Superação e ousadia. Talvez essas sejam as duas palavras que mais definam a trajetória do chef Junior Marinho, de 29 anos, no programa Mestre do Sabor, da Rede Globo. O representante de Goiás no reality gastronômico disputa hoje, após mais um capítulo da novela Fina Estampa, a final da segunda temporada contra Ana Zambelli, Dário Costa e Serginho Jucá. O francês Claude Troisgros e o seu fiel escudeiro Batista comandam a exibição da grande decisão, que será ao vivo, no Rio de Janeiro. O campeão leva para casa o prêmio de R$ 250 mil.“Vou dar o meu melhor para tentar garantir esse prêmio. Estou bem confiante. Dediquei meu tempo nesses últimos meses para estudar e focar em pratos que eu possa fazer para qualquer tema proposto na final”, comenta Junior Marinho, em entrevista ao POPULAR. A decisão chega cercada de mistério. Ainda não se sabe quantas provas vão definir o grande vencedor da edição 2020, mas a expectativa é que sejam duas, assim como foi no ano passado e com os chefs Kátia Barbosa, Leo Paixão e Rafa Costa e Silva escolhendo o melhor prato.Para conquistar o programa, Junior Marinho terá pela frente grandes rivais. A carioca Ana Zambelli e o alagoano Serginho Jucá, que faziam parte do time Leo Paixão na competição, venceram praticamente todas as provas da primeira fase em equipe. Já o santista Dário Costa foi o campeão das disputas individuais e vem sendo apontado nas redes sociais pelo público como o favorito. “Os meus adversários são cozinheiros incríveis, cada um com um estilo. Mas acredito que o meu maior desafio será comigo mesmo”, analisa Junior.Se ganhar o programa, Junior Marinho já sabe o que fazer com a premiação. Ele pretende pagar o investimento que sua mãe fez no seu restaurante em Goiânia. “Ela sempre fez muito por mim e por toda minha família, quero poder retribuir isso. Acho que vou ter de triplicar o valor do prêmio porque quero fazer muitas coisas. Pretendo investir na minha carreira com viagens para fora do Brasil para conhecer mais sobre outros tipos de cozinha. Desejo comprar uma terrinha perto de algum lago em Goiás e fazer uma roça”, revela.TrajetóriaJunior Marinho provavelmente foi o chef que mais cresceu durante toda a competição a ponto de ser ousado na reta final, quando fez um prato que não conhecia e que lhe garantiu a vaga nas semifinais. O representante de Goiás no reality fez um socorrat com arroz bomba, caldo de frango e lagostim, frango assado, vatapá e vinagrete de maçã. “Ouvi uma conversa da Lydia sobre o socorrat, mas fiquei com vergonha de perguntar o que era e, quando cheguei no hotel, à noite, fui pesquisar na internet e apostei tudo nele naquela prova”, lembra.Para Junior, sua principal mudança de comportamento no reality ocorreu quando recebeu críticas no início do programa pelo prato creme de cogumelo com berinjela, farofa de limão e pele de peixe. Na avaliação, o mestre Rafa Costa e Silva disse que aquele “não era um prato, mas uma guarnição”. “Ali foi o grande marco para mim na competição. Depois daquele dia, eu coloquei na minha cabeça que eu precisava focar mais e entregar o melhor de mim sempre. Jurei que nunca mais o Rafa falaria mal do que eu fosse entregar nas etapas seguintes”, conta.Já sobre o ponto de afirmação no programa, Junior pontua que foi na etapa dos Duelos, quando enfrentou Álvaro Gasparetto, outro representante de Goiás no reality, com quem ele havia trabalhado em Goiânia. “Foi quando realmente eu entrei na competição porque precisava fazer alguma coisa surreal de incrível para passar de fase e comecei a dar uma subida no nível dos meus pratos”, recorda-se. O finalista venceu aquela disputa com um aligot de batata-doce com vinagrete de camarão e ar de caju. Álvaro foi eliminado na Repescagem.Para se garantir na final, Junior apostou em um prato que sempre fez parte da sua infância. Na semifinal, ele fez picadinho de filé-mignon, cuscuz com coentro, banana assada, queijo coalho com mel e ovo frito. Os mestres apontaram como o melhor da disputa na avaliação. “Eu tentei fazer uma releitura mais tranquila o possível, porque o prato já é maravilhoso. Acredito que vai contar muito na final essa questão de prato afetivo e que remeta à cozinha brasileira, que é o que eu amo, além de acrescentar algumas técnicas que estudei.”Final de protocolosPara a grande final, uma série de cuidados serão seguidos em prevenção ao novo coronavírus. Claude Troisgros, Batista, Monique Alfradique, Kátia Barbosa, Leo Paixão, Rafa Costa e Silva, os finalistas e a reduzida equipe seguirão um rigoroso protocolo de segurança. Todos serão testados e terão a temperatura checada antes da finalíssima. O uso de máscaras será obrigatório e os camarins, individuais, com acesso e trânsito proibido entre eles.Dentro do estúdio, estarão apenas os apresentadores, os mestres e os quatro finalistas, além de uma pequena equipe devidamente protegida. Utensílios não poderão ser compartilhados durante a competição e uma barreira de acrílico vai separar os mestres na bancada onde julgarão os pratos. Dessa vez, cada um dos técnicos receberá uma porção individual para degustar e escolher o melhor sabordo dia.PerfilNatural de Rio Branco (AC), Júnior Marinho mudou-se para Goiânia em 2010 – onde passava férias na casa de uma tia –, quando ainda cursava Direito. Desistiu da profissão, foi fazer Publicidade e no meio do caminho tomou outro rumo na carreira: a gastronomia. Depois, ele participou de um concurso em São Paulo e ficou em terceiro lugar. Na disputa, conheceu o chef Ian Baiocchi e foi seu estagiário durante seis anos. No fim de 2018, ele conseguiu abrir o próprio restaurante, o Juá, com mais três sócios, um deles o seu namorado, o também chef de cozinha Vinícius Caetano Ramalho.-Imagem (Image_1.2089914)-Imagem (Image_1.2089915)-Imagem (Image_1.2089916)