No Big Brother Brasil 22, a médica Laís escapou do paredão por mais de dois meses mesmo sendo alvo dos brothers e tendo rivalidades declaradas na casa mais vigiada do Brasil. Formando alianças que a protegeram e tornando-se prioridade de Gustavo, a goiana de Crixás permaneceu na disputa pelo prêmio até mais da metade da temporada. Porém, na berlinda contra Douglas Silva e Eliezer, decidida na terça-feira (22), a integrante do grupo Pipoca foi eliminada. Com 91,25% dos votos, o público decidiu pela saída de mais um membro do quarto Lollipop do BBB 22. “Eu cresci muito, evoluí e vi que posso ir muito além do meu limite. Uma coisa que eu aprendi demais foi sobre o poder da nossa mente. No BBB, não é só preparo físico que a gente tem de ter; a mente conta muito também”, avalia a médica sobre uma das maiores contribuições que leva do Big Brother Brasil. Na entrevista a seguir, Laís opina sobre as amizades e as rivalidades que construiu no BBB, analisa detalhes do jogo e conta sobre o futuro de seu relacionamento com Gustavo e as expectativas para a vida após o reality.O que a sua participação no BBB representou para você?Foi uma experiência única, incrível e muito difícil também. Eu não imaginava que ser jogadora fosse tão diferente de ser telespectadora do BBB. A gente passa por uma mistura de sentimentos muito grande ali, uma pressão e uma tensão também muito fortes. Às vezes, a gente acha que estava fazendo uma coisa certa e, quando sai, realmente a gente vê que não era a coisa certa. Mas foi importante para o meu crescimento pessoal e talvez, agora, profissional. Eu sempre quis ter algo além da Medicina e acho que esse vai ser um pontapé inicial para mim. Eu precisava disso. Cresci muito, aprendi, evoluí bastante lá dentro. Eu espero, agora, poder somar na vida das pessoas aqui fora, poder abraçar quem me abraçou. Jade e Bárbara eram suas principais alianças no reality. O que vocês tinham em comum?O carisma delas comigo: elas eram muito carinhosas, me protegiam. Geralmente as minhas amizades aqui fora são com pessoas muito carinhosas, amorosas. Eu sou muito de abraçar, de beijar – o oposto do que eu fiquei sabendo que estava lá dentro (risos). Aqui fora é muito difícil eu falar um palavrão ou algo do tipo, por exemplo. Mas as meninas têm um coração muito bom, uma energia positiva que eu sentia lá dentro. De certa forma eu ficava mais leve e mais calma perto delas. Foi muito importante para mim a presença delas, eu me sentia mais forte. Apesar de vocês falarem bastante sobre as eliminações do Lollipop, você conseguiu ficar nove semanas no confinamento, mais da metade da temporada. O que acha que te levou tão longe no programa?Para mim foram vários pontos. Logo no início, com um mês de programa, eu já teria ido ao paredão; consegui escapar na prova Bate-Volta. Depois, um dos motivos pelos quais eu não fui, foi a chegada do Gustavo. A gente se relacionou e ele quis me proteger. O Gustavo é uma pessoa maravilhosa. Ele chegou de uma forma e depois o coração dele deu uma amolecida e ele me encantou muito. Ele já é o tipo de pessoa que me atrai; eu já teria me relacionado com ele independentemente do jogo. Tanto que, no início, eu disse para ele: “Nosso jogo é diferente, não quero falar sobre isso com você”. Houve um momento em que quiseram votar em mim e, por coincidência, ele estava no grupo e me defendeu. Acho que esse foi outro ponto que não me deixou ir ao paredão. Se eu tivesse ido, talvez teria saído. Além disso, eu me relaciono bem com as pessoas, sou de ter muitos amigos. Eu falava com todo mundo lá dentro, até me diziam que, pela casa, eu não iria. Então, acredito que a proteção de todos, não só do Gustavo, comigo foi muito grande. Eu senti o carinho, o amor das pessoas lá dentro comigo. Só não consegui ter essa troca com o Arthur, mas com o resto da casa tive um relacionamento muito bom, assim como tenho aqui fora com as minhas amizades. Seu romance com Gustavo começou como uma estratégia de jogo? Você havia comentado sobre isso com a Jade dias antes...Eu jamais ficaria com uma pessoa que não me atraísse, nunca faria isso. Desde quando ele estava na casa de vidro, eu comentei que ele era bonito, que era uma pessoa com quem eu ficaria na casa, tanto é que fiquei. Esse foi um ponto que eu brinquei com as meninas, até antes da Bárbara – que não se dava muito bem com ele – sair. Eu poderia não ter ficado pelo jogo, porque ele entrou com uma proposta totalmente diferente da minha, mas, por ele me atrair e a gente se aproximar – bem rápido –, ele veio me elogiando e eu fiquei. Mas não foi nada pensando em jogo. Eu até queria separar nossa relação do jogo, mas é difícil porque lá dentro é só jogo, e acabou que nós misturamos um pouco. Você pretende manter o relacionamento com Gustavo fora do BBB?Eu fui me aproximando cada vez mais dele e ali as relações são muito intensas – não sei se dá para perceber daqui de fora. Nós estávamos muito juntos agora, antes de eu sair. E, sim, eu estou gostando dele; acredito que ele também de mim. Ele demonstrava muito isso e, antes de eu sair, ele falou que nós estaríamos juntos aqui fora, estava programando algumas coisas para depois do BBB. Acredito que, quando ele sair, a gente vai conversar, e provavelmente vamos ficar juntos. Vamos ver o que ele vai achar, não depende só de mim (risos). Por mim, vamos continuar, sim; é o que estávamos planejando lá dentro. Em algum momento foi uma questão para você o Gustavo tê-la como prioridade e as suas prioridades serem outras (seus amigos do Lollipop)?Foi muito difícil, principalmente na semana em que o Gustavo entrou porque eu estava sendo o alvo de algumas pessoas. Também pela forma de jogar dele – entrou dizendo que jogaria sozinho –, tinha uma movimentação diferente. Teve um dia em que nós até discutimos por causa daquela votação com o Eli. Quando a gente sai, até se arrepende, porque realmente a minha intuição sobre o Eli estava um pouco certa, em relação ao jogo. Houve uns momentos em que eu escutei uma conversa dele com o DG, depois a gente conversou... O problema é que lá dentro a gente não tem certeza de nada. E, como o Eli era uma pessoa importante desde o início, um amigo, e eu sou muito fiel às minhas amizades, se eu votasse no Eli eu estaria sendo desleal com ele também. O Gustavo chegou depois, para mim, com uma forma de jogo diferente. Eu falei para ele: “Agora, que você está comigo, também é minha prioridade, mas eu tenho de conseguir encaixá-las. Como eu vou te proteger e proteger o meu quarto, se você coloca os meus amigos como alvos?”. Foi uma situação bem complicada, mas se eu tivesse a certeza das coisas que o Eli tinha falado e feito no dia da votação do DG... Ele se justificou e foi aquela segunda chance que a gente tenta dar por ser amigo e por ser leal e fiel. Eu não tinha certeza de nada, eu tinha de acreditar no que ele estava falando. Falei para o Gustavo que eu veria como poderia salvá-lo, assim como ele me salvou. Mas, numa votação em que tivesse 3x2 no meu nome, também não teria o que fazer nem eu poderia ficar com raiva dele por isso. Eu disse a ele que chegaria um momento do jogo em que eu protegeria ele, e eu já estava sentindo isso agora na casa, não sei se porque todas as pessoas do quarto saíram e eu estava mais próxima dele... Mas com certeza daqui para frente ele seria a minha prioridade na casa, já estaria no meu pódio. Se o Vyni estivesse na casa, por exemplo, talvez eu colocasse o Gustavo no lugar dele, apesar de amar o Vyni. Eu sei que o Gustavo sempre me protegeria porque ele não estava vinculado a ninguém ali; ele chegou, se relacionou comigo e me teve como prioridade. Já eu tinha um quarto inteiro na frente. Por que o Douglas Silva se tornou um alvo constante dos seus votos?Eu tinha um bom relacionamento com todo mundo na casa, inclusive com o DG. Mas, no meu quarto, já estava meio que fechado que nós tentaríamos não votar entre nós até um certo momento. Nas últimas semanas, a Jessi, a Nat e a Lina se aproximaram muito de nós e eu não conseguia votar nelas naquele momento. Em relação ao grupo dos meninos, com quem eu tinha uma rivalidade direta era o Arthur. Tinha ótima relação com o PA e com o Pedro. Com o Pedro, eu tinha apenas uma dúvida que eu até mencionei lá dentro, por ele ser muito “tanto faz um paredão” ou “me coloca no paredão que eu quero ver a reação do público”. Eu tinha curiosidade de saber o que o público achava em relação a isso, por haver pessoas ali que queriam muito chegar à final. Mas aí ele (Pedro) foi ao paredão e voltou, e eu entendi que ele realmente era maravilhoso mesmo e o público estava gostando. Em relação ao DG, na escala entre Arthur e ele, ele era a minha segunda opção, o que eu menos tinha proximidade. Era muito por afinidade e, em relação ao jogo, como ele já tinha votado em mim, assim como o Arthur, ele virou um alvo meu também. Você e Arthur também mantinham uma rivalidade no jogo, ele era bastante citado por você nos jogos da discórdia, vocês trocaram indicações do monstro... O que te incomodava no jogo dele?O que me incomodava no jogo do Arthur, primeiramente, era sobre a questão dele com a Jade. A Jade começou a votar nele, o colocou uma, duas, três vezes no paredão. Só que ele só votava em mim. Eu não conseguia entender essa questão. Eu falava: “Gente, por que ele está fazendo isso? É estratégia, por achar que eu sou fraca? O que está acontecendo?” Teve um dia em que eu sentei para conversar com ele e entender o porquê daquilo: “A Jade é a sua antagonista e você vem em mim”, falei. Aí ele me disse que em uma prova do anjo, eu havia tirado a última plaquinha dele, que era a do monstro e tal. Mas, se fosse qualquer pessoa que não fizesse parte do meu quarto ali, a minha estratégia naquela prova era eliminar. Eu queria ser a última para ganhar o anjo. Mas, enfim, aconteceu de ele pegar isso para ele por conta da questão do monstro. Além disso, em relação a mim e a Jade, ele tocou no ponto de que ela era mais forte que eu. Eu perguntei para ele: “Você acha que eu sou fraca, então?”. Aí ele disse: “Fraca é uma palavra muito forte. Eu acho que a Jade é mais forte que você”. E ele sempre vinha em mim nos votos e, por eu ter um relacionamento bom com toda a casa, parece que todo jogo da discórdia era aquela palavra “incoerente” para ele, não tinha como ser para outra pessoa naquele ponto em que ficou um embate entre mim e ele. Tanto é que eu disse que queria resolver para que, se eu ficasse, nas próximas semanas começasse a ir em outras pessoas. Eu não gosto de ficar batendo na tecla. Mas saí, não teve jeito (risos). Em relação ao Arthur sempre foi jogo e, por ele também ser uma pessoa mais fechada na casa, eu não conseguia ter troca. Foram vários “bom dia” que eu dei e ele nem me respondeu. Teve uma outra questão na Xepa em que ele estava com uma dúvida, eu fui responder e ele fingiu que eu nem estava ali na cozinha. Eu estava me sentindo desconfortável com aquela situação de ficar em uma casa onde a gente tem de aprender a conviver – independentemente de jogo –, a tentar separar relação de jogo, e ele não estava conseguindo. Quem você acha que será o próximo eliminado do BBB e por quê? Acho que o Lucas, se for ao paredão, sai. Eu não estava concordando com o posicionamento dele no jogo. Se eu não me engano, conversei com ele na última noite para tentar entender o que ele estava fazendo. Ele estava fechando com um grupo, depois ia para outro... ficava pulando para lá e para cá. Eu não sei a respeito dele aqui fora, mas esse é o meu pensamento lá de dentro ainda. Sobre o Eli, se ele realmente estava fazendo uma coisa e falando outra, ele pode bater no paredão e sair também. Por que você acha que a Eslovênia foi a única participante do Lollipop a não ir ao paredão, até o momento?A Eslô tem uma boa relação com todo mundo. E, assim que o Gustavo e a Larissa chegaram na casa, a Larissa trouxe uma informação segundo a qual havia uma participante Pipoca que estava muito bem aqui fora, que tinha explodido. O Gustavo até falou que não tinha visto aquilo e nós ficamos sem saber em quem acreditar. Mas falaram que seria a Eslô e, não sei se por isso, as pessoas começaram a vê-la com outros olhos. Mas ela é uma pessoa maravilhosa, muito amiga e de um coração muito bom. Ela se dá bem com todo mundo na casa; então, acho que por isso, até agora, ela não foi ao paredão. O Gustavo foi um que disse que a indicaria, então vamos ver. O que fez os participantes do seu quarto serem quase todos eliminados nas últimas semanas, na sua opinião?Eu ainda não sei ao certo o que levou à eliminação de cada um do quarto, mas acredito ter sido sobre as pessoas mesmo. Às vezes, não estava fazendo muito ou falou alguma coisa que pode ter sido ruim; ou não estava fazendo nada, pode ter sido planta; ou foi no paredão errado. Tudo pode acontecer. Mais no início do BBB, as “comadres” (Jessilane, Natália e Lina) eram alvo de voto do seu grupo. Nas últimas semanas, no entanto, vocês acabaram se aproximando. O que mudou no relacionamento com elas?Elas eram alvo do grupo, mas de mim, não. Teve um momento – na quarta ou na quinta semana – em que eu até votei na Natália, sim. Com a Jessi, eu sempre tive uma relação muito boa. Não votei nela, só teve um momento de votação de grupo em que eu concedi. Ela nunca foi opção de voto para mim; eu ia tentar postergar isso até onde eu conseguisse. Na Lina eu acho que também nunca votei; ela é maravilhosa. Nessas últimas semanas, nós nos aproximamos bastante. Sob o meu ponto de vista, nós estávamos perdendo muitas provas, de líder, anjo, e estávamos sentindo muito isso – tanto o nosso grupo, quanto o grupo delas. A Lina até falou: “Será que nós somos fracas? O que está acontecendo?” Com isso, nós fomos tendo uma ligação maior em função de nos sentirmos um pouco fragilizadas em relação aos meninos, de eles estarem ganhando todas. É claro que eles merecem, são atletas, mas a gente também estava dando nosso melhor e não estávamos conseguindo. Então, nós fomos nos unindo mais também por conta disso. O que o BBB te trouxe de aprendizados?Eu não sei muito aqui de fora ainda, mas eu aprendi muito lá dentro com várias pessoas. Eu cresci muito, evoluí e vi que posso ir muito além do meu limite. Uma coisa que eu aprendi demais foi sobre o poder da nossa mente. No BBB, não é só preparo físico que a gente tem de ter; a mente conta muito também. Isso é bom trazer aqui para fora porque muitas pessoas passam por situações difíceis e ficam fragilizadas, mas o poder que a nossa mente pode ter para reverter a situação, o pensamento positivo são muito importantes. Até agora, nesse paredão, eu já estava preparando meu psicológico para isso. Além disso, foi bom demais para mim o convívio com pessoas totalmente diferentes. Passei a comer coisas que não comia antes e estou amando. Tudo ali dentro foi um aprendizado muito grande. Você pretende reencontrar suas amigas do Lollipop aqui fora? Tem algo que gostaria de saber por meio delas, alguma fofoca, algo que queira entender?Com certeza, quero ver todo mundo, não só do Lollipop, mas do outro quarto também. Eu queria saber o motivo de cada um ter saído – essa é a grande interrogação que fica na nossa cabeça ali dentro. A gente falava brincando: “Será que é o quarto?” Mas eu entendo que é muito sobre as pessoas. Fica essa dúvida: foi alguma coisa que falou? Ou algo que não fez? Foi um paredão errado? Quem você acha que ganha R$ 1,5 milhão?A partir da minha visão de lá dentro, eu acho que tem algumas pessoas muito fortes no jogo. A Lina é uma grande candidata a ganhar R$ 1,5 milhão. O Pedro, desse jeito leve que vai levando o jogo, pode chegar até a final. O PA também é uma pessoa muito forte ali dentro. E o Arthur, que agora eu sei que é um dos favoritos. Qual é o seu atual pódio da final?Gustavo está em primeiro, sem nenhuma dúvida. Depois, eu queria que fossem a Eslô e a Lina. O Gustavo é um forte candidato por jogar muito, mas acredito que a Lina tem grandes chances de ganhar, torço muito por ela também. Eu não sei como está o favoritismo aqui fora. Fiquei sabendo do Arthur, mas não sei como ele está em relação aos outros que eu também considero fortes. Quais são seus planos profissionais para o pós-BBB? Vai voltar a atuar como médica?Jamais vou abandonar a Medicina. Sou apaixonada pela parte da Dermatologia. Eu amo lidar com pessoas; desde pequenininha sempre gostei muito de gente – e de animais também (risos). Poder aliviar a dor do paciente com alguma palavra ou com um medicamento para mim não tem preço; então, isso eu não vou abandonar – está em mim. Poder fazer um procedimento em um paciente e melhorar a sua autoestima ou até mesmo com alguma coisa que eu falei. Eu sou muito carinhosa, gosto de abraçar meus pacientes. Mas eu sempre quis ter alguma coisa além da Medicina na minha vida, algum outro trabalho. Eu não sei ao certo para que lado eu vou, mas eu quero ter algo a mais, influencer, talvez.