Esporte

Réus devem prestar depoimentos na CPI das Apostas Esportivas

Wesley Costa
Fernando Cesconetto, promotor de justiça e integrante do Gaeco, será convidado para falar na CPI das Apostas

Membros da CPI das Apostas Esportivas iniciaram, entre quarta (17) e quinta (18), pedidos de convocações de réus dos processos oriundos da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), atletas que foram suspensos preventivamente por 30 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e pessoas relacionadas às investigações ou com algum tipo de envolvimento sobre o caso de manipulação de resultados no futebol brasileiro entre 2022 e a atual temporada.

A CPI das Apostas sobre manipulação de resultados foi instalada na última quarta-feira (17), em Brasília. No mesmo dia, deputados que compõem a Comissão iniciaram solicitações e convocações para depoimentos. Nesta fase, todos os requerimentos devem primeiro ser aprovados pela Comissão. Depois disso, as datas para depoimentos serão definidas.

Os requerimentos para convocações são para os oito atletas suspensos por 30 dias pelo STJD, entre eles o lateral esquerdo Moraes, ex-Juventude e que defende a Aparecidense. Esses pedidos foram protocolados pelos deputados Ricardo Ayres (Republicanos-TO), Fred Costa (Patriota-MG) e Leur Lomanto Júnior (UB-BA).

Além de Moraes, os outros jogadores que devem ser convocados são: Eduardo Bauermann, do Santos; Gabriel Tota, ex-Juventude; Paulo Miranda, ex-Juventude e que estava no Náutico; Igor Cariús, ex-Cuiabá e que está no Sport; Matheus Gomes, ex-Sergipe; Fernando Neto, ex-Operário-PR e que foi afastado pelo São Bernardo; e Kevin Lomónaco, afastado pelo RB Bragantino.

Outros pedidos protocolados pelos deputados Ricardo Ayres e Leur Lomanto foram que o promotor Fernando Cesconetto seja ouvido em uma audiência pública para que contribua com informações sobre as investigações para a CPI. Eles também pediram acesso à íntegra dos documentos das investigações da Operação Penalidade Máxima.

Réus que nos processos do MP-GO são apontados como aliciadores e financiadores tiveram requerimentos de convocações apresentados pelo deputado Fred Costa (Patriota-MG).

Segundo os processos, entre apostadores, aliciadores e membros operacionais da organização criminosa estão: Bruno Lopez, conhecido como “BL” e considerado o líder da organização; Ícaro Fernando Calixto; Luís Felipe Rodrigues de Castro, “LF”; Victor Yamasaki Fernandes, conhecido como “Vitinho”; Zildo Peixoto Neto; Thiago Chambó Andrade; Romário Hugo dos Santos, conhecido como “Romarinho”; William de Oliveira Souza, conhecido como “Mclaren”; e Pedro Gama dos Santos Junior, empresário.

O deputado Luciano Vieira (PL-RJ) apresentou pedidos de convocações para sócios e donos de casas de apostas: Leonardo Davi Penna de Moraes Cordeiro, Rodrigo Barbosa Penna de Moraes Cordeiro (Bet365); Andre Luis Friaca Rodrigues (Betfair); Rafael Soares de Santana e Rodrigo Jose dos Santos Xavier (Sports-Bet); Edson Antônio Lenzi Filho, Thiago Heitor Presser (Parimatch); Ernildo Junior Farias (Pixbet); e o embaixador da casa de apostas Betino, Rafael Cunha. O deputado carioca também apresentou pedido para que Rodrigo Alves, presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas, preste depoimento à Comissão.

Presidente do Vila Nova

Entre as solicitações dos deputados também aparecem convites para o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que denunciou em novembro de 2022 o caso ao MP-GO; Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF; Cyro Terra Peres, procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás; Andrei Augusto Passos Rodrigues, diretor-Geral da Polícia Federal; Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública; Salmo Valentim, presidente da Associação Nacional dos Árbitros do Futebol.

Requerimentos também foram apresentados com convocações para dirigentes de clubes que tiveram atletas envolvidos em jogos com algum tipo de manipulação entre 2022 e 2023. Paulo Rogério Pinheiro, do Goiás, é um dos citados nos pedidos.

O jornalista André Rizek, do Sportv, também teve um pedido para ser ouvido na CPI. O requerimento foi apresentado por Márcio Marinho (Republicanos-BA). O apresentador do Grupo Globo acompanhou de perto as apurações da Máfia do Apito, escândalo de manipulação de resultados no Brasil em 2005. A sugestão do deputado baiano é que o jornalista testemunhe sobre as semelhanças dos casos.

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