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Biblioteca sofre com estragos, mesmo após suposta reforma

Wesley Costa
Portas e janelas desgastadas e quebradas são visíveis por quem passa em volta da biblioteca municipal

Problemas estruturais fazem parte da Biblioteca Municipal Cora Coralina, mesmo após Secretaria Municipal de Cultura (Secult Goiânia) dizer ter concluído reparos internos emergenciais. Situação pode ser vista até mesmo por quem passa de fora, por meio das vidraças quebradas da porta principal de madeira gasta, ou pelas janelas com risco de queda.

É olhando por esses detalhes que ainda pode-se perceber a movimentação de pessoas dentro do patrimônio, localizado no Setor Campinas. De portas cerradas desde abril do ano passado, quando foram anunciados reparos na parte elétrica e telhado, o público interessado em entrar na biblioteca deve chamar por um servidor para que a porta seja aberta.

Uma pessoa que trabalha na biblioteca disse não saber o real motivo pela qual estão com as portas fechadas, mesmo depois dos reparos. Ela faz questão de manusear a fechadura da porta, citando ainda sobre a preocupação com estado de conservação do material. Questionada, a Secult Goiânia disse que o atendimento interno está se dando de “portas fechadas por segurança ao acervo, servidores e visitantes”.

A biblioteca conta com um acervo de 48 mil livros, entre eles, é possível ver infiltrações, pinturas gastas, ripas de madeira que seguram portas que foram invadidas anteriormente, e um elevador desativado por falta de manutenção. O estado de conservação da edificação, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), conta com “necessidade de intervenção urgente”.

De acordo com uma vistoria feito pelo instituto em 2022, foram encontrados “muitos pontos de umidade tanto ascendente como descendentes, com algumas manchas escuras”. Além disso, é citado sobre uma grande incidência de fissuras nas fachadas externas, o que pode ser percebido à distância, junto de pichações, por quem passa na calçada, ou até mesmo na Praça Coronel Joaquim Lúcio Tavares, próximo ao local.

Ao jornal, o Iphan citou ainda que uma gestora local havia dito sobre o aparecimento de cupins em alvenarias internas, o que poderia “prejudicar ainda mais as esquadrias de madeira” presentes no local. “Os danos têm se agravado progressivamente e contribuído para o estado de fragilidade da edificação”, complementam.

O instituto disse ter cobrado as intervenções necessárias para restabelecer o uso do prédio com segurança “há muito tempo”, no entanto enfatizou não ter tido retorno positivo por parte da prefeitura. O não cumprimento, segundo o Iphan, pode levar ao auto de infração, o que levaria o prédio a ser liberado para uso somente após o cumprimento de todas as indicações de restauração.

“Cientes”

Em nota, a Secult disse que a gestão municipal é ciente de todas as necessidades de reparos, manutenção e acessibilidade do prédio da biblioteca. Ainda, que o paço está “seguindo com o cronograma de acordo com a programação orçamentária”, sendo a Biblioteca Cora Coralina uma das prioridades de restauro para o próximo semestre.

Mesmo com o impasse, uma servidora da biblioteca está na unidade junto com outros funcionários das 8h às 16h, de segunda à sexta-feira, para, segundo ela, garantir o acesso do público ao material literário disponível. O compromisso foi fortalecido por ela em abril, quando, diante dos reparos, haviam pedidos pelo fechamento da unidade temporariamente. A mulher disse ainda estar tentando marcar um horário com o Secretário Municipal de Cultura Eduardo de Souza, para pedir a reabertura das portas da biblioteca.

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