SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Regina Duarte, 76, se desculpou após compartilhar a fala xenófoba do vereador Sandro Fantinel.Ela disse que mudou de opinião após receber outras interpretações e buscar mais informações. "Volto agora para um pedido de desculpas por ter abordado um assunto de que não tinha embasamento suficiente"."Quem me conhece e me segue aqui sabe que não seria nunca do meu feitio apoiar xenofobia, preconceito e injustiça social", disse a atriz.A atriz afirmou que é filha de uma gaúcha e de um cearense que viajou de pau de arara para o nordeste. Ela alfinetou a existência de políticas assistenciais ao dizer que seu pai lutou por melhores condições de vida "num tempo em que não havia bolsa família".Regina confessou que compartilhou o vídeo sem saber do que o vereador falava. "Ao assistir o vídeo dele eu senti que era a fala um agricultor defendendo seu trabalho de contribuir para diminuir o desemprego no país".Por fim, ela compartilhou o vídeo da resposta de Jéssica Senra, apresentadora da TV Bahia, ao político.**VEREADOR OFENDEU BAIANOS VÍTIMAS DE TRABALHO ESCRAVO**Em manifestação feita ontem na sessão da Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS), o vereador Sandro Fantinel, agora expulso do Patriota, ofendeu os trabalhadores encontrados há seis dias em condição análoga à escravidão na vizinha Bento Gonçalves.Fantinel deu a entender que os homens, na sua maioria baianos, são preguiçosos e sujos. O vereador também minimizou a exploração dos trabalhadores por parte dos empresários e pergunta se as empresas terão que colocá-los em "hotel cinco estrelas"."Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer a limpeza todo dia para os 'bonitos' também? Temos que botar eles em hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?", questionou FantinelEle aconselhou os empresários da região a não contratarem baianos: "Com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema".Fantinel se refere à operação do Ministério Público do Trabalho que encontrou 215 trabalhadores em situação análoga à escravidão na cidade de Bento Gonçalves. Eram contratados de uma empresa terceirizada que fornecia mão de obras para grandes vinícolas da região.Segundo denúncias, os homens eram mantidos nas empresas contra a vontade, viviam submetidos a jornadas exaustivas, recebiam comida imprópria para consumo, só podiam comprar produtos em um mesmo estabelecimento, com desconto salarial e preços elevados. Assim, nunca conseguiam pagar as dívidas com o empregador.Vários deles narraram tortura com armas de choque e spray de pimenta.