Após decidir permanecer no Brasil e renovar contrato com o Flamengo em janeiro, o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, busca se consolidar como ídolo nacional. Para fortalecer a relação com os jovens torcedores, ele lançou sua nova marca, a "Gabigol". O jogador de 23 anos terá dezenas de produtos licenciados, como materiais escolares, roupas e o boneco "Gabigolzinho". A ideia é alcançar o público mais jovem, independentemente do time de coração, algo que Neymar conseguiu quando defendia o Santos e era badalado por torcedores mirins das equipes rivais. Há também o objetivo de ajudar projetos sociais, com doações de produtos e de parte da renda obtida com as vendas.Em entrevista ao Estadão, o empresário Junior Pedroso, que gerencia a carreira do atacante, contou como surgiu o projeto de criação da marca. "Quando decidimos ficar no Flamengo, mesmo com propostas de clubes da Inglaterra e da Alemanha, era para criar uma identidade. Tínhamos esse projeto de ele continuar no Brasil, que está carente de um grande ídolo nacional. A ideia partiu da nossa empresa, foi aprovada pelo Gabriel e pela família dele, e então contratamos uma agência de criação", afirmou o agente.Gabigol disse estar animado com a nova marca e espera conquistar mais espaço no público infantil. "Queria encontrar uma forma de retribuir todo esse carinho das crianças comigo, pois sempre é muito legal vê-las no estádio pintados como se fossem eu. E não só a torcida do Flamengo, o carinho que recebi de vários torcedores mirins de outros clubes foi sensacional", agradeceu o jogador.Em 2019, por exemplo, Gabigol foi tietado por torcedores de Grêmio, Palmeiras e até do Junior Barranquilla, da Colômbia. A comemoração do atacante, fazendo pose com os braços para cima depois de marcar um gol, também virou febre entre o público mais jovem. De acordo com Junior Pedroso, chegam mais de 100 mensagens por dia via internet de crianças que querem conhecer o jogador pessoalmente ou ter pelo menos algum produto autografado."Temos o viés comercial, a parte social e possibilidade de poder estar na casa desses jovens, com algum brinquedo, copo ou jogo. Acreditamos que vamos conseguir alcançar crianças que não são flamenguistas que podem virar torcedor do Flamengo, como o Neymar fez na época do Santos. O Gabriel é assim desse jeito, cria tendências e gosta disso, não estamos forçando nada, apenas alavancando o poder da imagem que ele tem", disse Junior Pedroso.Questionado se ficar associado a um clube específico poderia atrapalhar o futuro da carreira de Gabigol, o empresário acredita que não haverá prejuízo neste sentido. Pelo contrário: os times podem ver que o jogador consegue render também fora das quatro linhas."A marca pode ganhar vida própria. Esse personagem que hoje é Flamengo pode virar outro depois. Claro que se ele sair, a marca perde força, porque o apelo do Flamengo é muito forte, é uma torcida muita grande, tudo tem dimensão maior, mas o Gabriel vai continuar como um grande ídolo", analisou. "O clube vê que o Gabriel não é o que entrega só dentro de campo, como pode alavancar outras áreas, e tudo isso junta vira um produto muito valioso. O PSG não pensa apenas no que o Neymar pode render jogando futebol".Até agora, Gabigol lançou o boneco "Gabigolzinho" em co-branding com o Flamengo e a linha de chinelos em parceria com a empresa Kenner. Segundo Junior Pedroso, há mais de 70 produtos em fase de análises, especialmente para produtos escolares, confecção de roupa infantil e linha de banho.