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Lollapalooza é acusado de usar trabalho análogo à escravidão na montagem

Ministério do Trabalho

O Ministério do Trabalho identificou nesta semana que cinco funcionários terceirizados do festival Lollapalooza trabalharam por cinco dias em regime considerado análogo à escravidão.

Os fiscais identificaram que a equipe, responsável pela montagem dos bares do festival, estavam dormindo no Autódromo de Interlagos, onde ocorre o evento, após jornadas de trabalho superior ao que é permitido por lei.

Responsável pela organização do Lollapalooza, a produtora de eventos T4F afirmou em nota que encerrou a relação com a empresa e se certificou de que todos os direitos dos trabalhadores fossem garantidos. A empresa foi substituída, e os bares funcionarão normalmente, segundo a assessoria de imprensa do festival.

Em 2019, o Lollapalooza também recebeu acusações de empregar trabalho análogo à escravidão. À época, o Sated-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo) apresentou uma denúncia ao MPT para que fosse investigado o recrutamento de pessoas em situação de vulnerabilidade social para a montagem de palcos.

Na ocasião, reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que os trabalhadores receberam R$ 50 para trabalhar por cerca de 12 horas no carregamento de equipamentos.

Em 2018, também houve acusações. Foi quando a Pastoral do Povo de Rua entrou com um pedido no MPT para que duas empresas de carregamento do festival fossem investigadas.

A denúncia tratava do uso de mão de obra de moradores de rua na montagem de estruturas, relatando falta de registro e ausência de banheiros, mas foi arquivada porque a procuradora entendeu que o tema deveria ser remetido a um órgão fiscalizador, como o extinto Ministério do Trabalho.

ÍNTEGRA DA NOTA DA T4F

"Para realizar um evento do tamanho do Lollapalooza Brasil, que ocupa 600 mil metros quadrados no Autódromo de Interlagos e tem a estimativa de receber um público de 100 mil pessoas por dia, o evento conta com equipes que atuam em diferentes frentes de trabalho, em departamentos que variam da comunicação a operação de alimentos e bebidas, da montagem dos palcos a limpeza do espaço e a segurança. São mais de 9 mil pessoas que trabalham diretamente no local do evento e são contratadas mais de 170 empresas prestadoras de serviços.

A T4F, responsável pela organização do Lollapalooza Brasil, tem como prioridade que todas pessoas envolvidas no evento tenham as devidas condições de trabalho garantidas e, portanto, exige que todas as empresas prestadoras de serviço façam o mesmo.

Nesta semana, durante uma fiscalização do Ministério do Trabalho no Autódromo de Interlagos, foram identificados 5 profissionais da Yellow Stripe (empresa terceirizada responsável pela operação dos bares do Lollapalooza Brasil), que, na visão dos auditores, se enquadrariam em trabalho análogo à escravidão. Os mesmos trabalharam durante 5 dias dentro do Autódromo de Interlagos e, segundo apurado pelos auditores, dormiram no local de trabalho, algo que é terminantemente proibido pela T4F.

Diante desta constatação, a T4F encerrou imediatamente a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos 5 trabalhadores envolvidos fossem garantidos de acordo com as diretrizes dos auditores do Ministério do Trabalho. A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas."

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