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Diretor de 'Parasita' diz ser fã de Glauber Rocha e que 'fica de boca aberta com filme brasileiro'

The Academy/Instagram/@theacademy
Bong Joon-ho,

O cineasta coreano Bong Joon-ho, diretor do filme "Parasita", grande vencedor do Oscar 2020 ao levar os prêmios de roteiro original, filme internacional, diretor e, o mais importante, melhor filme do ano, o primeiro não falado em inglês a conquistar tal categoria na história, fez uma revelação. Ele diz que acompanha as produções latino-americanas e que “Deus e o diabo na terra do sol”, do baiano Glauber Rocha, chamou muito a sua atenção.

"Sempre que posso, confiro o que estão fazendo os novos diretores chilenos, peruanos, argentinos, brasileiros. Porém, de todos eles, 'Deus e o diabo na terra do sol' (1964), do Glauber Rocha, foi o filme que jamais saiu de minha cabeça. É impressionante, ainda hoje fico de boca aberta ao rever aquela maravilha", afirmou o coreano em entrevista ao jornal O Globo, em 2017, quando promovia outro filme seu, 'Okja', pela Netflix. Bong também disse que Alfred Hitchcock é uma inspiração para os seus filmes.

Quem é Bong Hoo Jo
Grande nome do Oscar 2020, Bong Joo Ho nasceu no dia 14 de setembro de 1969 na cidade de Daegu, na Coreia do Sul. Apesar de ter cursado Sociologia, seu interesse maior, desde cedo, era o cinema, especialmente os filmes de Edward Yang, Hou Hsiao-Hsien e Shohei Imamura. Suas primeiras experiências cinematográficas foram curtas em 16mm e dois deles, Memory in the Frame e Incoherence, foram exibidos em festivais internacionais como de Vancouver e Hong Kong.

Seu primeiro longa metragem, Cão que Ladra Não Morde, foi rodado em 2000, mas teve um inexpressivo lançamento. O sucesso de fato, de público e crítica, veio com o longa seguinte, Memórias de um Assassino, de 2003, baseado na história real do primeiro serial killer da Coreia do Sul.

A consagração, na verdade, veio com seu terceiro filme, O Hospedeiro (2006), que estreou no Festival de Cannes. Trata-se de um longa que une terror, humor, ficção científica e drama para contar a história de uma criatura gerada por poluição de indústria química, que emerge do rio Han, em Seul, causando pânico.

Mais três anos e Bong Hoo Jo rodou Mother – A Busca pela Verdade, poderoso drama sobre uma mulher que defende com toda a força o filho deficiente, acusado de assassinato. A cada novo longa, o cineasta sul-coreano aumentava o respeito dedicado pela crítica.

A estreia em Hollywood aconteceu em 2013, com a ficção científica Expresso do Amanhã, inspirado na na graphic novel francesa Le Transperceneige, de Jean-Marc Rochette e Jacques Loeb. Em 2017, convidado pela Netflix, Boo Ho dirigiu Okja, fantasia crítica sobre a amizade entre uma garota e seu porco gigante de estimação, motivo para alfinetar a indústria alimentícia, além de defender os direitos dos animais e da natureza.

O sucesso definitivo aconteceu neste domingo, 9, quando Bong Joo Ho ganhou quatro Oscars: roteiro original, filme internacional, diretor e, o mais importante, melhor filme do ano, o primeiro não falado em inglês a conquistar tal categoria na história. Durante a cerimônia, em seus agradecimentos, ele revelou sua dívida com grandes cineastas. “Quando estava na escola, estudei os filmes de Martin Scorsese e já foi uma honra estar indicado junto dele – o que dizer depois de vencê-lo?”, disse, estendendo os elogios a Tarantino. “Quando as pessoas nos EUA não estavam familiarizadas com meus filmes, Quentin sempre destacou meus longas em suas listas.”

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