BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ministra da Cultura, Margareth Menezes, rebateu declaração recente de Jair Bolsonaro (PL) sobre a Lei Rouanet, principal mecanismo de incentivo às artes do país, e afirmou que o ex-presidente "não gosta de cultura".No último dia 24, Bolsonaro afirmou que com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência "já começou a festa da Lei Rouanet"."A Lei Rouanet, já recomeçou a festa. Não posso falar nome aqui. Quando eu assumi, cada artista podia pegar até quanto por ano, alguém sabe aí? Cada artista? Artista importante, lógico. Até R$ 10 milhões por ano. Eu passei para R$ 1 milhão quando eu assumi, depois nós passamos para R$ 100 mil. E R$ 100 mil é muito dinheiro, pessoal", disse Bolsonaro a apoiadores em frente à casa onde está se hospedando nos Estados Unidos."Não vou comentar, porque ele não gosta de cultura", afirmou a ministra nesta quarta-feira (8) ao ser questionada sobre as declarações de Bolsonaro em café da manhã com jornalistas.Nesta quarta, Margareth também teceu elogios a Lula. "Estamos muito felizes pela volta do MinC, pela volta de um presidente que tem um olhar de sensibilidade e entende que o fazer cultura, o fazer artístico é um processo não só de emancipação social, mas também da volta do funcionamento do mercado", disse."A cultura é um setor de mobilidade econômica e é essa que é a visão do presidente Lula, graças a Deus", continuou.Na gestão Bolsonaro, a cultura se tornou um campo de batalha política com diversos ataques do próprio ex-presidente e de seus aliados à classe artística e à Rouanet.A ministra afirmou ainda que os trabalhadores do setor merecem respeito e que eles "não são bandidos". "Não somos bandidos. Somos trabalhadores como qualquer outro trabalhador da indústria do Brasil. É desse lugar que merecemos o respeito no nosso dia a dia. Porque ele é feito de labor, não é de graça."