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Gusttavo Lima desfaz sociedade do frigorífico Goiás

Reprodução
Além de sócio, Gusttavo Lima era “garoto propaganda” do frigorífico e ajudava a vender franquias pelo país

O cantor sertanejo Gusttavo Lima rompeu a sociedade que mantinha com o Frigorífico Goiás, fundado pelo empresário Leandro Nóbrega. A empresa ficou conhecida pela comercialização da “Picanha Mito”, criada em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo quilo é vendido a R$ 1.800.

Além de sócio, Gusttavo Lima era “garoto propaganda” do frigorífico e ajudava a vender franquias pelo país. Os motivos para o fim da parceria não foram informados pela assessoria do cantor. O que se sabe, no entanto, é que três dias antes do fim da sociedade, Nóbrega envelopou um helicóptero com a imagem de Bolsonaro durante uma agenda do presidente em Goiânia.

Vale lembrar que o rompimento ocorreu durante a “CPI do sertanejo”, nome dado à série de cancelamentos de shows de vários cantores do gênero, inclusive do Gusttavo Lima. As apresentações contavam com cachês milionários pagos por prefeituras de cidades pequenas. Apesar disso, a assessoria do cantor nega que a decisão tenha relação com questões políticas.

A única informação divulgada foi sobre o fim do contrato, em nota enviada ao UOL: "A Balada Music e a assessoria de imprensa do cantor Gusttavo Lima comunicam que o artista encerrou em 24/05/2022 os trabalhos de divulgação da marca FG - Frigorífico Goiás. Na data se deu o encerramento do contrato de imagem do artista com a empresa".

Em dezembro do ano passado, o sertanejo comemorou o sucesso do negócio que, em menos de 12 horas, já havia vendido 150 franquias, cada uma avaliada em R$ 500 mil. Mesmo após a decisão, a imagem de Gusttavo Lima continua associada ao site do Frigorífico Goiás.

CPI do sertanejo

Na internet, os pedidos de CPI do sertanejo começaram depois de o cantor Zé Neto, que faz dupla com Cristiano, dizer em um show que não precisava da Lei Rouanet e tecer críticas destinadas à cantora Anitta. Os fãs da cantora passaram então a pesquisar os valores pagos pelos munícipios e as formas de pagamento. Desde então, shows estão sendo cancelados em várias cidades do interior do país.

No dia 17 de maio deste ano, durante um show, o cantor disse: “Estamos aqui em Sorriso, no Mato Grosso, um dos estados que sustentaram o Brasil durante a pandemia. Nós somos artistas e não dependemos de Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ (em referência à cantora Anitta que já declarou ter feito uma tatuagem íntima) para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta e o Brasil inteiro canta com a gente”.

Gusttavo Lima foi um dos mais afetados após a polêmica. Ele teve shows cancelados em Conceição de Mato Dentro (MG), São Luiz (RR) e Magé (RJ), que seriam pagos com dinheiro público. Os municípios têm entre 8 mil e 200 mil habitantes e destinaram R$ 1,2 milhão, R$ 800 mil e R$ 1,9 milhão, respectivamente, para realização dos eventos.

“Eu nunca me beneficiei de dinheiro público. Eu não compactuo com dinheiro público, sou um cara que tenho meus impostos em dia. Se eu custo um, não é pela prefeitura que vai me pagar meio. Todos nós temos contas para pagar, seja para prefeitura ou para shows privados”, declarou na época.

Entenda

O Ministério Público de Contas de Minas Gerais instaurou um procedimento preparatório para apurar a possível existência de irregularidades na contratação de uma apresentação de Gusttavo Lima pela Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais. O cantor receberia um valor de R$ 1,2 milhão pelo show. Depois de toda repercussão e a polêmica envolvendo a quantia, o show foi cancelado. O Ministério Público do Rio de Janeiro também abriu um inquérito para investigar se houve irregularidades na contratação do sertanejo para um show em Magé, por R$ 1 milhão.

Resposta

Após as polêmicas envolvendo a contratação de seus shows por prefeituras, situação que passou a ser alvo de investigação do Ministério Público, o cantor Gusttavo Lima fez uma live negando irregularidades. “É muito triste ser esculhambado, tratado como se fosse um criminoso, um bandido”. “Aqui existe um ser humano, um pai de família, ninguém aqui é bandido", disse o artista.

Mesmo admitindo que cobra das prefeituras o mesmo valor de contratantes privados, o cantor sertanejo disse que nunca se “beneficiou ‘sobre’ dinheiro público” e que não compactua com esse tipo de verba. “Sobre shows de prefeitura, acho que todos os artistas fazem ou já fizeram show de prefeitura e isso, na minha forma de pensar, é sobre valorizar a nossa arte", declarou.

Fábio Lima/O Popular
Helicóptero de um frigorífico plotado de verde e amarelo e com a foto do presidente Jair Bolsonaro
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