Famosos

Participantes contam histórias do Carnaval dos Amigos, em Goiânia

Fábio Lima / O Popular
Rener Bilac, um dos idealizadores do Carnaval dos Amigos, mostra a foto de Gal Costa, que será homenageada na edição deste ano

São 21 anos que separam o despretensioso encontro entre amigos no extinto Bar Flamingos de uma festa que reúne mais de 100 mil pessoas em diversos bares e ruas do Setor Bueno. O Carnaval dos Amigos se tornou, ao longo dos anos, a principal folia de Goiânia, comemorada sempre no final de semana que antecede o feriado carnavalesco em todo Brasil. Para este sábado (11), o convite é pegar a purpurina, o abadá ou a fantasia e se jogar com muito samba no pé.

Toda a mente criativa por trás do projeto que se consolidou entre os maiores eventos culturais da capital é do advogado Rener Bilac. Amante das marchinhas, dos confetes, das fantasias e do samba, o goianiense adianta: “O Carnaval dos Amigos trouxe para Goiânia a energia que emana da festa mais popular do Brasil”, diz.

A amizade é, com certeza, o lema do Carnaval dos Amigos, que bebe de fontes de outras folias, a exemplo dos blocos tradicionais do Rio de Janeiro (RJ), Olinda (PE) e Recife (PE). Na época da criação do projeto, em 2003, um grupo de amigos encabeçado por Rener desejava pular carnaval, mas faltavam opções na cidade. Até que tiveram a ideia de se reunirem em um bar para, depois, descerem todos até o Parque Vaca Brava, como uma espécie de cortejo.

“Foi tudo muito rápido e, quando vimos, um encontro entre amigos havia tomado outras proporções. No terceiro ano o Carnaval dos Amigos já tinha ganhado mais blocos”, recorda Rener. Na época em que o projeto nasceu, no início dos anos 2000, os tradicionais bailes e festejos carnavalescos de Goiânia já não tinham mais tanta expressão quanto em seus tempos de ouro, nos anos 1970 e 1980. Tradição mesmo ficava no interior, principalmente na cidade de Goiás.

Mais de duas décadas depois e com uma pandemia na conta, o Carnaval dos Amigos passou por transformações e segue no calendário oficial das festas da capital. Na edição de 2023, por exemplo, ano que marca o retorno da folia, são cinco blocos que fazem a alegria dos foliões: Bloco dos Amigos, Bloco Café Nice, Pedacinho do Xéu, CarnaRock e Blokinho Aê (confira mais detalhes na página 2).

“É um retorno, um reencontro dos amigos. Acredito que o Carnaval dos Amigos, além de promover cultura e tradição, gera renda, dinamiza a economia de diversos setores. É um presente para a cidade”, adianta Rener, que também coordena o Bloco dos Amigos. “O projeto só se tornou o que é hoje por conta do resgate às marchinhas de carnaval, além de expandir para outros gêneros, como o axé”, opina.

Memória

Mais do que uma simples folia, o Carnaval dos Amigos é tradição de quem percorre anualmente as ruas e avenidas do Setor Bueno. A advogada Lúcia Maia Pimentel, a Lucinha - para os íntimos -, é presença cativa na folia desde o seu surgimento, em 2003. “Éramos uma turma de muitos anos. Viajávamos e saímos juntos. Na época, a ideia era fazer algo pequeno, descendo a avenida e conclamando as pessoas a se pintarem de carnaval”, rememora Lucinha.

Muita coisa mudou entre as primeiras edições com a festa de agora, segundo Lucinha. Ela lembra que, no início, era tudo muito artesanal, com estrutura menor, uma verdadeira brincadeira de amigos que queriam se divertir. “Nós enfeitávamos carroças, que subiam pelas ruas. Hoje está tudo muito diferente, há trios-elétricos, vários blocos com estilos diferentes, um perfil de público diversificado.”

Lucinha vai em todas as edições, sem pular nenhuma. Em 2021, quando o evento precisou ser interrompido por conta da pandemia, a advogada diz que foi um dos momentos mais difíceis. “Em 2022, até que teve o evento, mas foi uma edição fora de época e diferente do que havia sido feito até então. Eu sinto que este ano simboliza um reencontro, uma reconexão entre a energia do carnaval com as pessoas que gostam da folia”, diz.

Wildes Barbosa / O Popular
Lucinha participa da folia desde a primeira edição, realizada em 2003
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