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Lícia Manzo e Jayme Monjardim relembram "A Vida da Gente", que volta em reprise na Globo

“Difícil para mim separar o que escrevo do que sou. A essência de A Vida da Gente permanece para mim atual na medida que são assuntos que ainda me mobilizam e me fazem pensar.”

A reflexão é da autora da novela, Lícia Manzo, que será reexibida na TV Globo a partir de 1º de março, na faixa das 18 horas, em substituição a Flor do Caribe.

Jayme Monjardim, diretor da obra, faz coro à fala da companheira de trabalho: “Esse é um dos projetos mais importantes que fiz. É uma novela que tem uma relação com a vida e com as emoções muito forte e consistente. É um presente a volta de A Vida da Gente", reforça.

Felizes com a edição especial da novela, a autora e o diretor falam, na entrevista a seguir, sobre as lembranças que ainda guardam do período em que a obra foi feita, há cerca de dez anos, e da expectativa para o retorno do trabalho.

 

A Vida da Gente foi escolhida para ser exibida em edição especial e, desde o anúncio, a receptividade do público tem sido muito boa. Como você recebeu a notícia da volta da novela? E esperava que as reações seriam tão positivas?

Lícia Manzo: Fiquei muito feliz que A Vida da Gente estará de volta. Quando uma novela termina, vivemos um luto, e é difícil dizer adeus aos personagens. A reprise agora, para mim, é uma chance de reencontrá-los.

Jayme Monjardim: Para mim, esse é um dos projetos mais importantes que já fiz. Primeiro pelo texto primoroso da Lícia Manzo. Ela tem uma capacidade impressionante de contar histórias, diálogos. É uma novela muito boa, que tem uma relação com a vida e com as emoções muito forte, muito consistente. Para mim é um presente a volta da novela.

 

A Vida da Gente fala sobre relações – familiares e humanas. E é um trabalho escrito por você há dez anos. Você acredita que rever um trabalho é também uma oportunidade de se rever? Acha que se tivesse escrevendo essa história hoje, seria muito diferente?

Lícia Manzo: Muito do que penso, sou, acredito está espelhado em A Vida da Gente. Difícil para mim, para não dizer impossível, separar o que escrevo do que sou. Hoje, talvez tecnicamente, mudasse alguma coisa na novela em termos de estrutura, quem sabe... Mas a essência da novela ou o que está dito permanece para mim atual na medida em que são assuntos que ainda me mobilizam e me fazem pensar.

 

Você se lembra ou guarda alguma memória especial daquele período? Ou se recorda de alguma curiosidade das gravações, das viagens?

Jayme Monjardim: Tenho grandes lembranças, maravilhosas. Foram grandes viagens emocionais, grandes cenas gravadas, cenas muito consistentes. Fizemos uma linda viagem para Ushuaia, também para o Sul do Brasil, com cenas lindas. Mas eu acho que A Vida da Gente é uma novela que tem, mais do que as viagens que fizemos, uma viagem pelo sentimento das pessoas e, para mim, isso importa muito, me marca.

 

A obra foi lançada com muitos atores jovens, começando suas carreiras, que despontaram. Na época do lançamento, em 2011, você chegou a falar que achava muito importante revelar novos nomes para o grande público. Você já conseguia enxergar naquela época a grande potência daqueles artistas?

Jayme Monjardim: Essa relação com os atores novos me acompanha em toda a minha carreira. Meu sonho sempre foi lançar pessoas, novos atores. Isso é parte de uma relação muito intensa que tive com Maneco (o autor Manoel Carlos), que também sempre teve esse desejo. E é algo que vem comigo desde Pantanal, posso dizer que é um pouquinho a minha marca registrada. Acho muito importante a força emocional de cada obra. E trabalhar com atores novos, que nunca foram vistos pelo público, faz com que as pessoas sintam muita verdade. Isso faz muita diferença.

 

Vocês vão tentar rever a novela também? O que esperam que o público sinta com essa edição especial?

Lícia Manzo: É claro que vou rever! Novela é um filho e de filho a gente não se cansa. Verei como uma espectadora, favorecida pela distância, e, nesse sentido, podendo me surpreender também.

Jayme Monjardim: Todas as minhas reexibições eu vejo, sem exceção. Estou aqui cravado em Flor do Caribe (novela das seis que está no ar atualmente). Para mim, é uma emoção muito grande rever meu trabalho. Vivo muito intensamente todas as novelas, é uma dedicação muito grande. Acredito que não existem grandes resultados sem grande dedicação, é impossível. Rever é uma forma de reestudar o que fiz, me reavaliar. Isso para mim é muito importante.

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