O ex-presidente Luiz Inácio da Silva, 75, entrou com uma ação na Justiça do Distrito Federal contra a atriz Regina Duarte, 73. Em conjunto com os filhos Marcos Cláudio, Fábio Luís, Luís Cláudio e Sandro Luís, ele pede uma reparação por danos morais sofridos em virtude de uma publicação da artista nas redes sociais.No dia 11 de abril deste ano, a atriz compartilhou uma charge em sua conta do Instagram, onde soma mais de dois milhões de seguidores, que dizia que Marisa Letícia, ex-esposa de Lula morta em 2017, possuía cerca de R$ 256 milhões em contas bancárias. Segundo o advogado do ex-presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Cristiano Zanin Martins, a informação não procede e é factualmente incorreta.A ação que segue em primeira instância, alega que Marisa tinha o valor de R$ 26.281,74 em uma aplicação em CDBs (Certificado de Depósito Bancário) no banco Bradesco. Agora, a família de Lula pede uma indenização de R$ 131,408, 70 -cinco vezes a quantia do inventário da ex-primeira dama- a Regina Duarte, e também a exclusão da publicação, que permanece no ar.Em resposta encaminhada à Justiça, Duarte contesta a acusação e afirma que a charge se trata de uma "crítica enquanto agente politico de natureza ideológica". Segundo seu advogado, este é um "direito consagrado de forma constitucional, enquanto, direito fundamental do cidadão" e, por isso, não comportaria "censura".Ainda não há uma decisão da Justiça. Agora, o juiz poderá adotar dois caminhos: ou pedir uma réplica para os autores do processo ou entrar na fase instrutória, em que uma nova sentença será proferida. Regina Duarte foi procurada pelo F5 para comentar o caso, mas até o momento desta publicação não respondeu à reportagem.Em fevereiro, Regina Duarte e a Globo oficializaram o rompimento contratual após 50 anos de parceria. A atriz que estava na emissora desde 1969, quando atuou no folhetim "Véu de Noiva", deixou a vida artística para entrar na política, assumindo o cargo de Secretaria Especial da Cultura do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).Duarte permaneceu no novo cargo, criado especialmente para ela, menos de três meses. Na época em que compartilhou a charge, pela qual está sendo processada, ela ainda estava sob o comando da Cultura do governo bolsonarista. Mas, no mês seguinte, em maio, o presidente anunciou que Duarte deixaria a Secretária para fazer parte da gestão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo."Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro: o convite para fazer Cinemateca, que é um braço da Cultura que funciona lá em São Paulo e é um museu de toda a filmografia brasileira. Ficar ali, secretariando o governo, dentro da Cultura, na Cinemateca. Pode ter um presente melhor que este? Obrigado, presidente", afirmou Regina Duarte. Ela nunca chegou a assumir cargo nenhum na instituição.A ex-atriz da Globo já foi notificada duas vezes pela empresa Instagram, que alertou que duas publicações dela se tratam de conteúdos falsos. A primeira delas aconteceu no dia 1º de abril, quando Duarte publicou uma imagem do presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a liberação da cloroquina para o tratamento da Covid-19. "Liberação da cloroquina pela Anvisa, já com posologia para tratamento da Covid-19", dizia o texto.A segunda aconteceu alguns meses depois, em junho, quando Duarte afirmou, através de uma imagem, que as epidemias seguem um padrão de ocorrer a cada 100 anos. "Casualidade?", contestou a artista. Logo em seguida, a rede social adicionou um aviso dizendo que a informação era falsa e afirmou que "as alegações principais nessas informações são factualmente imprecisas".