Esporte

Futebol goiano: sucessão na federação vai ter candidato único e aclamação

Diomício Gomes / O Popular
Ronei Freitas, ex-dirigente de clubes em Itumbiara e Inhumas, está na Federação Goiana de Futebol desde 2006

Com propostas para o futebol amador e profissional, masculino e feminino, e para qualificação de quem trabalha com o esporte em Goiás, Ronei Ferreira de Freitas deve ser aclamado, nesta terça-feira (23), presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF). A eleição tem apenas uma chapa inscrita e define quem preside a entidade no mandato do quadriênio de 2023 a 2026.

Alguns dos projetos do futuro presidente são manter a visibilidade do Campeonato Goiano de profissionais com a perspectiva de fazê-lo crescer nos próximos anos, ampliar o número de clubes participantes no Estadual de futebol feminino e dar um salto de qualidade na modalidade em Goiás, criar e estruturar a FGF Academy, oferecer cursos de qualificação para os profissionais que atuam nas categorias de bases, aperfeiçoar o trabalho de formação e aperfeiçoamento da arbitragem goiana, realizar o Supercampeonato Goiano de Futebol Amador, entre campeões das ligas amadoras filiadas.

Ronei Freitas vai presidir a entidade a partir do dia 1º de janeiro do próximo ano com o apoio do atual gestor da FGF, André Luiz Pitta. No pleito sem outros concorrentes, Ronei será aclamado na chapa “FGF Unida”, ao lado dos dois vices, Yuri Pires (1º), de 20 anos e filho de André Pitta, e Wilson Queiroz Brasil Filho (2º), de 38 anos.

Natural de Itumbiara (GO) e com 58 anos, Ronei Freitas é um dos vices da FGF, foi diretor de marketing e ocupa o cargo de superintendente da federação. Formado em Gestão Esportiva pela CBF Academy, iniciou trajetória esportiva como diretor de Esportes do Clube dos 50, em Itumbiara.

Ganhou visibilidade e foi convidado pelo ex-prefeito do município, Cairo Batista, para ser secretário de Esportes (1997 a 2000). Foi um fundadores e sócios do Real Clube. Depois, atuou no Grêmio Inhumense (atual Grêmio Anápolis) a convite do presidente do Atlético-GO, Adson Batista, à época gestor de futebol do clube-empresa.

Chegou à FGF como diretor de marketing, nomeado pelo então presidente Wilson da Silveira, a partir de 2006. A vivência e a experiência adquiridas durante as temporadas passadas são aliadas dele no mandato em que pretende colocar em prática os projetos. A gestão dele não se trata de ruptura com a atual e da qual faz parte, mas tem como meta aperfeiçoá-la e aproveitar a “expertise” do atual presidente, que é diretor de coordenação (Série D) da CBF e se dedicará à função.

Ronei convidou o filho de André Pitta, Yuri Pires, para ser um dos vices. Segundo Ronei, Yuri cursa Direito e está concluindo o curso de Gestão na CBF Academy.

Apoio

O novo presidente terá não só o apoio de André Pitta como da maioria das 64 entidades (clubes e ligas amadoras de futebol em Goiás) com direito a voto. Com o mandato de 15 anos de André Pitta no final, até 31 de dezembro de 2022, Ronei Freitas atua no planejamento e organização do Goianão 2023.

Por isso, a eleição foi antecipada para dia 23, para que a transição no cargo seja feita com antecedência. “Estamos num ano atípico. Teremos eleições (políticas) e a Copa do Mundo (novembro e dezembro). Por isso, decidimos antecipar o processo (eleição na FGF) para iniciar a transição de forma planejada”, explicou Ronei.

O primeiro grande desafio da nova diretoria será manter a visibilidade do Goianão. Por isso, a FGF terá de rediscutir contratos de transmissão (TV aberta e nas plataformas digitais), buscar mais parceiros comerciais para que o Estadual possa ter outras novidades, competitividade e que seja atrativo ao público. O presidente terá de lidar com questões como a de torcida única nos clássicos, determinada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e que virou problema de segurança pública nos últimos anos.

Nas 2ª e 3ª divisões do Estadual, também há preocupação em manter as competições em evidência através das plataformas digitais. Ronei Freitas afirma que se preocupa não só com a manutenção dos torneios das categorias de base - a FGF organiza as competições de 1ª e 2ª divisões e tem calendário completo o ano inteiro. Por isso, planeja qualificar os profissionais que atuam na base, do roupeiro ao gestor do clube.

“Nossos garotos e jovens merecem atenção especial, pois estão no processo de formação e transição (na carreira). É preciso qualificar quem está no trabalho com a base, pois é muito importante”, justificou. A partir disso, tem o projeto de criar a FGF Academy para oferecer cursos nas diversas funções de um clube de futebol.

Ao mesmo tempo, Ronei Freitas deseja fazer o chamado trabalho de “formiguinha” na questão da melhoria técnica dos jogos. Segundo ele, a qualidade dos estádios é um fator essencial e passa por bons gramados, vestiários e boa iluminação. Mesmo que a gestão das praças esportivas seja de competência de clubes ou das prefeituras, o futuro presidente da FGF pretende ter interlocução com gestores dos estádios e dirigentes nesse sentido.

Nos próximos dias, a FGF também realizará o conselho técnico do Campeonato Goiano de Futebol Feminino. A modalidade vive fase de crescimento no País, mas o principal desafio é fomentá-la em Goiás. Ronei explicou que sabe da existência de equipes e jogadoras no Estado, mas que há receio de federar os times por causa de custos e das exigências para jogar torneios. A expectativa dele é que a próxima edição tenha até cinco participantes - geralmente, são três - e espera algo maior no futuro. Quem sabe, dez clubes federados. “Seria um sonho.”

O futuro presidente da FGF não tem solução pronta e acabada para resolver os problemas e celeumas da arbitragem, mas terá atenção também com a qualificação dela a cada temporada, por meio de cursos para formação de novos profissionais, reciclagem deles e a realização da pré-temporada.

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