O Atlético-GO procura, para substituir Eduardo Souza, demitido na sexta-feira (3), profissional que seja uma novidade para o clube nos conceitos de jogo e nos métodos de trabalho. O presidente do clube, Adson Batista, adiantou que pretende trazer um profissional que seja fiel ao “perfil” da agremiação, de atuar ofensivamente, com valorização da posse de bola, propondo o jogo e marcando no campo do adversário.É um pouco do que a equipe mostrou na goleada de 7 a 1 sobre o Iporá, na manhã de domingo (5), no resultado que garantiu a classificação do Dragão à semifinal do Estadual.O próximo treinador terá de casar algumas situações, como voz de comando sobre o elenco sem criar desgastas, ter estilo competitivo e mais ofensivo e saber lidar com o trabalho sob pressão na busca por resultados. O futuro técnico chegará para dirigir o time na semifinal do Goianão e na 2ª fase da Copa do Brasil, nas próximas semanas. Depois será a vez de disputar a Série B, na busca pelo acesso à elite nacional.Nos últimos anos, o clube mudou de técnicos, mas rodando os nomes, com idas e vindas. De 2016 até agora, alguns nomes dirigiram a equipe por mais de uma vez: Wagner Lopes, Marcelo Cabo, Eduardo Souza (como interino e efetivo), João Paulo Sanches (outro interino), Jorginho e Eduardo Barroca. Em 2020, dois novos nomes entraram na lista, cada qual deixando um legado diferente: Cristóvão Borges, de passagem curta ao lado do auxiliar português José Quadros e sem agradar à cúpula atleticana, e Vagner Mancini, que o clube recolocou no mercado durante passagem curta na Copa do Brasil e Série A.O bom trabalho no Dragão fez com que Mancini fosse contratado pelo Corinthians por proposta irrecusável. Atualmente, dirige um emergente – o América-MG.Vagner Mancini deixou o legado da competitividade e da inovação. Reformulou o elenco e o time, dando chances a jogadores como Dudu, João Vitor, Matheus Vargas, entre outros. A novidade começou pela mudança no estilo de jogo a partir do campo de defesa.Reserva até então, o goleiro Jean ganhou a posição de Kozlinski, pois tinha facilidade para “jogar com os pés”, segundo o treinador. Jean, que chegou ao clube após ter sido preso nos Estados Unidos por agressão à ex-mulher, Milena Bemfica, virou tiular, jogou 46 vezes, marcou seis gols e fechou a passagem pelo clube como campeão do Goianão 2020. No retorno à Série A, o Atlético-GO conseguiu se manter com segurança e garantiu vaga na Copa Sul-Americana.Outro profissional que tem um histórico vitorioso e de empatia com Adson Batista é o carioca Marcelo Cabo. São três passagens (2016 a 17, 2020 a 21, 2021 e início de 2022), marcadas por dois títulos (Série B 2016 e Goianão 2020). Porém, as duas partes (clube e treinador) decidiram dar um tempo na relação.Marcelo Cabo é um profissional que, segundo Adson Batista, tem as portas abertas no clube, mas faz um excelente início de ano no Remo-PA e não está na lista de nomes que interessam neste momento.Outro detalhe que chama a atenção no clube são passagens curtas dos técnicos pelo Dragão. Na média, são três técnicos a cada temporada. Em 2016, a direção foi mais tolerante, pois teve Wagner Lopes e Marcelo Cabo, campeão da Série B.O último nome que conseguiu ter maior duração no clube foi Wagner Lopes, no terceiro e último trabalho dele no Dragão, entre outubro de 2018 a outubro de 2019. Foi demitido após empate de 1 a 1 (contra o Vila Nova) e faltando um dia para completar um ano. A direção entendeu que o time estava caindo de produção e corria risco de não obter acesso da Série B à elite nacional.Adson Batista prometeu anunciar o nome do novo técnico no início desta semana, mas pode segurar um pouco mais a contratação do futuro treinador. O dirigente pretende ser certeiro na escolha para trazer o nome que possa agregar.Neste ano, ele tem procurado novos profissionais e conceitos na gestão da comissão técnica. Além de Eduardo Souza, foram demitidos o treinador de goleiros Markus Vinícius, e o preparador físico, Luís Fernando Goulart. Para as vagas deles, chegaram Francis de Castro e Juvenilson de Souza, respectivamente.