Os dois alunos envolvidos na fraude no uso do cartão Bolsa-Uniforme, utilizado para compra de uniformes dos colégios militares, perderão as vagas nas escolas em que estudam: Colégio Hugo de Carvalho Ramos, no Jardim Goiás e Major Oscar Alvelos, no Parque Atheneu. A informação foi confirmada pelo Comando de Ensino da Polícia Militar nesta quinta-feira (31). Nesta semana, duas pessoas foram presas suspeitas de desviar recursos do programa. O Comando de Ensino da PM informou que os alunos estão sendo submetidos ao Conselho Disciplinar, conforme estabelece o Regimento Escolar do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás. Após a avaliação do Conselho e seguindo as normas vigentes, será determinada a transferência desses alunos para uma escola regular da rede de ensino estadual. Além disso, o retorno desses alunos aos Colégios Militares será proibido (veja nota na íntegra ao final desta reportagem). “Esses alunos não ficam sem estudar. Eles serão transferidos para uma outra unidade escolar, pública, regular, mas não mais em nenhum colégio militar e não mais com acesso ao cartão Bolsa-Uniforme”, afirmou a tenente-coronel Quéren Léles, comandante de Ensino dos Colégios Militares de Goiás, em entrevista à TV Anhanguera. Segundo o Comando de Ensino, a medida visa garantir o cumprimento das normas e valores estabelecidos pela instituição. Esquema Além dos dois estudantes, estão envolvidos na fraude o dono de uma loja de uniformes, de 29 anos, e uma mulher de 34. Eles foram presos em Goiânia na terça-feira (29), suspeitos de desviar recursos do programa, que faz parte do Goiás Social. Segundo a Polícia Civil (PC), foram apreendidos 63 cartões do programa. Conforme a apuração inicial da PC, a quantia desviada é de aproximadamente R$ 60 mil. O delegado do caso, Humberto Teófilo, explicou que a mulher abordava alunos de alguns colégios militares em Goiânia. Ela os convencia a irem até a loja do empresário, que é um estabelecimento credenciado para a venda de uniformes. O homem passava o valor total do cartão na máquina, que é de até R$ 970, e ficava com uma parte. Outras partes do dinheiro ficavam com a mulher e os alunos. Ainda segundo o investigador, após uma denúncia, a PM abordou a suspeita em frente a um colégio militar no Parque Atheneu, e ela tinha consigo 31 cartões do Bolsa Uniforme. Depois, a equipe foi até a loja do empresário, onde havia outros 11. Em seguida, os suspeitos foram conduzidos à delegacia. Durante o depoimento, os suspeitos ficaram em silêncio, conforme explicou o delegado Humberto. Eles devem responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e corrupção de menores. Como o nome dos suspeitos não foi divulgado, o Daqui não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem. Bolsa-Uniforme O programa Bolsa Uniforme atende todos os estudantes do ensino fundamental e médio dos colégios militares. O benefício, disponibilizado uma vez por ano, oferece um valor de até R$ 970 por aluno, transferido diretamente pelo sistema bancário aos beneficiários. Nota do Comando Militar de Ensino da PM na íntegra “Informamos que os alunos envolvidos na ocorrência de fraude no uso do Cartão Bolsa Uniforme estão sendo submetidos ao Conselho Disciplinar, conforme estabelece o Regimento Escolar do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG). Após a avaliação do Conselho e de acordo com as normas vigentes, será determinada a transferência desses alunos para uma escola regular da rede de ensino estadual, ficando vedado o retorno aos Colégios Militares.Esta medida visa garantir o cumprimento das normas e valores estabelecidos pela instituição, reafirmando nosso compromisso com a disciplina, integridade e ética no ambiente escolar.Divisão de Comunicação, Cerimonial e Marketing do CEPM”