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Alok explica por que manteve live mesmo após Covid-19 e parto prematuro da filha

Divulgação

Depois de dias atribulados, o DJ Alok, 29, realiza neste sábado (19), a partir das 21h, o especial de fim de ano Alive (que em inglês significa "vivo"), com transmissão pelo YouTube e pelo canal pago Multishow. O nome, que já tinha sido dado antes, ficou ainda mais atual depois que ele e a mulher, Romana Novais, pegaram Covid-19, o que fez com que ela, grávida de oito meses, acabasse tendo um parto prematuro.

Por sorte, tanto o casal quanto a filha Raika estão bem, mas toda essa situação fez o DJ repensar muita coisa, inclusive a realização do evento. "Naquele momento, não queria fazer mais a live", afirma em bate-papo com a imprensa. "As primeiras 72 horas foram muito tensas, não queria passar para as pessoas isso. Eu não conseguia nem comemorar [o nascimento da filha]."

"Depois, foram passando os dias, minha filha foi se desenvolvendo e fui voltando à realidade", conta. "Nesse processo de retomada, fui ouvindo as músicas que tinha preparado para a live, e percebi como a música tem um poder de cura emocional. Não sou um xamã, mas a música ajuda", avalia. "Retomei a live com esse propósito. Sei que muitas pessoas não estão bem, não só pela Covid, mas pelo impacto social e econômico dela."

E já que é para fazer, vamos com tudo o que temos direito, né? O DJ, eleito o 5º melhor do mundo pela publicação especializada DJ Mag, diz ter pensado em convidar personalidades mais espiritualizados (ele cita a Monja Coen e o padre Fábio de Melo) e menos aparato tecnológico do que havia sido divulgado, mas foi demovido da ideia pela equipe.

"Eles disseram que se não usar o laser não vai ser cura emocional, vai ser um estresse coletivo", brinca Alok, referindo-se ao aparelho que, segundo o material de divulgação, emite uma luz capaz de ser vista do espaço. "Eu não sou cantor, não tenho uma banda, preciso ter algo", diz, aos risos.

Alok e lasers, aliás, é uma combinação de sucesso. Na live que o DJ fez no começo de maio, com exibição também pela Globo, o aparelho usado para emitir raios de dentro de sua casa chamou tanto a atenção que virou meme. "As pessoas falavam: 'Como deve ser a conta de energia da casa do Alok?'. No fundo é gerador", explica ele, ao afirmar que o carbono emitido na realização do evento será compensado.

O laser da época tinha 50 watts, o que já o tornava o mais potente da América Latina. Agora, vai ser usado o Laser Space Cannon, que tem potência 20 vezes maior (serão usados três). O aparelho, que é ativado da Califórnia (EUA), já foi testado como parte da divulgação do especial em nove cidades brasileiras (Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Salvador, Recife e Manaus).

O próprio músico afirma que o resultado em algumas delas não foi satisfatório, porque o céu estava muito claro. Mesmo assim, nos Estados Unidos, o resultado foi outro. "Começaram a ligar para a polícia achando que era um ataque alienígena", diverte-se.

A divulgação recebeu ajuda de alguns fenômenos naturais. "Sabíamos que em outubro aconteciam fenômenos de chuva de meteoros, então aproveitamos para incluir isso na divulgação", conta. "Durante a ativação caiu um meteoro no sul da Bahia, onde meu pai mora. O pessoal já começou a perguntar se era real ou divulgação da live do Alok. Para mim, representou o sinal de que estamos no caminho certo."

Outra tecnologia que será usada é o virtual estúdio, usado em produções como o último "Star Wars", que permite a criação de estrutura 4D interativa e de realidade aumentada. Ele diz que essa é uma das coisas que só poderiam ser feitas em uma transmissão por vídeo, como é o caso do especial. "A olho nu não é tão legal, mas na câmera fica incrível", diz.

Alok também promete novidades musicais. Serão três músicas inéditas no set list, além de uma versão autorizada por Roberto Carlos do hit "Jesus Cristo". "Como é um especial de fim de ano, precisava pedir bênção para ele", diz. "Foi incrível trabalhar com Roberto, ele é um referencial não só como artista, mas como ser humano."

O DJ conta que o rei pediu algumas alterações na primeira versão que ele mandou, mas nada que se comparasse às exigências de Mick Jagger, que fez ele mexer nove vezes na mesma canção dos Rolling Stones que ele remixou. "Foi aí que entendi o verso 'I can't get no satisfaction' [algo como, nunca estou satisfeito]", brinca.

O especial também marca o lançamento do Instituto Alok, entidade filantrópica que será financiada por ele. "Quando falei disso, comecei a ver comentário sobre isenção de impostos e lavagem de dinheiro", reclama. "Entendo essas pessoas porque eu também já pensei assim. Eu só espero que essas pessoas mudem um pouco essa visão."

Alok explica que lida com a depressão desde os nove anos de idade. "É difícil explicar uma depressão, é como tentar explicar o amargo se a pessoa nunca provou o amargo", compara. De todo modo, ele diz que experimentou momentos de "angústia e vazio existencial".

"Com 24 anos, estava com dinheiro, popularidade, tudo aquilo que pode ser considerado sucesso, mas foi o momento mais depressivo", compartilha. "Entrei em um buraco, e se esse era o sucesso da vida, a vida não tinha mais sentido nenhum." Nessa época, ele conheceu um médium espírita que o ajudou a entender o papel da filantropia. "Isso acabou trazendo luz para mim", afirma. "Eu era ateu, não acreditava muito em Deus."

Durante um trabalho voluntários na África, ele diz ter encontrado uma mulher que estava muito doente e que, mesmo assim, tinha fé. "Eu que tinha tudo estava reclamando, enquanto ela, que estava naquela situação, estava falando de Deus. Foi quando percebi que eu era o maior miserável ali."

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