O Vila Nova está fora da faixa dos quatro melhores colocados (G4) do Grupo A da Série C do Brasileiro. O time vilanovense se vê separado por uma vitória dessa posição e vai buscá-la na partida deste sábado (5), às 19 horas, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA). No meio do caminho, está o Santa Cruz-PE, líder da competição (10 pontos), que se mantém invicto após quatro rodadas (três vitórias e um empate) e comandado por Itamar Schulle, técnico que comandou a equipe vilanonvese na temporada passada, quando o clube foi rebaixado da Série B à atual. Será o segundo jogo do Tigrão em casa - no primeiro e único, venceu o Paysandu por 2 a 0. Nas outras partidas, obteve dois empate e foi goleado pelo Ferroviário-CE, por 4 a 0, em resultado definido entre os vilanovenses como “atípico.”A última partida do Vila Nova foi domingo (30), em Belém, diante do Remo-PA. Houve empate de 0 a 0 e, com base nessa atuação, o técnico do Vila Nova, Bolívar, pretende manter a base da equipe para o enfrentamento com o líder, o Santa Cruz. “Fizemos um belo jogo contra o Remo. Infelizmente, não saímos com a vitória, mas o elenco soube absorver muito bem a última derrota (Ferroviário). Não conquistamos os três pontos que esperávamos conquistar, mas jogar diante do Remo, em Belém, não é algo fácil. Esperamos dar continuidade e vencer o Santa Cruz”, projeta o treinador. Ele considera o elenco que dirige como qualificado e que tem boas condições de chegar ao G4.Considerados clubes de grandes torcida, dessa vez Vila Nova e Santa Cruz jogam sem público, como parte do protocolo médico da CBF, como medida de segurança à realização de competições em tempos de pandemia do coronavírus. Nos confrontos mais destacados entre os dois times, os mais lembrados foram os disputados na fase final da Série B 1999, quando ambos arrastaram multidões aos jogos disputados nos Estádios do Arruda, no Recife (Santa Cruz 2 a 1, com 30.299 pagantes) e no Serra Dourada (Vila Nova 1 a 0, com 37.548 pagantes). Naquele ano, o time pernambucano foi vice-campeão e obteve o acesso, enquanto a equipe vilanovense amargou a continuidade na Série B nacional.Agora 20 anos depois, a partida será disputada em contexto diferente. Mas, no momento, ser mandante pode ter suas vantagens. O fator casa é tratado, no clube, como aliado que requer justificar o “favoritismo” que costuma ser apontado nessa situações. Mesmo com a boa fase do adversário, Bolívar prevê que será “um jogo de detalhes, o Santa Cruz tem um técnico que conhece o Vila” e que, durante a competição, toda partida é um “teste de fogo”. Foi assim quando o Vila recebeu o Paysandu, sobre o qual obteve vitória (2 a 0) no OBA. “O Paysandu, naquele momento, foi um teste de fogo”, lembrou Bolívar. Afinal, o time paraense é tratado como um clube de “camisa forte” no meio dos vilanovenses, assim como esse tratamento é estendido ao Santa Cruz.Bolívar não revelou o time. Por enquanto, Alan Mineiro não deve ser titular desde o início, por ainda não estar no auge da sua condição física - o jogador ficou nove meses sem atuar, após duas lesões graves no joelho esquerdo. O argentino Emanuel Biancucchi deve continuar na equipe, pois também tem sido elogiado. O atacante Henan, autor de um gol na Série C, espera iniciar o jogo, prega respeito ao Santa Cruz e diz que atacante tem de estar fazendo aquilo que dele se espera. “Centroavante vive de gols. Quando se fala de centroavante, não se espera grandes jogos, mas gols”, frisou. “Eu me cobro”, acrescentou o atacante, que faz questão de lembrar que ficou quatro meses sem atuar durante a fase da pandemia do coronavírus - estava na Ferroviária-SP, mas não atuou nas rodadas finais do Paulistão, em julho. Mas deve ser titular neste sábado.O Santa Cruz tem realizado uma temporada de resultados equilibrados em 2020. Vem de três vitórias seguidas na Série C, após empate na estreia - 0 a 0 com o Paysandu, único adversário que o Vila recebeu em Goiânia, vencendo-o por 2 a 0. Na temporada, o clube pernambucano tem sofrido com os pênaltis em jogos decisivos. Itamar Schulle dirigiu a equipe 26 vezes, obteve 14 vitórias, mas parou nas penalidades diante do Atlético-GO (2ª fase da Copa do Brasil, com empate de 1 a 1 e eliminação de 4 a 2), Copa do Nordeste (Confiança-SE, com 0 a 0 e 4 a 2 nos pênaltis nas quartas de final), final do Campeonato Pernambucano (0 a 0 e perda do título para o Salgueiro por 4 a 2). A única vitória nos pênaltis foi na semifinal local, quando eliminou o Náutico (0 a 0 e vitória de 7 a 6). Mesmo com esses reveses, a diretoria do Santa Cruz aposta no bom trabalho de Itamar Schulle, por ter experiência de levar o Cuiabá ao acesso, das Séries C à B, em 2018, além de ganhar dois títulos do Campeonato Mato-grossense (2018 e 19).FICHA TÉCNICALocal: Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA, em Goiânia-GO).Data: 5/9/2020 (sábado). Horário: 19 horas.Árbitro: Emerson Ricardo de Almeida Andrade/BA.Assistentes: Ledes José Coutinho/BA e José Carlos Oliveira dos Santos/BA.Vila Nova: Fabrício; John Lennon, Rafael Donato, Adalberto, Mário Henrique; Dudu, Pablo, Emanuel Biancucchi; Lucas Silva, Henan, Talles (Rodrigo Alves). Técnico: BolívarSanta Cruz: Maycon Cleiton; Augusto Potiguar, Denilson, William Alves, Júnior; André (Bileu), Paulinho, Didira; Chiquinho, Jaderson (Negueba), Victor Rangel (Mayco Félix). Técnico: Itamar Schulle