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Chico César e Geraldo Azevedo fazem show de gigantes nesta sexta-feira (20) em Goiânia

Divulgação
Chico César e Geraldo Azevedo em show da turnê 'Violivoz'

A arte é feita de grandes encontros e, na música, sempre fizeram história. Em 1984, o projeto Cantoria colocou no mesmo palco Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai. Em 1996, foi a vez de Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo e Zé Ramalho. Entre tantas outras parcerias lendárias na MPB, como a de Milton Nascimento e Lô Borges. Agora é a vez de mais uma união. Chico César e Geraldo Azevedo estão rodando o Brasil com a turnê Violivoz, que chega nesta sexta-feira (20) em Goiânia, com apresentação a partir das 21h30 no Centro de Convenções da PUC Goiás. A abertura dos portões será às 20 horas.

“Sou um artista de parcerias, gosto muito da troca que os trabalhos coletivos proporcionam. A soma de nossas artes cria algo novo e muito potente”, afirma Geraldo Azevedo, em entrevista ao Jornal O Popular. “Nós temos o violão como base, o que nos dá um universo harmônico e melódico parecido, porque a gente bebe bastante da música nordestina. Escutei Geraldo pela primeira vez no disco com Alceu Valença, lançado em 1972. Além das músicas, que falavam do meu universo, o espírito de partilha e parceria, de fazer algo junto, me chamou atenção”, complementa Chico sobre o início do projeto.

Cantores e compositores nordestinos de gerações distintas, eles se conheceram em 1992, quando o pernambucano Geraldo já dominava as rádios com sucessos como Moça Bonita (1981), Dona da Minha Cabeça (1986), Dia Branco (1981) e Sabor Colorido (1984). Já o paraibano Chico lançaria seu disco de estreia em 1994, Aos Vivos, gravado em São Paulo, dos hits Mama África e À Primeira Vista. Violivoz surgiu totalmente despretensioso numa noitada de violão, na casa de Chico, em São Paulo, depois do show de lançamento do EP É o Frevo, É Brasil no Sesc Pinheiros, de Geraldo Azevedo, em 2019.

A ideia era lançar a turnê em maio de 2020, mas foi preciso adiar por conta da pandemia. O período foi fundamental para o nascimento das primeiras canções do projeto, caso de Nem na Rodoviária e Tudo de Amor (canção romântica criada a partir de melodia feita por Geraldo ao violão e letrada por Chico). “Estamos muito felizes com as apresentações pelo País. Esperamos muito para lançar esse show e agora estamos realizando o sonho de voltarmos aos palcos juntos”, celebra Chico. Apesar das duas canções lançadas nas plataformas digitais, a gravação de um disco ainda não é uma realidade.

Em resumo, Violivoz é um projeto de amizade e de admiração pela carreira do outro. “A nossa arte caminha junto, lado a lado. Elas se encontram e se somam. Temos as mesmas origens, bebemos das mesmas fontes. O principal ponto de interseção do nosso trabalho, com certeza, é o violão. A nossa maneira de tocar traz um acento nordestino, que se impõe para além do sotaque da voz”, ressalta Geraldo. “O afeto por cada música, a vontade de tocá-las e a entropia, a química do encontro. Quisemos tocar as que já tínhamos na memória afetiva, o que nem sempre conseguimos”, lembra Chico.

Repertório

Além das duas canções inéditas, o show é repleto de grandes sucessos da carreira dos dois artistas em que eles cantam juntos ou um canta e o outro acompanha no violão. Táxi lunar (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Alceu Valença, 1979), Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha, 1979), Estado de Poesia (Chico César, 2012), Da Taça (Chico César, 2015), Onde Estará o Meu Amor? (Chico César, 1996) devem fazer parte do repertório. Outra que não deve ficar de fora é Deus me Proteja (Chico, 2008), cantarolada por Juliette no Big Brother Brasil 21.

“Os goianos podem esperar um show potente, com momentos de amor e de amizade. Estou muito feliz de voltar a Goiânia com esse projeto tão esperado. Adoro a cidade e quero retornar mais vezes”, diz Chico. “O público terá uma apresentação forte, com vários hits para todo mundo cantar junto, além de algumas surpresas”, completa Geraldo. Se repetir o que vem acontecendo na turnê, o encontro tem um momento em que eles reforçam o tom político no palco, como foi no Circo Voador, quando cantaram Pra Não Dizer que Não Falei de Flores (Caminhando), de Geraldo Vandré, 1968.

No Rio de Janeiro, a canção Pedrada (2019), de Chico, incendiou os fãs com os versos “Cães danados do fascismo/ Babam e arreganham os dentes/ Sai do ovo a serpente/ Fruto podre do cinismo”. O mesmo tom vem da inédita do duo Nem na Rodoviária com “Nessa sociedade/ A verdade parece mentir/ Mesmo assim sem jeito/ Tenho amor no peito”. Também deve entrar nesse bloco Reis do Agronegócio (Chico e Carlos Rennó, 2015), em que ele canta “Vocês que aumentam todo ano sua posse/ E que poluem cada palmo de terreno”. “Fazer arte no Brasil de hoje é um ato político de resistência”, comenta Chico.

Saudade dos palcos
Apesar dos shows solos paralelamente e de outros projetos, caso de Geraldo Azevedo que segue na estrada com O Grande Encontro ao lado de Elba Ramalho e Alceu Valença, o início da turnê Violivoz veio para acabar com a saudade que os artistas estavam do palco. “É uma alegria enorme rever as plateias cheias, os fãs cantando nossas músicas. Aquele negócio de live em teatro vazio era angustiante. Por mais que soubéssemos que estávamos conectados pela internet, era muito frio. Nada substitui a emoção de ver um teatro lotado. Estamos muito felizes com essa retomada”, ressalta Geraldo Azevedo.

Por onde tem passado, a turnê vem sendo bastante elogiada pela crítica e sempre com casa lotada. Em Goiânia, a apresentação estava marcada primeiramente no dia 15 de abril, mas precisou ser adiada devido à falta de voos adequados para o deslocamento dos artistas, segundo a organização do evento. As entradas que foram adquiridas anteriormente continuam válidas, sem a necessidade de troca para os assentos que continuarão os mesmos.

SERVIÇO
Show: Violivoz com Geraldo Azevedo e Chico César
Data: Sexta-feira (20), a partir das 20 horas
Local: Centro de Convenções da PUC Goiás / Campus 2, Avenida Engler, 507, Jardim Mariliza
Ingressos: R$ 138 Poltrona Superior Lateral A e B  (inteira), Superior Central R$ 188 (inteira), Poltrona Inferior Lateral A e B R$ 220 (inteira), Poltrona Vip R$ 240 (inteira), Poltrona Vip Fã R$ 300 (inteira) e R$ 300 (Camarote). Os ingressos estão no 4º Lote
Classificação indicativa: 16 anos
Informações: (62) 99210-7441/ (62) 99843.4241 ou www.maisingressos.com
 

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