Esporte

Em série diferente, Enderson assume Goiás em cenário semelhante ao de 2011

Cristiano
Enderson Moreira

“Eu não estou assumindo o Goiás para ser fritado, muito pelo contrário. Quero que esse grupo acredite novamente na sua qualidade”. Essas foram algumas das primeiras palavras do técnico Enderson Moreira ao assumir o time esmeraldino em 2011. Nove anos depois, o treinador volta ao clube goiano em cenário similar e a frase dita no início da sua primeira passagem se encaixa quase que perfeitamente com o começo da trajetória do profissional em 2020.

Em trecho da nota que oficializou a demissão de Thiago Larghi, o Goiás disse que o clube “segue no mercado em busca de uma nova comissão técnica para assumir o time”. Bastaram 29 minutos, e Enderson Moreira foi anunciado como novo técnico da equipe. “Tudo aconteceu hoje (segunda-feira) à tarde. Correria total, entrei em contato, tivemos algumas conversas amistosas. O Enderson conhece a gente e nós ele. Sabe dos nossos defeitos e qualidades. Acho que tem chance”, disse o presidente Marcelo Almeida. “Ele saiu de Belo Horizonte por volta das 19 horas, está vindo de carro. Amanhã (terça-feira) já treina a equipe”, salientou.

O desempenho abaixo da expectativa resultou na demissão de Thiago Larghi. Mesmo com a vitória sobre o Internacional e empate com o Ceará, fora de casa, a diretoria do Goiás entendeu que a atuação da equipe não foi merecedora dos pontos conquistados. “Quem assistiu aos jogos percebeu que não tiveram os resultados merecidos, tenho que ser bem claro e franco nessa observação. Gerou-se uma insatisfação pelo futebol que estava sendo praticado, entendemos que a necessidade era de trocar o treinador”, justificou Marcelo Almeida, que revelou que buscou Enderson Moreira em outras ocasiões, mas o técnico estava empregado e não pôde acertar antes. “Agora a gente queria, ele estava desempregado. Casou, agora é trabalhar para buscarmos os resultados”, pontuou o presidente do Goiás.

Assim como em 2011, Enderson Moreira foi contratado no dia que fez aniversário. O presente de 49 anos que o treinador recebeu foi assumir o time esmeraldino na 19ª colocação da Série A, torcida revoltada com a situação da equipe e insatisfeita com a diretoria, que dá sinais de estar dividida. Na primeira passagem, ele foi anunciado quando a equipe acumulava jejum de sete jogos sem vitórias na Série B, e corria risco de rebaixamento à Série C.

A primeira missão do treinador será retomar a confiança do elenco esmeraldino. Ele terá cinco dias de treinos até a estreia no domingo (4 de outubro), na Serrinha, contra o Santos. O adversário não traz boas lembranças, já que foi o último que ele enfrentou em 2013.

Essa será a terceira passagem de Enderson Moreira pelo Goiás. A primeira ocorreu em 2011, ele foi bicampeão goiano e campeão da Série B, antes de se despedir em 2013 quando optou por não renovar contrato. O último jogo daquela passagem ocorreu na emblemática derrota, por 3 a 0, para o Santos quando o time goiano perdeu a chance de voltar à Libertadores.

O treinador voltou em 2016 e permaneceu após comandar a equipe em 27 jogos. Ganhou o Goianão, nos pênaltis, para o Anápolis, foi eliminado na Copa do Brasil, também nos pênaltis, para o Ríver-PI. Na Série B, foram sete partidas: uma vitória, quatro derrotas e dois empates.

Na temporada 2020, Enderson Moreira iniciou à frente do Ceará e deixou o time cearense durante a paralisação do futebol, por causa da pandemia da Covid-19. Ele acertou com o Cruzeiro e há 21 dias foi demitido - o clube mineiro contratou Ney Franco, que havia sido desligado do comando do Goiás.

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