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Após redução na usina de R$ 0,23, preço do etanol começa a cair

Fábio Lima/O Popular

Demorou, mas o preço do etanol finalmente começou a cair para o consumidor nos postos de Goiânia, por conta do aumento da colheita da nova safra de cana de açúcar. Nas usinas, o preço do litro do combustível, que é derivado da cana ou do milho, ficou R$ 0,23 mais barato ainda na semana passada. Já a queda para o consumidor só começou a acontecer nesta segunda-feira (2), quando algumas revendas reduziram seus preços para até R$ 4,97.

Mas, até o início da noite de ontem, o aplicativo Economia Online, da Secretaria de Estado da Economia, mostrava que o litro do etanol ainda era vendido por até R$ 5,67 em alguns postos da capital. Nas usinas, de acordo com o levantamento semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), o preço médio do etanol hidratado nas usinas goianas caiu de R$ 3,30 para R$ 3.07 na semana passada, uma redução de R$ 0,23.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, explicou o repasse da queda do preço na usina começou a acontecer em algumas distribuidoras menores, na ordem de R$ 0,20. As reduções teriam começado, também, pelos postos que têm estoques menores. Mas, de acordo com ele, a expectativa é que os preços caiam de forma mais generalizada no decorrer desta semana.

Ontem, o preço do etanol em Goiânia variava de R$ 4,97 a R$ 5,67. “Já temos esta grande variação dos preços na capital porque algumas distribuidoras já começaram a reduzir os valores e outras ainda não”, explicou Márcio. Segundo ele, a expectativa é que os preços caiam ainda mais nos próximo dias, com o aumento da oferta do combustível no mercado.

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol no Estado (Sifaeg), André Rocha, lembra que o preço começou a cair nas usinas na penúltima sexta-feira (dia 22), mas os novos valores se refletiram apenas na pesquisa da Esalq na semana passada. Ele informa que 24 das 37 usinas em operação no Estado já estavam moendo cana nesta segunda-feira (2). 

As usinas de cana na região Centro-Sul, maior produtora do País, pararam de moer mais cedo na safra passada e começaram mais tarde para esta safra atual. André explica que, nesta safra, a queda nos preços demorou a acontecer por conta deste atraso no início da moagem. “O estoque no final de fevereiro estava até mais alto que no mesmo período do ano passado. Mas, em março, não se produziu praticamente nada e o estoque foi sendo reduzido. 

Mas na primeira quinzena de abril, houve um grande aumento da demanda, que pressionou a oferta e os preços no mercado, cenário que pegou muitas distribuidoras, principalmente as pequenas, com baixos níveis de estoque à espera de uma queda mais significativa de preços na usina. Já na segunda quinzena de abril, mais indústrias começaram a moer cana e os preços começaram a cair. “Mas até esta redução chegar ao consumidor é outra história”, alerta o presidente do Sifaeg.

Precificação

Os postos de combustíveis de todo País têm até o próximo dia 7 (sábado) para exibirem seus preços ao consumidor com apenas duas casas decimais, segundo nova regra da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Hoje, o valor mostrado na bomba tem três casas decimais.

Márcio Andrade informa que, em todo mundo, a precificação ocorre com três casas decimais no preço do litro, o que não influencia em nada para o consumidor na hora da cobrança, quando a bomba arredonda para baixo e o preço total é cobrado com dois dígitos.

Já para o posto, a diferença seria grande por conta do volume de venda. Num abastecimento de 50 litros, por exemplo, a perda seria de R$ 0,45 no caso de um 9 na última casa decimal. Além disso, toda cadeia de combustíveis tem vários dígitos após a vírgula. “O posto compra com cinco ou seis dígitos. A distribuidora também compra da Petrobras com vários dígitos”, diz o presidente do Sindiposto.

O que pode acontecer, segundo ele, é que o posto pode até cobrar mais caro para cobrir esta diferença. “É uma medida desnecessária, mas os postos vão acatar e se adaptar, colocando o preço na bomba só com duas casas após a vírgula”, garante Márcio. Segundo ele, as mudanças nas bombas e placas implicarão em novos custos para as revendas.

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