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Após matar esposa, criança e patrão, suspeito bebeu cerveja com amigos

Wanderson em 2019, quando foi preso por tentativa de feminicídio

Após matar a companheira grávida, a filha dela de 2 anos de idade e o patrão, e tentar matar a mulher deste, na tarde de domingo, o caseiro Wanderson Mota Protacio, de 21 anos, foi para a casa de um amigo em outra cidade, a 45 quilômetros de distância, foi para uma praça pública, voltou para a residência onde tomou cerveja, dormiu e conseguiu vender um celular roubado de uma das vítimas por R$ 200. O rapaz que comprou o aparelho foi preso na segunda-feira (29) em flagrante, por receptação, e se encontra detido.

Wanderson é acusado de matar a mulher, Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, grávida de quatro meses, a enteada, Geysa, de 2 anos, e o produtor rural Roberto Clemente de Matos, de 73, para quem prestava serviços em uma fazenda em Corumbá de Goiás.

O rapaz também teria tentado estuprar e matar a mulher de Roberto, Cristina Nascimento Silva, de 45. Ela foi atingida por um tiro no ombro, fingiu ter morrido e conseguiu ser deixada para trás por Wanderson, que fugiu com a caminhonete do casal em direção a Alexânia. O veículo foi encontrado na GO-225, a alguns quilômetros do local.

Em depoimento, o amigo, um trabalhador rural de 22 anos, conta que estava em casa por volta de 18 horas do domingo com o irmão, quando Wanderson chegou dizendo que seu carro tinha caído em uma vala e que precisava de um guincho. Em seguida, ele saiu dizendo que ia resolver o problema e voltou para a residência meia hora depois com dois celulares, querendo vender um deles.

O aparelho estava travado e sem nota fiscal, mas Wanderson teria mentido, segundo o amigo, dizendo que estava com ele há 3 meses. Após o amigo comprar por R$ 200, eles foram para uma praça próxima, mas Wanderson teria ficado incomodado e retornaram para a residência, com uma caixa de cerveja comprada por Wanderson numa distribuidora.

O amigo ainda relatou em depoimento que ficou pouco tempo com Wanderson, pois estava com a namorada. O suspeito dormiu lá e por volta das 7 horas se despediu. Só mais tarde que, pelo celular, o trabalhador rural e o irmão ficaram sabendo, segundo ele, dos crimes cometidos pelo amigo que já tinha ido embora da cidade. De acordo com a polícia, Wanderson foi até a rodoviária, onde comprou uma passagem de ônibus para Abadiânia, mas resolveu ir para a outra cidade de táxi.

A Polícia Civil chegou até esse amigo porque o celular que ele pegou com Wanderson era o da mulher do produtor rural assassinado. Por meio de rastreamento os policiais chegaram até Alexânia a procura de parentes e conhecidos de Wanderson. Encontraram o amigo e o irmão deste, que deram logo a versão deles para o ocorrido. O amigo foi preso por receptação e se encontra detido na cadeia local. Foi estipulada uma fiança de R$ 10 mil para ele, que até o fechamento desta reportagem, não foi paga.

Já as buscas por Wanderson seguem pelo quarto dia. Até a noite de quinta-feira, ele continuava foragido. Policiais civis e militares procuram pelo suspeito na zona rural de Abadiânia, Alexânia e Gameleira de Goiás. Algumas testemunhas têm procurado as forças de segurança para relatar terem ou visualizado ele ou até mesmo sido abordadas, mas a polícia até o momento não confirmou a veracidade de nenhuma informação.

A Polícia Civil e a Militar não dão declarações oficiais sobre as investigações e teriam abandonado a ideia de centralizar as ações em uma base.

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