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Aparecida de Goiânia confirma três casos de reinfecção por Covid-19

Reprodução/Pixabay

Aparecida de Goiânia confirma três casos de reinfecção de Covid-19. As três pessoas, dois homens e uma mulher, tiveram a doença atestada por dois exames RT-PCR com intervalos maiores que 90 dias entre eles. Em dois desses casos, os pacientes tiveram a variante brasileira identificada primeiramente em  Manaus. Todos tiveram evolução do quadro sem gravidade. 

Com estes três casos, o Brasil passa a ter 14 confirmações de reinfecções pela doença. A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que, até ontem (26), havia sido notificado e confirmado por critérios laboratoriais, um caso de reinfecção no município de Ceres, no dia 8 de fevereiro deste ano. A pasta também informou que outros dois registros do tipo ainda estão em investigação, sendo um no município de Morrinhos e um em Rio Quente. Não há óbito notificado em pacientes reinfectados no Estado.

A diretora de avaliação de políticas de saúde da prefeitura de Aparecida, Érika Lopes, também é responsável pelo Programa de Sequenciamento Genômico, que faz o acompanhamento dos casos positivos. Ela explica que, desde o ano passado, quando o município optou pelo modelo de testagem em massa, todos os arquivos das pessoas que testaram positivo para a Covid-19 passaram a ser arquivados. 

Após o registro das reinfecções, os dados foram encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que confirmou os casos depois de análises criteriosas de comparação entre os testes. Érika Lopes destaca que esta é uma estratégia de vigilância genômica importante para acompanhar a mutação do vírus e cruzar dados dos pacientes para saber se essas mutações podem oferecer risco maior para a população, por exemplo.

A diretora ressalta que as mutações são comuns e esperadas, mas que a falta de respeito às regras sanitárias, como distanciamento social e uso de máscaras, associada à baixa cobertura vacinal pode permitir que o vírus tenha resistência ainda maior. Com isso, ele pode se tornar mais letal e perigoso pela ampliação de seu poder de adaptação, sem contar que ele pode se tornar ainda mais contagioso. 

Érika explica que a comprovação só foi possível porque, nos dois testes, quando os moradores da cidade apresentaram os sintomas, a carga viral foi suficiente para que o material colhido fosse analisado. “Sabemos que não são raros os casos de reinfecção, mas é difícil fazer essa comprovação. O Brasil faz sequenciamento em baixa escala porque é necessário ter um amplo banco de dados, amostras em condições ideais e laboratório qualificado para esse processo ser confirmado”, diz.

Aparecida de Goiânia começou a guardar as informações de todos os testes positivos ainda em abril do ano passado e, de lá para cá, quase 260 mil testes RT-PCR foram realizados na cidade. Desde o início da pandemia, 61.615 casos foram confirmados, com 1.138 óbitos e 59.613 pessoas já estão recuperadas.


Variante brasileira é majoritária

Das 119 amostras coletadas para análise, a diretora de avaliação de políticas de saúde de Aparecida de Goiânia Érika Lopes detalha que 97 já foram concluídas. Destas, 46 são do ano passado e 51, neste ano. Dos casos de 2020, Érika informa que não foram encontradas variantes que possam causar preocupação. Mas nas amostras deste ano, 58,8% eram da variante brasileira identificada em Manaus inicialmente e 3,9%, da variante originária do Reino Unido. 

A análise também mostra que 22 pacientes tinham menos que 60 anos e não apresentavam comorbidades e, mesmo assim, precisaram de internação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo que 19 deles foram infectados por uma destas duas variantes consideradas mais severas. Juntas, as duas variações do Sars-CoV-2 foram responsáveis por 86,3% dos casos analisados. 

Érika diz que nenhum dos pacientes que tiveram a reinfecção confirmada pelo sequenciamento genômico eram profissionais de saúde. Um deles apresentou os dois testes positivos com diferença de quase oito meses entre eles. Já a mulher, apresentou os testes com diferença de seis meses. Já no caso do homem de 60 anos o intervalo foi de três meses (veja no quadro). 

Os dois pacientes que têm 25 anos, um homem e uma mulher, que confirmaram a reinfecção pelo coronavírus relataram sintomas leves após o segundo teste positivo. Já o homem de 60 anos foi assintomático no período da primeira infecção. A diretora da secretaria de saúde de Aparecida reforça que ainda não é momento de relaxar com as regras da pandemia. “Monitoramos variantes para saber quais estratégias devemos adotar, como proceder. Este é um acompanhamento extremamente importante e todo material que estamos colhendo será compartilhado com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que esses dados possam ser analisados por pesquisadores de outros lugares.”

A cidade firmou parceria com laboratório particular e a meta é realizar pelo menos 150 sequenciamentos genômicos do Sars-CoV-2 por mês. 

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