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Adolescente vira fisiculturista após sofrer bullying de atleta e compartilha rotina de treinamentos

Arquivo Pessoal
Guilherme Alves Mendonça

“Capa do Batman”. Esse era um dos apelidos que o pequeno e magro Guilherme Alves Mendonça recebeu na escola quando mais novo, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. O bullying que sofreu se tornou combustível para que ele se dedicasse aos treinos de musculação e depois ao fisiculturismo. Atualmente, aos 17 anos, o jovem posta nas redes sociais sua rotina pesada em associar o estudo, o treino, o trabalho e as competições, com o objetivo de inspirar mais pessoas.

Ao Daqui, Guilherme disse que desde os 12 anos era alvo de piadas tanto na escola como na família, devido ao seu porte físico. 

No 6º ano da escola, eu sofri bullying porque eu era bem magrelo, usava óculos, meus dentes eram tortos. Uma vez, fui ajudar em uma obra. Eu falava que era forte, mesmo sendo magrelo, para descontrair. Um rapaz pegou um saco de cimento e colocou nas minhas costas, mas eu acabei caindo. Virei piada na família inteira”, contou o adolescente. 

Mas, aos 15 anos, decidiu que não seria mais motivo de piada e começou a treinar na academia. Com o tempo, Guilherme viu sua autoestima e saúde melhorarem consideravelmente.  

Os treinadores então disseram que o jovem tinha um biotipo propício para competir no fisiculturismo. O novo objetivo fez com o que o jovem precisasse se desdobrar na escola, nos treinos e também arrumar dois empregos para cobrir os gastos, principalmente com a comida. 

"O esporte é caro, porque se baseia em comida e comida cara. Tive que administrar a escola com a academia e com os dois empregos, um durante a semana e outro no final de semana. Eu tinha que acordar 4h para fazer minhas marmitas e ir comendo durante o dia. Ainda tinha que pegar dois ônibus para ir e dois para voltar”, relatou.

Por ter que comer várias vezes durante o dia, Guilherme precisou se mudar para uma escola que permitisse que ele tirasse mais intervalos durante as aulas, já no 3º do ensino médio. O adolescente também contou com o apoio da mãe e da família para continuar nessa pesada rotina. 

Tanto esforço foi recompensador para Guilherme, que mesmo sem estar com seu treinador da época no dia da competição, realizada em Goiânia, no dia 31 de março deste ano, ficou em 4º lugar na categoria Teen (adolescente em inglês), com competidores de 16 a 19 anos. 

"Meu sonho é inspirar pessoas a sairem da zona do bullying. Também quero conquistar o Olympia, que é o maior campeonato do mundo”, disse o jovem. 

O esporte também o inspira na escolha da sua graduação. Guilherme pretende cursar educação física e depois nutrição. A mãe dele, que tanto o apoia no esporte, também tem seguido o exemplo do filho e começou a treinar, segundo ele.

Na internet, os seguidores elogiam a dedicação do adolescente e dizem que ele os estimula para continuarem firmes nos treinos.

"Quero sempre inspirar as pessoas para o bem, para o pessoal começar a treinar, cuidar da saúde”, afirmou. 

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