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Por onde anda o DJ Tiago? Continua fazendo a festa?

Divulgação
DJ Tiago, um dos ícones da música eletrônica de Goiás dos anos 2000

Quando a vinheta surgia, todo mundo já sabia que a noite seria boa: “DJ Tiago, fazendo a festa”. Por muitos anos, as baladas de Goiânia e do interior foram protagonizadas por ninguém menos que Tiago dos Reis Chagas, 44, um dos ícones da música eletrônica de Goiás dos anos 2000 e responsável por remixes de sucesso e por festas que embalavam noites agitadas. Passados todos esses anos, a pergunta que se faz é: por onde anda DJ Tiago? Ainda faz a festa?

De Anápolis, o DJ Tiago vive de música e tem uma agenda de discotecagens por todo o País. Só em agosto, por exemplo, o produtor participa do line up de festas em Jataí, Rio Verde e Juscelânia, em Goiás, e em Cascavel, no Paraná, e em Patos de Minas, em Minas Gerais. O fato é que o DJ pode ter explodido nas pistas de dança no início dos anos 2000, mas nunca deixou de discotecar ou fazer seus remixes animados.

“A música me move, sempre me impulsionou. O segredo para me manter nesse ramo há tantas décadas foi me atualizar, estar inovando, não ficar para trás”, conta o DJ. A trajetória de Tiago começou em 1991, quando começou a tocar na lendária boate 417, uma das mais antigas de Goiás, localizada em Rio Verde. Na época, o produtor - uma criança curiosa de 13 anos - ainda produzia seus setlists em fitas cassetes. “Passava horas e horas tentando gravar músicas que passavam nas rádios. Era um trabalho muito manual, diferente de hoje”, explica.

Ao longo dos anos 1990, DJ Tiago começou a bombar com setlists formadas por canções que faziam um recorte da música eletrônica noventista. Das cassetes, o goiano passou a tocar no vinil. Foi aí que o nome do DJ começou a circular por todo o interior: desde bailes de casamento e formaturas, até em boates, como a falecida Camorra, em Anápolis. Com o boom das festas de som automotivo, o produtor ainda teve uma breve participação na produtora de eventos e som Abelvoks, uma das mais famosas e antigas de Goiás.

“A música passou por constantes transformações nos anos 1990. Se eu não me atualizasse, talvez não conseguisse me manter no mercado. Quando os anos 2000 começaram, eu estava na minha melhor fase”, rememora Tiago. De fato, o início do novo milênio foi o momento de ascensão da discotecagem do produtor por todo o País. Foi quando o DJ saiu das fronteiras de Goiás e foi parar, por exemplo, em festas do Pará, Maranhão, Tocantins, e em outros países, como Uruguai, Paraguai, Argentina, Holanda, Bélgica, França e Portugal.

Sucesso
Um dos motivos que fizeram com que o DJ Tiago explodisse nos primeiros anos dos anos 2000 foram os seus remixes de sucesso. Por todas as partes, era comum ver até mesmo outros DJs tocarem as mixagens do anapolino. Na época, o produtor tratou de pegar músicas-chicletes que grudavam na cabeça de todos, desde crianças e adolescentes, até os mais velhos. Quem não se lembra, por exemplo, de hits como Dá Beijinho nas Meninas, de Gleydson Rodrigues, Eguinha Pocotó, de MC Serginho, e Papi Chulo, do panamense El Chumbo?

“Eu usava meu próprio computador, um Windows XP, para mixar as músicas com apoio de programas que são considerados anciãos hoje em dia, como o Soundfort e o Vegas. Aprendi tudo sozinho, só na curiosidade e, quando vi, estava indo tocar em outros países”, lembra Tiago, que não parou de tocar entre os anos 2001 e 2007. “Foi um momento muito bom para as pistas de dança e os DJs. A tecnologia da época ajudou um bocado na hora de levar as parafernalhas para as boates e festas”, lembra.

O DJ Tiago ainda se mantém na ativa nas pistas e discotecagens especiais. A pandemia de 2020 fez com que o produtor cancelasse diversas apresentações pelo Brasil, mas agora, pouco a pouco, o anapolino retoma as picapes em setlists que rememoram flashbacks 80 e 90. No atual setlist do DJ não podem faltar, por exemplo, os clássicos de Queen, Bee Gees, Madonna, Pet Shop Boys e de bandas brasileiras, como Engenheiros do Hawaii e Capital Inicial.

“Geralmente, toco em festas com pegada retrô, que criam essa atmosfera do saudosismo do passado”, conta Tiago. Entre diversas memórias, fotografias, pendrives, discos, cassetes e CDs espalhados por sua casa, o DJ guarda todas as lembranças com carinho, de uma época em que a pista era outra. “A música, em seus diversos nichos, gêneros e sons, encanta gerações. É papel do DJ tocar a festa, sempre”, brinca.

Nas pistas, redes sociais e canais do Youtube
Quem quiser matar a saudade da discotecagem do DJ Tiago basta ficar de olho nos canais do Youtube. O produtor tem programas semanais no Canal Mastermix sempre às 19h das quintas-feiras, e no Conexão DJ, às segundas-feiras, às 18h. As playlists do DJ também estão disponíveis no Portal Lokosom, com CDs e últimos remixes de trabalho, tudo de forma gratuita. No Instagram (@dj_tiagogoias), o DJ acumula mais de 100 mil seguidores e apresenta seus trabalhos e divulga a agenda das próximas apresentações. 

Além de DJ, Tiago dos Reis Chagas ainda comercializa vinis em sua casa, em Anápolis. É uma forma de complementar a renda, principalmente nos anos de pandemia, quando foi obrigado a cancelar apresentações por Goiás, além de manter o trabalho e a paixão pela música. Há de tudo entre o acervo do produtor, mas as procuras mais acirradas são pelos discos da Eurodance, movimento musical de música eletrônica que bombou nos anos 90 com clássicos como What Is Love, de Haddaway e Pump Up the Jam, do Technotronic. "Hoje em dia, diversos DJs têm tocado com LPs, uma forma mais afetiva e diferente de discotecar em festas. Então eu compro e revendo discos de vinil de várias partes do mundo", adianta. 

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