Gata do Daqui

‘Meus grandes papéis foram após os 40 anos’, diz Ana Cecília Costa

Jorge Bispo

“O que desejo é ser uma senhora atuando na tela, no palco, na arte. Me entendo uma trabalhadora”. É dessa forma que a atriz Ana Cecília Costa, 53, define seu atual momento na carreira. A artista comemora o fato de ser uma das poucas personagens femininas maduras de Renascer (junto com Inácia, de Edvana Carvalho, e Dona Patroa, de Camila Morgado).

O entusiasmo vem junto com a dura constatação de que ainda é difícil interpretar bons papéis conforme a idade avança. “Dentro desse mercado, é evidente que eles ficam mais escassos para as mais maduras, mas os meus grandes personagens foram após os 40 anos. Agora, aos 53, faço a minha primeira novela das nove de começo, meio e fim. Estou em tempo de colheita, talvez tardia, mas uma atriz madura com propostas de trabalho”, avalia a baiana.

Na pele da carismática ex- ‘quenga’ Morena, em Renascer, a artista interpreta, enfim, uma personagem leve, após atuações com alta carga dramática. Foi assim, por exemplo, com a Gaia, de Joia Rara (2013), uma lituana comunista que passava pelo campo de concentração. E com Missade, em Órfãos da Terra (2019), que perdia um filho e fugia da guerra.

“A Morena eu sinto que é a personagem mais solar, que quase não faço esforço para criar. Inventei uma gargalhada especial para ela e me inspirei na versão da Regina Dourado (1953-2012) de Renascer em 1993. Fui até o irmão dela, me apresentei, batemos um papo. Eu disse que queria honrar a memória dela”, conta ela que completa 35 anos de carreira.
 

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