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"O circo pode tudo, menos ser chato”, destaca Marcos Frota

Wesley Costa
Ator Marcos Frota visita o Grupo Jaime Câmara, em Goiânia

Para Marcos Frota, o circo faz brilhar os olhos das crianças e dos adultos por conta do mistério que todo o universo fantástico apresenta à medida que o público entra na lona. Aos 67 anos, quase 50 dedicados à arte circense, o ator viaja com o Mirage Circus há dez anos.

O show criado pelo mineiro está em cartaz em Goiânia e conta com uma megaprodução, números de encher os olhos e cerca de 200 artistas nacionais e internacionais. As apresentações incluem malabarismo, trapézio, mágica, palhaçaria, motocross freestyle com saltos de 25 metros de altura, e o famoso Globo da Morte.

Com Marcos Frota como anfitrião, o circo neste ano vem com a novidade da Mirage Sky Wheel, maior roda-gigante itinerante do Brasil, com 40 metros de altura. Em entrevista ao Daqui, o ator fala sobre o projeto, a sua relação com a arte popular e um possível retorno às novelas. 

Marcos, o Mirage Circus é um projeto que há dez anos passeia por todo o País apresentando números diferentes e reverberando a cultura circense. Qual o segredo do sucesso para se manter ativo há uma década?

É muito trabalho envolvido. Eu sempre acho que o sucesso nunca é resultado de pouco trabalho. Temos uma equipe muito grande, muito ousada, muito corajosa, e todo investimento que entra é investido no próprio projeto. O Mirage está em constante evolução, aprimoramento, busca de uma nova linguagem, muita tecnologia, e hoje chegou a hora de celebrar o sucesso e não ficar reclamando. Nós estamos vivendo em uma época que tem de ter competência. Acredito que a competência é símbolo de uma resposta do público.

Goiânia faz parte do roteiro do Mirage Circus há muito tempo. O goiano gosta de ir ao circo? De que forma vocês entenderam o público de Goiás?

Eu chamo Goiânia de capital nacional do circo. O goiano é o pai do circo porque ele é identificado com a arte popular. Eu escolhi Goiânia para lançar um novo espetáculo do circo, que é um musical circense. Eu acredito que o circo precisa entrar na era dos musicais. Artistas cantando, dançando, interpretando e saltando. Quanto mais elementos artísticos tiver em cena, mais curioso e divertido e engraçado vai ser. O circo pode tudo, menos ser chato. Chatice não cabe no circo. O circo é entretenimento, alegria, diversão. Tenho orgulho imenso de ter quase 70 anos e dizer que eu faço parte da cultura do circo.

A novidade deste ano é a roda-gigante? Como você teve a ideia?

A roda-gigante é uma novidade para todo o Brasil. Estamos montando agora com muito cuidado, fazer como tem de ser. Com ela, o Mirage Circus apresenta uma experiência diferente. Você chega e logo já está envolvido por uma atmosfera completamente única. E a partir daí não para até você entrar no seu carro e ir embora. Então a roda-gigante é a grande receptiva do público. Ela meio que diz às pessoas: vêm porque a alegria chegou.

Como a tecnologia está inserida e contribui para a evolução dos números?

A tecnologia é bem-vinda se ela servir ao talento do artista. Quando ela provoca encantamento por meio do talento dele, ela é muito bem-vinda. Agora, quando ela é usada sem critério, jogada, é um desperdício de dinheiro, é um desperdício de energia e de contato com o público. O Mirage faz questão absoluta de usar tudo que é possível no mundo, no universo do espetáculo, tecnologicamente, mas o artista está na frente.

Desde os anos 1980 que você trabalha com circo. Daqueles tempos para cá, o que mais mudou no processo do fazer e promover a arte circense?

Eu comecei em 1986, são 40 anos dedicados ao circo. O que eu acredito que mais mudou foi basicamente as tendas. Hoje elas são muito avançadas, permite você criar verdadeiras casas de espetáculos.

Eu imagino que deva ser uma experiência única um artista popular e circense trabalhar no Mirage. Como funciona esse processo com os profissionais que trabalham contigo?

O Mirage é muito disputado. A gente recebe muitos vídeos com números circenses. Há um diretor artístico que filtra todo o material recebido para que depois o colegiado possa escolher os números que vão participar. Todos os números, hoje em dia, têm de ter também uma participação musical como um todo. O trapézio tem de conversar com os outros números. A ideia é criar um espetáculo recheado de versatilidade e diversidade.

O circo é um espetáculo que enche os olhos dos adultos e das crianças. Para você, quais motivos fazem o circo resistir tanto tempo na história do entretenimento?

Na minha opinião, o mistério do circo está sob o olhar de uma criança. Tem essa frase que é muito legal: ‘Enquanto houver uma criança, sempre haverá um circo’. Essa é uma máxima. Ao mesmo tempo, o adulto se permite se encantar com os olhos mais infantis. Todo mundo tem uma história com circo, em filme, uma poesia, ou as lembranças de quando foi no circo na cidade dele, ou histórias de pessoas que fugiram com o circo, ouviram uma música, um quadro, viram na TV. Todos nós temos uma história com a arte circense.

Marcos, você tem uma carreira sólida no circo, mas parte do público te conheceu na televisão. Você tem pretensões de voltar às novelas?

Eu adoraria fazer novamente uma novela. É claro que a TV Globo ainda é a grande casa da novela na América Latina pelo Projac, pelos seus estúdios e, também, pela repercussão popular que ela tem. Mas ao mesmo tempo, teria de ser um personagem que tivesse algo relacionado entre eu e ele e ele comigo, dentro de uma história, dentro de um contexto. Eu acredito que a minha geração agora está voltada para o cinema.

Recentemente Mulheres de Areia foi reprisada e, mais uma vez, se tornou sucesso de audiência. Para você, a que se deve todo esse êxito?

A história da novela é muito boa, escrita por uma grande novelista que é Ivani Ribeiro, um elenco espetacular. É muito difícil juntar um elenco como aquele e escrever uma novela como aquela. Todo mundo sabia que ia ser sucesso, o Wolf Maia sabia, a Glória Pires sabia. A música do Tonho da Lua que você tocava na rádio hoje já era um sucesso antes mesmo da novela começar a ser exibida. A geração daquele tempo construiu o Projac e hoje vê a possibilidade de uma continuidade no cinema, que é um desdobramento natural. Experimentar mais, encontrar o público de uma outra forma. Agora a novela brasileira é um conteúdo muito atrativo, tanto para quem faz quanto para quem assiste. Apenas uma curiosidade: na época das gravações de Mulheres de Areia, a gente não tinha como fazer a Ruth e a Raquel juntas. Gravamos nove horas com uma e depois mais nove horas com a outra, porque não havia tecnologia suficiente. Hoje o que fazíamos em nove horas, gravamos em 30 minutos.

Serviço

Mirage Circus: sessões de quarta, quinta e sexta-feira, às 20h30, aos sábados, às 15, 18 e 21 horas; e aos domingos, às 11, 16 e 19 horas

Local: Arena Flamboyant (em frente ao Flamboyant Shopping Center – Av. Jamel Cecílio, Jardim Goiás)

Ingressos: A partir de R$ 25

Informações: www.miragecircus.com.br

Divulgação
Mirage Circus: estrutura está montada em frente ao Flamboyant Shopping Center
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