O concurso de Miss Universo existe há 66 anos. A premiação tem o objetivo de escolher a mulher mais linda do mundo nos países dos cinco continentes. Há seis anos, a organização do prêmio decidiu acabar com a proibição a candidatas transgênero. Em 2018, pela primeira vez na história, a cerimônia terá uma participante trans. O concurso de beleza é transmitido para 190 países, com público estimado de meio bilhão de espectadores. Angela Ponce foi a vencedora do Miss Espanha e revela que tem orgulho de chegar onde chegou. “É muito bom ter a oportunidade de usar esta plataforma para uma mensagem de inclusão, tolerância e respeito pela comunidade LBGT+”, disse em entrevista à Reuters em Bangcoc, onde a final será realizada no dia 17 de dezembro.A primeira candidata a Miss Universo trans é voluntária em uma organização sem fins lucrativos na Espanha que trabalha com famílias e crianças que lidam com questões de identidade de gênero. “Nasci em um mundo, em uma sociedade que realmente não estava preparada para mim. Tive o apoio da minha família, mas mesmo assim sofri discriminação e não tinha modelos a seguir. Tantas crianças sofrem discriminação por serem diferentes. É importante dizer a elas que elas têm direito de ser quem são, quem quiserem ser”, declarou à Reuters. Em outubro, a candidata Miss Colômbia, Valeria Morales Delgado, criticou Angela Ponce. “O reino da beleza, como é o Miss Universo, foi feito para mulheres que nascem mulheres”, declarou na ocasião. “As mulheres trans vêm sendo perseguidas e apagadas há muito tempo. Estou mostrando que as mulheres trans podem ser o que quiserem”, enfatizou Angela Ponce.Ela foi barrada de várias competições de moda por ser transgênero. E lembra o que sentiu quando recebeu o prêmio de Miss Espanha. “Quando colocaram a coroa, fechei os olhos para absorver aquilo, porque sabia que era um momento muito significativo”, se emociona ao relembrar o dia.