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Acne pode ser agravada por fatores emocionais como estresse, ansiedade e depressão

Diomício Gomes / O Popular
Lohanna Rezende: “Sempre tive acne e faço o tratamento certinho. Com a pandemia, ela se agravou”

Na vida da secretária Lohanna Rezende, de 32 anos, a questão já ganhou status de enigma semelhante ao da antiga propaganda de biscoito. A acne surgiu devido ao estresse ou o estresse é que foi causado pelo aparecimento das espinhas no rosto? Há tempos ela vive no que parece ser um ciclo vicioso. A única certeza é que o clima de tensão desde o início da pandemia da Covid-19 agravou seus problemas de pele.

“Sempre tive acne e faço o tratamento certinho. Com a pandemia, ela se agravou. Acredito que tanto pelo fator emocional quanto pelo uso da máscara”, explica Lohanna. O tratamento com a dermatologista inclui medicamentos e procedimentos específicos para o problema. Para controlar o estresse e a ansiedade, ele incluiu na rotina mais atividade física e meditação. A acne é uma patologia inflamatória crônica e uma das afecções dermatológicas mais comuns acometendo todos os públicos.

O problema pode causar lesões na pele de vários graus e nos casos mais graves levar ao surgimento de cicatrizes. A origem é multifatorial, sendo que um dos agentes pode realmente estar relacionado ao estado emocional. “O estresse é um importante fator de agravamento da acne. Além disso, em situações de ansiedade, as pessoas têm uma tendência maior a escoriar, tocar e espremer, aumentando a dificuldade de cicatrização e o surgimento de manchas. Isso agrava o problema”, explica a dermatologista Maria Lígia Mendonça.

A influência do estresse na acne deve-se à capacidade que ele tem de provocar alterações hormonais afetando diretamente a pele, desencadeando ou potencializando o surgimento das temidas espinhas. “Os fatores psicológicos são ansiedade, depressão, estresse, a autocobrança, quando, por exemplo, jovens estão próximo de prova, e períodos como a pandemia que estamos enfrentando. Na verdade, qualquer situação de estresse em que há aumento da liberação do cortisol na corrente sanguínea desenvolve acne”, ressalta a dermatologista Paula Azevedo.

O reflexo das emoções na pele é um assunto tão relevante que existe até mesmo um ramo da ciência chamado psicodermatologia, uma subespecialidade que estuda as interações entre a mente e a pele. A complexa relação entre o estado emocional e a saúde da pele desafia até mesmo os especialistas. “É importante tratar fatores psicológicos relacionados à acne, muitas vezes sendo necessário ajuda do psicólogo ou psiquiatra. Além disso, o dermatologista indicará os tratamentos tópicos e, eventualmente, orais para controle do quadro”, conta Maria Lígia Mendonça.

Adolescentes, especialmente meninas e mulheres jovens, são as vítimas mais propensas a sofrer com a acne causada por fatores emocionais. No consultório, é preciso que o dermatologista esteja bem atento. “No paciente que observamos que é tímido, introspectivo ou que não responde às perguntas e vem, geralmente, acompanhado de quem responde por ele, aquilo vai norteando que o motivo seja mais emocional”, explica Paula Azevedo. A acne afeta, preferencialmente, as regiões onde as glândulas sebáceas são maiores e mais numerosas, como a face, costas, ombros e tórax.
 

Uso da máscara agrava problema

Além da tensão, o uso da máscara, apesar de fundamental para evitar a contaminação pelo coronavírus, tem como efeito colateral o aparecimento de acne. Surgiu até uma nova denominação que é o “mascne”, mistura de máscara e acne. “Isso acontece porque ficamos respirando e exalando todas as bactérias que antes iam para o ar. Agora isso tudo fica aprisionado ali entre a boca e a máscara e, em contato com a pele, essas bactérias podem colonizar a glândula sebácea e causar inflamação com uma lesão acneica”, explica a dermatologista Paula Azevedo.

A dica principal para solucionar o problema é trocar as máscaras com frequência, no mínimo duas vezes ao dia, usando uma pela manhã e uma à tarde. Higienizar as máscaras lavando com água corrente e sabão e também a pele com mais eficácia, até mesmo com uso de sabonetes antibacterianos, são dicas importantes. “Para amenizar esse problema, recomendo utilizar menos maquiagens, quando for usar máscara, para minimizar a obstrução dos poros, utilizar produtos adequados ao tipo de pele, evitando cosméticos muito oleosos ou pesados, e fazer limpeza adequada da pele pelo menos duas vezes
ao dia”, ensina a dermatologista Maria
Lígia Mendonça.

 

Fatores comportamentais

Além das emoções, a acne pode ser desencadeada por fatores comportamentais. Confira os erros mais comuns que podem provocar o problema

- Não higienizar a pele de maneira adequada

- Não remover a maquiagem corretamente, o que pode obstruir os poros

- Usar produtos, inclusive protetor solar, que não são adequados ao tipo de pele

- Usar maquiagens contaminadas, velhas ou vencidas

- Não ter uma alimentação adequada

- Não se preocupar com a qualidade do sono

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