,27 bilhões de euros (R$ 12,16 bilhões, na cotação atual) até ver a esperada glória continental, com o título europeu.

Próximo à Fifa, o governo dos Emirados usa o esporte em tentativa de limpar sua imagem, ligada à ditadura e às restrições da liberdade de expressão. Com o City, os resultados começaram a aparecer em 2012, quando a equipe levou o Inglês pela primeira vez após 44 anos.

Em 2016, chegou o aclamado técnico Pep Guardiola. Enquanto o domínio era estabelecido na Inglaterra, virou prioridade a conquista da Liga dos Campeões. O time ficou no quase em 2021, em final contra o Chelsea - que seria algoz do Palmeiras no Mundial -, e alcançou em 2023 o que tanto buscava.

Na Arábia Saudita, o favoritismo no Mundial era grande. E, mesmo sem três de seus titulares, dois deles importantíssimos, a equipe britânica atropelou o japonês Urawa Red Diamonds nas semifinais. O 3 a 0 não dá a medida da autoridade exibida em campo, com 25 finalizações, contra duas do adversário.

A partida
De volta ao King Abdullah Sports City, em Jidá, o City encontrou na final outro time que gosta de ter a bola nos pés. Mas o Fluminense de Fernando Diniz não é o Manchester City de Pep Guardiola, e o jogo começou a ser resolvido logo no primeiro minuto.

O craque Marcelo forçou virada de jogo e entregou a bola a Aké, que avançou e bateu de pé esquerdo, a dois passos da meia-lua. Fábio chegou a tocar na bola e a viu explodir no poste até se oferecer a Julián Álvarez, que, de peito, balançou a rede desprotegida.

Em 40 segundos, praticamente ruiu a esperança do desafiante, que manteve seu plano original, de trocar passes. O time arrancou aplausos do público saudita em momentos nos quais arriscou toques dentro da própria área e chegou a ter superioridade na posse de bola.

Aos 17 minutos, Cano recebeu de Ganso e foi derrubado pelo goleiro Ederson. O juiz polonês Szymon Marciniak chegou a apitar pênalti antes de perceber que o assistente apontava impedimento.

Pouco depois, o jogo foi praticamente decidido. Aos 27, Foden recebeu excelente passe de Rodri na área, pela esquerda, e buscou o toque para o meio. Nino tentou o corte, balançou a própria rede, e a reação se tornou praticamente impossível.

O Fluminense ainda teve uma boa oportunidade na etapa inicial, em cabeceio de Arias. No intervalo, Diniz acionou John Kennedy, na esperança de que o talismã da Copa Libertadores voltasse a resolver. Não resolveu.

Já estava clara a superioridade do City, que só não ampliou rapidamente no segundo tempo por causa de boas defesas de Fábio. Aos 27, o goleiro nada pôde fazer quando Julián Álvarez bateu cruzado da esquerda, e Foden apareceu de carrinho para balançar a rede. Aos 43, Álvarez fintou André e finalizou com precisão para estabelecer a goleada.

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Fluminense x Manchester City: onde assistir e horário da final do Mundial de Clubes

Partida decisiva será nesta sexta-feira (22), no King Abdullah Sports City, em Jidá, na Arábia Saudita

Modificado em 19/09/2024, 01:15

Fernando Diniz e John Kennedy conversam durante treino ao lado do King Abdullah Sports City, estádio da final do Mundial de Clubes

Fernando Diniz e John Kennedy conversam durante treino ao lado do King Abdullah Sports City, estádio da final do Mundial de Clubes
 (Marcelo Gonçalves / Fluminense)

É com respeito e até reverência que os jogadores do Fluminense vêm tratando o Manchester City, seu adversário na final do Mundial de Clubes. Mas não é em posição de inferioridade que eles pretendem se colocar em campo na partida decisiva de sexta-feira (22), no King Abdullah Sports City, em Jidá, na Arábia Saudita.

Embora os atletas e o técnico Fernando Diniz se refiram constantemente ao oponente como "melhor time do mundo", a ideia não é repetir a habitual estratégia das equipes que enfrentam o representante europeu na decisão do torneio. Não foi, afinal, com métodos defensivos que a agremiação tricolor chegou ao jogo.

"Vamos fazer o que temos de melhor. Não vamos fugir das nossas características. Nós nos preparamos muito. Vamos procurar fazer o nosso melhor com bastante humildade, com inteligência e com coragem para fazer o que costumeiramente fazemos. Nosso estilo de jogo vai ser mantido", afirmou Diniz.

Esse estilo é baseado na posse de bola, com a aproximação constante dos jogadores. Na vitória por 2 a 0 sobre o egípcio Al Ahly, nas semifinais, a formação das Laranjeiras teve 55% de posse, contra 33% do adversário - a bola esteve em disputa no restante do confronto, com oportunidades para os dois lados.

O problema é que é muito difícil ter a bola contra o City, um time que gosta de mantê-la em seus pés e pressiona no campo de ataque para roubá-la. Em seu duelo semifinal, um tranquilo triunfo por 3 a 0 sobre o Urawa Red Diamonds, a equipe inglesa teve 64% de posse, contra 25% do rival. Foram 25 finalizações feitas, apenas duas sofridas.

"É decisão de título mundial. Contra um dos melhores times da história do futebol mundial e um dos melhores treinadores", disse Diniz, referindo-se a Pep Guardiola. "No futebol, a primeira coisa que você tem que ter é confiança de que pode vencer. O Fluminense vai fazer o máximo para vencer. Vamos enfrentar o melhor time do mundo, mas isso não nos impede de sonhar."

Do outro lado, é também com palavras respeitosas que os jogadores do City e seu treinador vêm falando sobre o adversário na final. Guardiola chegou a dizer que "o Fluminense tem muito mais experiência em finais" e elogiou a qualidade de alguns dos atletas campeões da última Copa Libertadores.

"É escola brasileira. Jogam muito bem com a bola, juntam-se muito, têm jogadores de qualidade, como André, Ganso. É o futebol brasileiro de muito tempo. Eu me lembro do meu pai falando dos brasileiros, que jogavam de forma bem lenta, todos juntinhos, passes curtos, e no último momento arrancavam rapidamente. Parece que é a essência", afirmou o treinador catalão.

Preocupado com o desgaste e a realização do embate decisivo apenas três dias após a semifinal, ele tem problemas para montar seu time, com três desfalques certos. O meio-campista Kevin De Bruyne e os atacantes Erling Haaland e Jérémy Doku, todos titulares, foram cortados da lista do City no Mundial, com diferentes lesões.

Já Fernando Diniz, ao que tudo indica, repetirá a escalação usada contra o Al Ahly, a mesma da conquista da Libertadores. John Kennedy, que saiu do banco para definir o triunfo continental e voltou a marcar no final na partida mais recente, será novamente alternativa a ser acionada no decorrer do confronto.

O Fluminense jogará com seu uniforme tradicional tricolor, e o City vai atuar de azul. O árbitro será o mesmo que apitou o triunfo da equipe carioca sobre o Al Ahly, o polonês Szymon Marciniak. Ele é prestigiado na Fifa (Federação Internacional de Futebol) e apitou a decisão da última Copa do Mundo.

Manchester City x Fluminense

Nesta sexta (22), às 15h, no King Abdullah Sports City, em Jidá (ARA)

Onde assistir:

Na TV: Globo, CazéTV, ge, Globoplay e Fifa+