Geral

Água some em lagos de Goiânia com o avanço da estiagem

Fábio Lima
Lago do Parque Jerivá, na Vila São Luiz, está praticamente seco, e Agência Municipal de Meio Ambiente diz que faz a manutenção

Os lagos dos parques de Goiânia estão sofrendo com a diminuição dos níveis de água. O lago do Parque Jerivá, na Vila São Luiz, chegou a secar. A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) afirma que estiagem é o fator crucial para diminuição do volume d’água.

Outro exemplo é o lago do Parque Fonte Nova, que fica na Vila Finsocial. Ele já está com o volume de água bastante comprometido. Questionada, a Amma informou que, nesta quinta-feira (1º), engenheiros do órgão vistoriaram o local e que monitora constantemente o lago do Parque Fonte Nova e os demais 22 lagos de parques da capital.

Já o lago do Parque Jerivá está completamente vazio. Em nota, a Amma comunicou que deixou o lago do Parque Jerivá secar neste período de estiagem para realizar um trabalho de manutenção, que consiste na troca da manta, “para facilitar que a água permaneça no lago durante as próximas secas.”

A agência disse ainda que também está construindo poços de infiltração para a água da chuva, pois, “com a impermeabilização do entorno, é natural que o nível do lençol baixe com o passar dos anos”. A Amma explicou que todos os peixes que viviam no lago foram realocados momentaneamente.

Problema recorrente

Essa não é a primeira vez que o lago do Parque Jerivá sofre com o esvaziamento. A proprietária de um estabelecimento comercial nos arredores do parque e moradora da região Lídia Mamede, de 32 anos, relata que desde que se lembra, todos os anos o lago esvazia. “É sempre assim. Além do mau cheiro que temos que aguentar, a quantidade de pessoas frequentando o parque diminui também. Isso afeta até meu negócio”, conta a mulher, que é dona de uma sorveteria.

Lívia relata que já entrou em contato com a prefeitura algumas vezes para reclamar sobre o esvaziamento do lago e em todas as vezes a estiagem foi usada como justificativa. “Eles falam que vão aproveitar para mandar equipes para vir trabalhar no lago, mas eu nunca vejo nenhum servidor da prefeitura mexendo com nada lá.”

Reportagem do DAQUI publicada em julho de 2021 mostra que este é, pelo menos, o segundo ano consecutivo em que o lago sofre com o esvaziamento. Na ocasião, a Amma informou que, aproveitando o período de estiagem, uma intervenção no local seria iniciada naquele mê s e terminada em outubro, com estimativa de gasto de R$ 50 mil.

Na época, a agência comunicou que o local sofria com um forte assoreamento, que é o acúmulo de sedimentos e detritos no fundo do lago, e também houve a proliferação excessiva de macrófitas, espécie de plantas aquáticas. A situação resultou na necessidade da intervenção. Além disso, a recuperação da manta de impermeabilização do lago, que apresentava problemas estruturais, também seria feita.

Entretanto, em dezembro do mesmo ano, a prefeitura divulgou que reformava o parque. Uma das ações ligadas à reforma era justamente o abastecimento do lago, como medida preventiva para garantir a preservação da fauna, além de assegurar a infiltração no solo, mantendo a recarga do lençol freático.

Na ocasião, foi comunicado que a Amma estava com processo licitatório em andamento para a substituição da manta de impermeabilização do lago. Porém, em maio de 2022, a Amma publicou um comunicado de intenção de compra para o fornecimento e instalação de lona impermeável no lago do parque.

Instalação

Questionada sobre a situação atual da instalação de uma nova lona no lago do parque, a Amma informou que o processo de aquisição e instalação, que custa em torno de R$ 50 mil, está sendo feito na modalidade pregão e que a compra está na fase de análise jurídica.

Amma diz que redução de volume é natural no período de estiagem

A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) de Goiânia informou, por meio de nota, que apesar de fazer o monitoramento constante de todos os lagos de parques da capital, no período de seca “é natural que os lagos sofram redução do volume de água.”

A agência comunicou ainda que outro fator que contribui para o cenário é “a expansão urbana, que diminui o volume do lençol freático, impermeabilizando a entrada de água e impedindo a infiltração de água.”

Por conta disso, de acordo com a Amma, em períodos de estiagem, “é comum que haja redução do volume de água ou até mesmo que alguns lagos sequem por completo.”
Dessa forma, a Amma explicou que “é necessário o início do período de chuvas, para que, aos poucos, o lago retome o volume de água considerado normal.”

A pasta destacou ainda que, como uma ação preventiva, em períodos de chuva realiza “o plantio de mudas em volta dos lagos, em nascentes e áreas brejosas para garantir a recarga do lençol freático.” O intuito dessa ação é melhorar a infiltração de água no lençol freático.

Em relação ao lago do Parque Jerivá, a agência informou que além d o trabalho de manutenção que será desenvolvido para a troca da lona do lago e para a construção de poços de infiltração para a água da chuva, ela também desenvolve um trabalho de fiscalização das atividades dos prédios e empreendimentos que ficam ao redor do parque, “a fim de impedir ações que possam prejudicar o lago do Parque Jerivá.” 

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