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Babenco, documentário de Bárbara Paz, é escolhido para representar Brasil na corrida ao Oscar

Divulgação
A vida e a obra do diretor Hector Babenco são retratadas no documentário dirigido por sua viúva, Bárbara Paz

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou nesta quarta-feira que o documentário Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz, será o candidato oficial do Brasil para tentar uma vaga entre os indicados ao Oscar 2021 de melhor filme internacional.

Sem participação do governo federal, a escolha foi feita por uma comissão formada inteiramente por profissionais do setor. São eles os diretores de fotografia Afonso Beato e Lula Carvalho; os produtores Clelia Bessa, Leonardo Monteiro de Barros, Renata Magalhães e Rodrigo Teixeira; e os cineastas Laís Bodanzky, Roberto Berliner e Viviane Ferreira. Os também cineastas Andre Ristum e Toni Venturi serviram de membros suplentes do grupo.

Na disputa, além de Babenco, estavam os filmes A Divisão, A Febre, Alice Júnior, Aos Olhos de Ernesto, Casa de Antiguidades, Cidade Pássaro, Jovens Polacas, M8, Macabro, Marighella, Minha Mãe É uma Peça 3, Narciso em Férias, Pacarrete, Pureza, Sertânia, Todos os Mortos, Três Verões e Valentina.

Por causa da pandemia do coronavírus, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pelo Oscar, alterou o calendário da 93ª edição do evento, que em 2021 acontecerá mais tarde. Por isso, também será preciso esperar um pouco mais para saber se a candidatura brasileira vingou.

Pelo calendário do Oscar, no dia 9 de fevereiro será feito o anúncio dos filmes pré-selecionados para a categoria de longas internacionais. Quase um mês depois, no dia 15 de março, a lista completa de quem de fato foi indicado será anunciada. A cerimônia de premiação ficou para o dia 25 de abril de 2021.

No ano passado, o escolhido para representar o Brasil no Oscar foi A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, que acabou não entrando na lista. A última vez que o Brasil foi indicado entre os filmes estrangeiros foi com Central do Brasil, de 1998. Antes disso, apenas O Pagador de Promessas, O Quatrilho e O que É Isso, Companheiro? já haviam chegado perto da estatueta da categoria.

O filme

O documentário de Bárbara Paz traça um paralelo entre a arte e a doença de Babenco. O filme revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou sua vida. “Depois viajar o mundo chegou hora de apresentar nosso Babenco para o Brasil. Um filme de amor ao cinema, de um homem que amou a vida acima de tudo”, comenta a diretora, já que o filme tem estreia prevista para o dia 26.

Para o produtor associado Willem Dafoe, esse filme tem as características de Hector: “Seu pensamento, seu personagem e sua obra. Uma meditação poética, um poema de amor para ele, para a vida, para a morte e para o cinema”. Já a filha de Babenco e produtora Myra Babenco afirma que “é com muita alegria e emoção que com esse filme podemos tornar meu pai eterno e honrar o seu trabalho. Bárbara Paz compartilhou intimamente esse homem visionário, autêntico e precursor que através da sua arte, do seu olhar único, expôs questões humanas e fez diferença no mundo”.

O filme foi selecionado para mais de 20 festivais internacionais e estreou mundialmente no Festival de Veneza de 2019, recebendo o prêmio de melhor documentário na Mostra Venice Classics e o prêmio Bisato d’Oro 2019 (Prêmio Paralelo ao 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza dado pela crítica independente). No início do ano, conquistou o prêmio de melhor documentário no Festival internacional de Cinema de Mumbai, na Índia.

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