Esporte

Na Série B, Vila Nova faz tentativa de superar frustração do ano passado

Wesley Costa
Alesson é destaque do ano do Vila Nova, com nove gols e quatro assistências

O Vila Nova inicia na próxima segunda-feira (22) mais uma participação na Série B do Campeonato Brasileiro. O Tigre recebe o Guarani, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA). A situação poderia ser diferente caso tivesse vencido na última rodada da Série B de 2023 o rebaixado ABC-RN, em Natal. O acesso à elite esteve nas mãos, corpos e pés vilanovenses, mas escapou numa das piores atuações na última temporada.

O pesadelo da rodada final da última Série B perturba os torcedores vilanovenses até hoje. Superar o trauma é a missão do time na Segundona durante 38 rodadas. A cúpula diretiva sabe que, para dar um salto de qualidade, de estrutura e de finanças no clube, é preciso chegar à elite, assim como os arquirrivais no Estado, o Atlético-GO e o Goiás, fizeram antes. Na atual temporada, o alviverde é companhia na Série B e o Dragão é o único goiano na principal divisão.

O sonho não está riscado na pauta dos vilanovenses, mas o torcedor está machucado e desconfiado quando se fala no “projeto Série A”, expressão cunhada em 1997, quando houve esforço e gastos para que o clube fizesse a ponte da Série C (campeão em 1996) à elite nacional (1998), passando a galope pela Série B de 1997. Quase deu certo, mas o time terminou na 4ª colocação. Em 1999, foi a mesma coisa. Eram tempos de altos investimentos, como na contratação de Túlio Maravilha, em 1999, quando estava no Cruzeiro.

Agora, a diretoria colorada afirma que o clube tem um dos menores orçamentos da Série B - não revela os valores. Como no caixa não há dinheiro sobrando, o Tigre terá encarar adversários que anunciam aportes superiores à disputa da Série B, como o Goiás, o caçula Amazonas-AM, o Sport e, o principal deles, o Santos. O Peixe nunca disputou a Série B. Era sobrevivente na elite nacional, mas caiu em 2023 e começa com tudo de olho no acesso - no único torneio disputado em 2024, o Santos foi vice-campeão do Paulistão, perdendo o título para o forte Palmeiras.

Isso dá uma dimensão do que o Vila Nova terá pelo caminho. Em 2024, conseguiu uma meta e voltou a disputar a final do Goianão, após três anos, mas amargou o vice na final contra o Atlético-GO. Garantiu vaga na Copa do Brasil de 2025. Também disputa a semifinal da Copa Verde, saiu na frente no duelo com o Cuiabá-MT e poderá chegar à final pela terceira vez nos últimos anos. Claro, volta a alimentar o sonho de um título que a torcida espera.

Internamente, a diretoria sabe que ter dinheiro não é tudo na Série B. Foi assim no ano passado, quando disparou no 1º turno e beirou a Série A, traído pela última rodada em que só dependia de si mesmo.

Usando a base que começou a temporada, o clube turbinou o elenco com outro time de contratados. São 13 nomes nesta janela, que foi uma exceção após os Estaduais e se fechou nesta sexta-feira (19). Caso o técnico Márcio Fernandes queira, pode escalar time completo: Halls; Fábio (Elias), Jemmes, Guilherme Lacerda, Rhuan; Geovane, Cristiano, Igor Henrique; Júnior Toddinho, Igor Torres (Caíque), Emerson Urso.

Destes, Cristiano e Igor Henrique estão de volta ao clube, ate o final de 2025. O atacante Caíque, prata da casa de 23 anos, rodou o mundo após o vice do Brasileiro de Aspirantes (2020) e retornou após passagem pela Aparecidense. Como ele, há outros da base que serão opções na Série B, por enquanto. Se houver propostas, os jovens serão negociados conforme a política da atual diretoria.

As novidades (13) se juntam a outros jogadores que estavam ano passado no clube, como o goleiro Dênis Júnior, o volante Ralf, o meia Luciano Naninho e o atacante Juan Christian. Outro que voltou no começo do ano é o atacante Alesson, o destaque atual com nove gols (sete no Goianão e dois na Copa Verde) e quatro assistências em 19 jogos. Está em grande fase, após passagem pelo Goiás, na temporada passada.

A responsabilidade pela disputa do acesso será do técnico Márcio Fernandes. Testado e aprovado na Série C - foi campeão duas vezes, em 2015 e 2020, e campeão da Divisão de Acesso do Goiano em 2015 -, o treinador é quem mais ganhou títulos pelo clube neste século. Com poucos jogos, levou o time à final do Estadual (foi vice) e faz, até agora, campanha segura na Copa Verde. O título deste torneio é uma senha para ter mais estabilidade, mas ele necessita ganhar jogos nas rodadas iniciais da Série B para tocar o projeto com menos cobranças.

Outro componente que movimenta o Vila Nova é que, na Série B de 2024, um dos adversários será o Goiás, rebaixado ano passado. Na primeira vez que alvirrubros e alviverdes rivalizaram na Série B, em 1999, o clube da Serrinha se deu melhor e foi campeão, ficando o Vila Nova em 4º lugar. Na Série B de 2018, com a presença do Atlético-GO, o trio de goianos brigou pelas quatro vagas, mas so ó Goiás alcançou uma delas. Ano passado, foi a vez de o Dragão tirar o acesso dos vilanovenses.

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI