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Até humorista Fábio Porchat foi usado para desvios da Lei Rouanet

Divulgação
Fábio Porchat, do canal Porta dos Fundos

Um show privado de stand up do humorista Fabio Porchat, do grupo Porta dos Fundos, foi usado no esquema de desvios da Lei Rouanet, segundo o Ministério Público Federal, no escândalo apurado pela Operação Boca Livre, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça (28).

Porchat, alertado pela reportagem de que seu nome teria sido usado no esquema, afirmou que não fazia ideia do fato.
"Sou contratado para dezenas de trabalhos e é impossível eu saber a procedência do dinheiro dos meus contratantes. Como não sabia desse", informou, por e-mail.

Segundo o MPF, o escritório de advocacia Demarest teria usado recursos da Lei Rouanet na contratação do humorista para um show privado -algo vetado pela mecanismo de isenção fiscal- em comemoração aos 68 anos de fundação da sociedade jurídica. Para tanto, teria contratado o Grupo Bellini Cultural, que comandava o esquema segundo a Polícia Federal.

Procurado, o Demarest informou que ainda não teve acesso ao processo e reafirmou que não cometeu qualquer irregularidade e que colaborou e continuará a colaborar com a investigação. Os advogados do Bellini Cultural não se posicionaram sobre o caso.

A Polícia Federal, em conjunto com servidores da Controladoria Geral da União, cumpriu na terça 14 mandados de prisão temporária -todos expedidos contra integrantes da Bellini- e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio e Brasília.

O grupo Bellini atua há 20 anos no mercado. Segundo a PF, ele seria o operador do esquema que existe desde 2001, gestão FHC: como proponente de projetos culturais, conseguia recursos na Rouanet e se associava a patrocinadores privados para reverter esses recursos para fins pessoais.

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