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Adolescente com deficiência entra para grupo prioritário de vacinação

Alteração na lei foi publicada nesta sexta-feira (30) no Diário Oficial da União

Modificado em 21/09/2024, 00:37

Prefeitura de Goiânia disponibiliza cinco pontos de vacinação contra a Covid-19 e Influenza neste sábado (16), e seis locais para testagem ampliada

Prefeitura de Goiânia disponibiliza cinco pontos de vacinação contra a Covid-19 e Influenza neste sábado (16), e seis locais para testagem ampliada (Diomício Gomes/O Popular)

O Governo Federal incluiu definitivamente gestantes, puérperas e lactantes, com ou sem comorbidade, no grupo prioritário de imunização contra a covid-19. A alteração na Lei 14.124, que trata do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação foi publicada Diário Oficial da União desta sexta-feira (30).

Pela norma, crianças e os adolescentes com deficiência permanente, com comorbidade ou privados de liberdade também passam a fazer parte do grupo prioritário de vacinação contra covid-19 "conforme se obtenha registro ou autorização de uso emergencial de vacinas no Brasil para pessoas com menos de 18 anos de idade".

A inclusão de gestantes e adolescentes no grupo foi motivada por uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinava ao Ministério da Saúde a análise da inclusão dos adolescentes no Plano Nacional de Imunização (PNI). Mendes argumentou que, diante da existência de adolescentes com comorbidades e da adequação da vacina da Pfizer a esse público, não faria sentido limitar a vacinação apenas a maiores de idade.

A vacina contra a covid-19 da Pfizer foi a primeira a receber o registro definitivo no Brasil. Em junho, o imunizante da farmacêutica americana contra o novo coronavírus, primeiro a ter registro definitivo no Brasil, obteve o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em grupos com 12 anos de idade ou mais.

Na última terça-feira (27), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que assim que for concluída a vacinação de maiores de 18 anos, o Brasil iniciará a vacinação de adolescentes com idades entre 12 e 17 anos.

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Confira opções de colônias de férias para crianças e adolescentes em Goiânia para este mês de julho

DAQUI preparou uma lista de colônias de férias promovidas por clubes, brinquedotecas e até escolas de equitação e de robótica para entreter os pequenos durante o recesso escolar

Modificado em 17/09/2024, 16:33

Casa do Bosque: incentivo à culinária internacional


Casa do Bosque: incentivo à culinária internacional

 (Divulgação)

As férias escolares do mês de julho começaram na última semana e muitos pais se perguntam o que fazer para entreter, tirar um pouco das telas e gastar a energia das crianças. Viajar nem sempre é possível, mas não faltam opções de colônias de férias e atividades recreativas em Goiânia.

As propostas e os valores são diversos, com opções de diárias ou pacotes semanais. O jornal preparou uma lista de colônias de férias promovidas por clubes, brinquedotecas e até escolas de equitação e de robótica para entreter os pequenos durante o recesso escolar. Confira:

Volta ao Mundo Casa do Bosque - 2 a 10 anos

Atividades: A Colônia de Férias Volta ao Mundo promove uma viagem pela cultura, culinária e brincadeiras do Japão, Itália, Austrália, Moçambique e Peru

Data: Todo o mês de julho, a partir das 7 horas

Preço: R$ 85 (diária meio período) e R$ 135 (diária integral). Há opções de pacotes semanais e para o mês todo

Endereço: Av. Ipanema, Qf. 111, Lt. 3, Jardim Atlântico

Informações: @casadobosquegyn

Clube Jaó - 3 a 15 anos

Atividades: Nos meses de janeiro e julho o Clube Jaó realiza a tradicional colônia de férias do espaço, que chega a sua 124ª edição. Esportes, gincanas, atividades aquáticas, paredão de escalada e show de mágica são algumas das atividades

Data: 8 a 12 de julho

Preço: Pacotes semanais. R$ 483 (sócio) e R$ 638 (não-sócio)

Endereço: Al. Quitandinha, nº 600, Setor Jaó

Informações: 3269-8000 ou 99299-5323 (WhatsApp) ou @clubejao

Clube de Engenharia de Goiás - 4 a 13 anos

Atividades: Oficinas de cupcake e slime, jiu-jítsu, gincanas interativas, atividades na areia, quadras poliesportivas, aquáticas e atividades pedagógicas integram a programação da tradicional colônia de férias do Clube de Engenharia de Goiás. Os matriculados ganham camiseta especial e o lanche está incluso

Data: 8 a 12 de julho

Preço: R$ 270 (sócio) e R$ 300 (não sócio)

Endereço: Rua 132, nº 500, Setor Sul

Informações: 3281-0000 (ligação e WhatsApp)

Rafa's Food Park - 4 a 12 anos

Atividades: Gincanas, oficinas criativas e brincadeiras estão entre as atividades promovidas pelo Rafa's Food Park, como corrida do saco, oficina de slime e pintura no gesso, karaokê e caça ao tesouro

Data: Todo o mês de julho, das 13 às 17 horas

Preço: R$ 70 (diária) e R$ 325 (semanal)

Endereço: Rua 56, nº 289, Jardim Goiás

Informações: 99288-1258 e @rafasfoodparkgoiania

Casa da Praça - 2 a 12 anos

Atividades: A Casa da Praça é uma brinquedoteca educativa e lúdica. As turmas são divididas por faixas etárias. Brincadeiras como caça ao tesouro, festa a fantasia, canhão de espuma, futebol de sabão, brinquedos infláveis, personagem vivo, dança, esportes, arte, oficinas, gincanas e culinária

Data: Todo o mês de julho com opção matutina, vespertina e integral

Preço: É possível fechar pacotes semanais ou diária. R$ 120 (diária meio período), R$ 180 (diária integral), R$ 540 (semana meio período) e R$ 835 (semana integral)

Endereço: Praça T-16, nº 71, Setor Bueno

Informações: 99249-9249 (WhatsApp)

Colônia Radical Casa Matiz - 3 a 10 anos

Atividades: A Colônia de Férias Radical é realizada pela Casa Matiz e conta com trilha com obstáculos, caça ao tesouro, dia molhado, construção de pipas, corridas, gincanas, festa caipira e oficinas diversas

Data: 8 a 12 de julho, no período vespertino

Preço: R$ 120 (diária) e R$ 430 (semanal)

Endereço: Rua 56, chácara 7, Jardim Goiás

Informações: 3988-4484 e @casa.matiz

Sesi Multiparque - 4 a 12 anos

Atividades: Aulas especiais, brincadeiras interativas e contato com a natureza estão na programação do Sesi Multiparque, como gincana aquática, oficinas, cine pipoca e master chefinho

Data: 8 a 12 de julho

Preço: Semanal integral,: de R$ 460 (industriário) a R$ 572 (comunidade). Semanal meio período, de R$ 286 (industriário) a R$ 341 (comunidade)

Endereço: Av. João Leite, nº 915, Setor Santa Genoveva

Informações: 3265-0100, 9828-4060 e 98406-6146

Planeta Imaginário - 3 a 12 anos

Atividades: Personagens vivos, caça ao tesouro, oficina de slime, esportes e laboratório de experimentos científicos são algumas das atrações promovidas pelo Planeta Imaginário, localizado no Passeio das Águas Shopping

Data: Até 26 de julho, das 13h30 às 17h30

Preço: R$ 299 (semanal) e R$ 89,90 (diária)

Endereço: Passeio das Águas Shopping (Av. Perimetral Norte, nº 8.303, Fazenda Caveiras)

Informações: 99234-9654

Caballus Equoterapia e Equitação - 4 a 12 anos

Atividades: Montaria a cavalo, gincanas e atividades equestres, montaria a cavalo, futebol de sabão e cuidados com os animais estão entre as atividades da colônia de férias promovida pela Caballus Equoterapia e Equitação

Data: 22 a 25 de julho, das 9 às 17 horas

Preço: R$ 350 (diária integral) e R$ 210 (diária meio período)

Endereço: Rua da Divisa, nº 1.159, Setor Jaó

Informações: 98207-2669

Colônia Baby - 1 ano e meio a 4 anos

Atividades: A Colônia de Férias Baby realizada pelo Melhor Quintal conta com atividades como pinturas na parede, contação de história, momento musical e oficina de massinha

Data: Todo o mês de julho, das 14 horas às 17h30

Preço: Valor não informado. Opções de diárias ou pacotes semanais

Endereço: Rua 1.141, nº 83, Setor Marista

Informações: 99917-1515

Clube de Costura - a partir de 5 anos

Atividades: Voltada para crianças e adolescentes, o Clube de Costura, projeto institucional do Mega Moda, oferece oficinas para crianças e adolescentes a partir de 5 anos. São 18 opções que incluem oficinas de roupa de boneca ou bichinho de pelúcia, desenho de moda infantojuvenil e de pequenos reparos

Data: Até 1º de agosto

Preço: R$ 168 (cada oficina)

Endereço: Rua 67-B, nº 164, Setor Norte Ferroviário

Informações: 98591-6597 ou @clubedecostura

Sesi Campinas - 4 a 15 anos

Atividades: Gincanas, jogos, oficinas e oficina de robótica estão entre as atividades da Colônia de Férias Os Fantásticos, da unidade do Setor Campinas do Sesi Goiás

Data: 8 a 12 de julho

Preço: R$ 200 (industriário), R$ 240 (comunidade), R$ 220 (conveniado)

Endereço: Rua Geraldo Ney, nº 554, Setor Campinas

Informações: 3236-9109 e 99956-1347

Sesi Planalto - 4 a 15 anos

Atividades: Gincanas, jogos, oficinas e oficina de robótica estão entre as atividades da Colônia de Férias Os Fantásticos, da unidade do Setor Campinas do Sesi Goiás

Data: 8 a 12 de julho

Preço: R$ 180 (industriário), R$ 200 (comunidade), R$ 185 (conveniado)

Endereço: Praça Itapuã, nº 150, Jardim Planalto

Informações: 3236-2300

Ctrl+Play Goia^nia - 7 a 17 anos

Atividades: Curso de criação de games (7 a 9 anos), de robótica (10 a 13 anos) e de programação web (13 a 17 anos) estão na programação de férias da Escola de Programação e Robótica Ctrl+Play Goia^nia

Data: 15 a 26 de julho, com opções matutinas ou vespertinas

Preço: R$ 350

Endereço: Rua C-149, nº 686, Jardim América

Informações: 98151-7941

Casa do Bosque: incentivo à culinária internacional


Casa do Bosque: incentivo à culinária internacional

 (Divulgação)

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Uma criança de 10 a 14 anos dá à luz a cada dia em Goiás

Foram 5,9 mil nascimentos de bebês gerados por meninas no Estado em dez anos. Profissionais apontam o risco de morte na gestação precoce e afirmam que grande parte dos casos é fruto de abuso sexual

Modificado em 17/09/2024, 15:58

Uma criança de 10 a 14 anos dá à luz a cada dia em Goiás

Na última década, Goiás registrou 5,9 mil nascimentos de bebês com mães de 10 a 14 anos de idade. No mesmo período, foram contabilizadas seis mortes maternas nessa faixa etária. Os dados são do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), ferramenta do Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas apontam que a gravidez na infância e adolescência está associada a casos de abuso sexual e, quanto mais nova a gestante, maior o risco de vida ao dar prosseguimento a gravidez.

Segundo os últimos dados consolidados, de 2022, foram 397 nascidos vivos de mães com idade entre 10 a 14 anos. Eles representam 0,44% dos 89,7 mil nascimentos ocorridos no ano retrasado. Quando comparado com dez anos antes (2012), o número teve uma queda de 51,6%. Naquele ano, foram 821 nascidos vivos. Mesmo assim, o número mais recente chama atenção, com o nascimento de praticamente um bebê por dia de uma mãe criança ou pré-adolescente.

No Brasil, a quantidade de bebês com mães de 10 a 14 anos de idade também caiu. Em 2012, eram 28,2 mil nascidos vivos. Em 2022, foram 14,2 mil, número 49,3% menor. No ano retrasado, foram registrados dois casos de bebês que nasceram de mães com menos de 10 anos no País. Pela Código Penal, qualquer tipo de relação sexual ou pratica de outro ato libidinoso com menores de 14 anos é estupro de vulnerável. Por isso, uma parte considerável dessas gestações são fruto de violência sexual.

O assunto voltou ao centro do debate público devido ao Projeto de Lei (PL) Antiaborto por Estupro, que determina a prisão ou internação (no caso de menores de 18 anos) de vítimas de estupro que fizerem aborto depois de 22 semanas de gravidez. Atualmente, o abordo legal é garantido, em qualquer idade gestacional, nos casos de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da pessoa gestante e anencefalia do feto.

Divulgado nesta terça-feira (18), o Atlas da Violência 2024, relatório foi feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), demonstrou que meninas de 10 a 14 anos são as que mais sofrem proporcionalmente com a violência sexual.

Médica do Centro de Referência para o Cuidado de Crianças e Adolescentes e suas Famílias em situação de Violência (Cercca) de Recife, no Pernambuco, Maria Carmelita Maia e Silva estudou o contexto de mais de 100 mães com idade entre 10 e 14 anos acompanhadas na capital pernambucana e escreveu uma tese de doutorado sobre o assunto em 2009. De acordo com a pesquisadora, a maior parte dessas gestações acontece entre meninas em situação de vulnerabilidade, que costumam começar o pré-natal tardiamente por medo e/ou vergonha.

Ao jornal, ela apontou que a maioria dessas gestações foram acompanhadas do abandono escolar ou deterioramento da atividade educacional e do crescimento da ocupação em subempregos. Além disso, ela conta que muitas dessas meninas sofreram com a tentativa de viabilização de um parto normal sem elas terem condições físicas para tal. "Uma tortura para elas", ressalta Maria Carmelita, que também chama atenção para o fato de que essas meninas costumam ficar com a saúde mental fragilizada por conta das gestações.

A diretora da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Mirna de Sousa, explica que a gravidez na infância e na adolescência é um problema que deve ser tratado à luz da saúde pública. "O impacto é muito grande. É preciso esquecer crenças religiosas para olhar quem está em risco. Crianças e adolescentes fazem parte da nossa sociedade e são nossa responsabilidade", diz.

Mirna aponta que esse tipo de gestação é de alto risco, com possibilidade de prematuridade do bebê e complicações que podem levar a mãe à morte. "É um corpo que não está preparado para gestar", frisa. Apesar de muitas dessas meninas já terem ciclo menstrual, ela pontua que o útero delas ainda não está maduro para gerar um bebê. O contexto leva a chance aumentada de abortamento, pré-eclâmpsia e depressão pós-parto.

Nesse sentido, a diretora da SGP discorre que existe um gargalo na atenção primária atualmente. "Dentro do consultório, é importante que o médico (pediatra) aproveite este vínculo com as famílias para fazer orientações", diz Mirna. A rede municipal de saúde de Goiânia, por exemplo, não possui um ambulatório específico para tratar vítimas de violência sexual.

No Estado, existem três ambulatórios do tipo. Eles ficam no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), Hospital Estadual da Mulher (Hemu) e o Hospital Estadual de Luziânia (HEL). O Hemu, na capital, é a referência para a realização de abortos legais em Goiás.

Óbitos maternos entre adolescentes e jovens

Os óbitos maternos entre adolescentes e jovens, de 15 a 19 anos de idade, alcançaram a marca de 55 registros quando considerado o período de 2014 a 2024. É uma média de 5,5 mortes por ano. As informações são do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), ferramenta do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados de 2023 e 2024 são preliminares e estão sujeitos a alteração.

No mesmo período, nasceram 138,7 mil bebês com mães nessa faixa etária. De acordo com os últimos dados consolidados, de 2022, foram 10,1 mil nascidos vivos. Eles representam 11,3% dos 89,7 mil nascimentos ocorridos no ano retrasado. O número apresentou leve queda em relação a 2021, que teve 10,2 mil registros, mas queda mais acentuada quando comparado com 2012, quando foram registrados 16,7 mil nascimentos, uma redução de 39,1%.

O ginecologista e obstetra Jony Rodrigues Barbosa conduziu um estudo sobre a maternidade na adolescência na região Noroeste de Goiânia. Para uma dissertação de mestrado, ele acompanhou 170 pessoas do sexo feminino de até 19 anos internadas para realização de parto ou quadro clínico de abortamento, de agosto de 2013 a maio de 2014, na Maternidade Nascer Cidadão. A média de idade do estudo foi de 17,3 anos, sendo que o motivo principal apontado para o primeiro ato sexual foi o sentimento pelo parceiro.

Do total, 99,4% conheciam algum contraceptivo e 75,9% mencionaram ter familiares de primeiro grau que tiveram filhos antes dos 20 anos. Além disso, 53,5% estudavam quando engravidaram e 64,8% das pessoas nesse subgrupo abandonaram os estudos durante a gravidez.

Na avaliação do especialista, que faz parte da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO), o acesso a essas adolescentes é difícil, já que muitas delas não estão na escola, o que demonstra a importante da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para alcançá-las, informá-las e convencê-las sobre a importância do uso dos métodos contraceptivos. "Busca ativa", destaca.

Goiânia

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a rede de atenção, por meio das unidades de saúde da Atenção Primária, realiza atendimento médico e de enfermagem visando a orientação de adolescentes quanto à iniciação sexual e saúde reprodutiva, sendo que os preservativos, tanto masculino quanto feminino, também estão disponíveis para distribuição à população nestas unidades.

A pasta comunicou ainda que ações intersetoriais também são realizadas em parceria com as secretarias municipal e estadual de Educação. "Por meio de ações educativas, temas semelhantes são trabalhados com o intuito de reforçar nos jovens e adolescentes o autocuidado não somente relacionado às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), mas também abordando o risco de gravidez na adolescência", detalhou a pasta.

De acordo com a SMS, quando a adolescente identifica ou suspeita de gravidez, a rede acolhe a demanda com o início e acompanhamento do pré-natal. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) acolhem e acompanham as vítimas de violência sexual quando em sofrimento mental.

Estado

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), tem sido desenvolvido junto às regionais de saúde e municípios goianos, atividades para o monitoramento dos casos de violência sexual e de gravidez na adolescência no Estado, "com reuniões periódicas entre os envolvidos, onde são analisados os dados e sugeridas ações e políticas públicas para reverter o cenário".

Ademais, a pasta informou que mantém parceria, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), com a Atenção Primária e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), "onde são desenvolvidas ações frequentes sobre o tema de educação sexual e reprodutiva junto aos estudantes da rede pública estadual".

Geral

Em Goiás, 845 mil ainda não tomaram nenhuma dose da vacina contra Covid-19

Quase três anos e meio após início da vacinação, SES-GO ainda trabalha para aumentar cobertura vacinal. Neste mês, Estado recebeu cerca de 86,4 mil doses do imunizante atualizado contra a doença

Modificado em 17/09/2024, 16:14

Início da aplicação da nova vacina contra a Covid-19 (monovalente XBB) no Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia Na foto, geral da Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.

Início da aplicação da nova vacina contra a Covid-19 (monovalente XBB) no Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia Na foto, geral da Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.
 (Wesley Costa)

Quase três anos e meio após o início da vacinação contra a Covid-19, Goiás ainda possui 845,8 mil pessoas que não tomaram nenhuma dose do imunizante contra a doença. Neste mês, o governo estadual recebeu cerca de 86,4 mil doses da nova vacina atualizada contra a Covid-19, a monovalente XBB, da farmacêutica americana Moderna, que protege contra as principais cepas em circulação hoje. Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) ainda enfrenta desafios para aumentar a cobertura vacinal de alguns grupos, especialmente crianças.

A nova vacina está incluída no Calendário Nacional de Vacinação (para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias), além de ser indicada para grupos prioritários e pessoas que ainda não tomaram nenhuma dose do imunizante. Atualmente, a recomendação é de que pessoas que nunca se vacinaram contra a doença recebam apenas uma dose da vacina contra a Covid-19, sendo ela a monovalente XBB.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, acredita que notícias falsas relacionadas à vacinação, especialmente de crianças, ajudam a explicar o cenário de pessoas ainda desprotegidas. "Para superar esses obstáculos, nosso trabalho tem sido o de repassar a informação correta", esclarece.

Em Goiás, 6,3 milhões de pessoas acima de 5 anos tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 até o primeiro trimestre de 2023. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos que mais aderiram foram as mulheres e os idosos.

Flúvia chama atenção para o fato de que uma parte considerável dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente os que culminam em internações, ainda são causados por Covid-19. Neste ano, dos 3,2 mil casos de SRAG em Goiás, 15,5% são por Covid-19, enquanto a influenza é responsável por 9,5% até agora. "Não é uma doença do passado, é uma doença do presente", pondera.

Durante o lançamento da campanha Vacina Brasil, ocorrida nesta terça-feira (29), a imunologista e diretora médica de Vacinas da América Latina da Adium/Moderna, Glaucia Vespa, compartilhou do mesmo ponto de vista de Flúvia. "A emergência em saúde pública acabou, mas o vírus continua presente", avaliou. Glaucia também chamou atenção para a tecnologia da vacina, que é baseada no mRNA mensageiro. "Destaque pela eficácia e segurança", disse.

O infectologista e diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, pontua que a vacinação contra a Covid-19 não é benéfica só para prevenir quadros graves e mortes, mas também para evitar casos de Covid longa. "É quando o indivíduo permanece inflamado após o episódio agudo (da doença)", explica. Alguns dos principais sintomas são a fadiga e a confusão mental. Mulheres, idosos e portadores de comorbidades fazem parte do grupo de risco. "Como não estamos mais em emergência, é preciso entender que a fisiopatologia da doença está mudando. A melhor forma de se proteger é pela vacina."

Vacina

Na visão da superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, ter uma vacina como a monovalente XBB disponível representa um ganho para a população em termos de proteção. "É a que está mais atualizada no que diz respeito às cepas em circulação." O imunizante é conhecido como monovalente XBB por oferecer proteção contra a subvariante ômicron XBB 1.5, que circulou de forma intensa em Goiás em 2023. "Foi a que mais identificamos nos sequenciamento que fizemos", aponta Flúvia.

De acordo com a SES-GO, as mais de 80 mil doses de monovalente XBB recebidas do Ministério da Saúde já estão nos postos de saúde, que estão abastecidos e orientados sobre a aplicação do imunizante. "Temos a expertise. A forma de armazenamento é a mesma da Pfizer, de ultracongelamento", detalha Flúvia.

Idosos

Os idosos representam 65,1% das 28,5 mil mortes por Covid-19 ocorridas em Goiás até agora. Apesar de a cobertura vacinal do grupo ser mais satisfatória, Flúvia reforça que é importante que as pessoas com mais de 60 anos não se esqueçam de tomar o reforço de seis em seis meses. "Nunca deixou de ser um grupo de atenção da doença. Eles têm maior chance de agravamento e morte", avalia Flúvia.

A geriatra e presidente do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Maisa Kairalla, lembra que mesmo com boa saúde, os idosos sofrem com a imunossenescência, um processo de deterioração gradual do sistema imunológico que ocorre com o envelhecimento natural do organismo. Nesse contexto, ainda existem os idosos que possuem quadros agravados por condições crônicas ou uso de medicamentos. "Para envelhecer com saúde, um dos pilares fundamentais é a vacinação", comenta.

Crianças

Em Goiás, as crianças e adolescentes possuem a pior cobertura vacinal contra a Covid-19. A cobertura com duas doses entre aqueles de seis meses a quatro anos de idade é de apenas 12,7%. Apesar de as crianças não estarem entre aqueles que mais morrem, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás destaca que é importante considerar que uma parcela delas tiveram pouco contato com o vírus e ainda não se vacinaram. "Principalmente aquelas que nasceram no pós-pandemia. Um aumento de casos não está descartado", esclarece Flúvia.

A pediatra e membro do departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Flavia Almeida, corrobora as ideias de Flúvia e reforça que do ponto de vista de internação, aqueles com menos de um ano de idade ainda são um grupo importante. O cenário é preocupante, já que, em Goiás, apenas 10,3% daqueles com idade entre seis meses e dois anos tomaram duas doses da vacina contra a doença. Nesse sentido, Flavia explica que é imprescindível que o poder público continue fazendo um trabalho de comunicação e combate às notícias falsas junto aos pais e médicos. "Um trabalho de formiguinha", finaliza.

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Suspeito de matar casal em oficina mecânica por acreditar que eles passaram Covid é preso

O crime ocorreu após o pai e o irmão do suspeito morrerem por complicações causadas pela doença

Modificado em 19/09/2024, 01:18

Vanderli dos Reis Santana, 27 anos, acreditava que as vítimas transmitiram Covid para seu pai e irmão, que morreram da doença no mesmo ano

Vanderli dos Reis Santana, 27 anos, acreditava que as vítimas transmitiram Covid para seu pai e irmão, que morreram da doença no mesmo ano (Polícia Civil/Divulgação)

Dois anos após o crime, a Polícia Militar (PM) prendeu, na noite de terça-feira (26), o homem indiciado pela morte de um casal e por ferir um jovem em Itumbiara, foragido desde 17 de outubro de 2021, quando ele se tornou o único suspeito do assassinato. Vanderli dos Reis Santana, de 27 anos, acreditava que as vítimas transmitiram Covid-19 para seu pai e irmão, que morreram da doença no mesmo ano. Como vingança, atirou pelo menos 19 vezes contra a família.

De acordo com o delegado do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Felipe Sala, responsável pelo caso, Vanderli foi encontrado em um posto de gasolina em Uberaba, onde foi identificado, abordado e capturado pelo 4º batalhão da Polícia Militar.

"O inquérito já havia sido relatado quando ele havia sido indiciado pelos crimes de duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. Então, ele já virou réu em ação penal. Já foi denunciado pelo Ministério Público", explica o delegado.

Quando o caso aconteceu, em 2021, o investigador relatou que a perícia encontrou no local do crime aproximadamente 19 cápsulas deflagradas, possivelmente de uma pistola calibre 380.

Já o carro que Vanderli dos Reis Santana utilizou no momento do crime, um GM/Corsa de cor cinza chumbo, identificado por câmeras de segurança, foi abandonado na cidade de Panamá, de acordo com o delegado Felipe Sala.

As vítimas, Flanklaber Silva e Silva, de 40 anos, e Marilia Silva e Silva, de 37, foram baleadas em uma oficina instalada em um galpão próximo do Estádio JK, em Itumbiara, onde a família trabalhava. O homem morreu no local, enquanto a mulher foi socorrida com vida, mas morreu a caminho do hospital.

O filho de Flanklaber, na ocasião com 21 anos, presenciou a cena e foi atingido na perna. O jovem passou por cirurgia no fêmur e, atualmente, está bem e voltou a morar em Itumbiara. A reportagem tentou contato, mas ele preferiu se manter anônimo por receio de represália.