Os usuários do sistema de transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia só poderão se locomover com os ônibus próprios do corredor exclusivo BRT Norte-Sul em fevereiro do ano que vem. A operação das seis linhas que foram criadas para andar pelo trajeto precisará de 30 a 45 dias após a finalização das obras do corredor para funcionar.O prazo é necessário para a implantação das estruturas e mobiliário nas estações, como catracas, totens de informações e outros. Nesta semana, o Paço Municipal anunciou um acordo com o consórcio responsável pelas obras do BRT para o pagamento de R$ 15,5 milhões de taxa de administração central e um aditivo no prazo de entrega para 31 de dezembro.A previsão anterior era que toda a estrutura fosse finalizada até 31 de outubro, com isso, à época, existia a intenção de colocar os 62 ônibus equipados com portas dos dois lados e ar-condicionado para rodar ainda neste ano pelo BRT Norte-Sul.Agora, o acordo é que as 31 estações de embarque sejam entregues de forma parcelada, sendo 11 até o fim de outubro, incluindo as localizadas na Praça Cívica, outras dez até o fim de novembro e o restante até 31 de outubro. No entanto, segundo o presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Tarcísio Abreu, as plataformas não serão utilizadas antes do início da operação do BRT, com os ônibus novos.Abreu conta que o processo de aquisição dos veículos, por parte das concessionárias que vão operar as linhas (Viação Reunidas, HP Transportes e Rápido Araguaia), está em andamento e deve ser finalizado até dezembro. No entanto, como a operação atual é realizada com os veículos convencionais, que possuem porta de embarque apenas do lado oposto ao do motorista e de piso baixo, não seria possível a utilização das plataformas.O presidente da CMTC diz que as estruturas serão recebidas pela companhia e repassadas para o consórcio das concessionárias que farão a instalação dos equipamentos necessários para o funcionamento, mas os passageiros só utilizarão os espaços também em fevereiro de 2024.Até lá, as pistas do corredor exclusivo continuarão sendo utilizadas pelas linhas convencionais, incluindo as paradas que foram instaladas provisoriamente ao longo do trajeto, que vai do Terminal Recanto do Bosque, na Região Noroeste de Goiânia, até o Terminal Isidória, na Região Sul da capital.A operação total do BRT Norte-Sul, por outro lado, inclui ainda o trecho 1 do corredor, que é do Terminal Isidória até o Terminal Cruzeiro do Sul, em Aparecida de Goiânia, cuja licitação para a realização da continuidade das obras está prevista para ter seu edital divulgado em outubro deste ano. Há ainda as extensões para o Terminal Veiga Jardim, também em Aparecida, e para o Parque Atheneu, em Goiânia.Estes últimos não possuem previsão ainda de obras para realização de corredor exclusivo e, por isso, há a necessidade de a operação contar com veículos com portas dos dois lados, sendo uma em posição mais elevada, para o desembarque nas plataformas, ou seja, no trecho com a estrutura própria do BRT. A outra porta será utilizada para o embarque e desembarque nos trechos sem as obras realizadas, cuja entrada e saída dos passageiros ocorrem pela calçada, como nos ônibus convencionais.A mesma situação vai ocorrer nos terminais, em que aqueles construídos para o BRT também possuem as plataformas mais elevadas. Ao todo, são quatro os terminais construídos ou reformados no trecho 2 do BRT e todos já foram entregues e estão em uso. O último deles inicia a operação neste sábado (16) e é localizado na Avenida Goiás Norte, próximo ao Viaduto Iris Rezende. Chamado de Terminal Hailé Pinheiro, em homenagem ao empresário e dirigente esportivo falecido no ano passado, o local foi inaugurado nesta sexta-feira (15), pela Prefeitura de Goiânia.FocoO presidente da CMTC afirma que a implantação do BRT Norte-Sul e dar início a sua operação se tornou o principal foco da atual gestão e, com isso, outros projetos que estavam sendo planejados deverão ser deixados para o próximo ano.Entre eles estão a ampliação dos serviços tarifários do sistema de transporte coletivo metropolitano, como o Meia-Tarifa, que permite ao usuário pagar R$ 2,15 por viagem de curta distância, e o CityBus 3.0, que é o serviço de transporte coletivo sob demanda, por chamadas via aplicativo. A previsão era que esses benefícios fossem implantados em Goiânia ainda neste ano.Tarcísio Abreu conta que ainda não há uma data para a implantação desses novos projetos na capital, justamente porque o foco é total para o BRT. “Não temos uma data ainda. Estamos trabalhando muito para implantar o BRT primeiro”, diz ao comentar se os dois projetos ficariam só para o próximo ano.Ele acrescentou também que as operações para esses benefícios são mais complexas e que geram aumento na demanda. Conta que em Nerópolis, o uso da Meia-Tarifa teve uma alta de 300% no uso das linhas locais. Em Trindade o acréscimo chegou a 90% e em Senador Canedo 70%.Terminal Hailé Pinheiro recebe 3 novas linhasO Terminal Hailé Pinheiro, localizado na Avenida Goiás Norte com a Avenida Perimetral Norte, foi inaugurado nesta sexta-feira (15) e começa a receber ônibus e passageiros neste sábado (16). Ao todo, 13 linhas vão passar pelo espaço, sendo três novos itinerários criados a partir dele, com destino para o Setor Central, outro para o Terminal do Dergo e o último para o Setor Vale dos Sonhos, passando pelo Jardim Guanabara.Além disso, outras quatro linhas tiveram os trajetos estendidos, enquanto que a mesma quantidade estará com o itinerário reduzido.Com isso, quem antes tinha como destino Santo Antônio de Goiás ou saia da cidade da região metropolitana de Goiânia para a capital terá que passar a utilizar dois ônibus para chegar na região de Campinas ou do Centro. Anteriormente, a linha 287 saia do Terminal do Dergo, no Bairro Rodoviário, e ia até Santo Antônio. Agora a viagem será da cidade vizinha até o Terminal Hailé Pinheiro e, lá, poderá utilizar a nova linha que liga o local até o Dergo ou a linha até o Centro de Goiânia, que chega à Praça Cívica. O mesmo ocorre com relação a cidade de Nova Veneza, para quem usava a linha 050.Para se ter uma ideia, segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), a viagem da linha 050, de Nova Veneza ao Terminal do Dergo tinha um percurso de 412 km/dia e agora, com a mudança, serão percorridos 295 km/h, o que gera uma economia de tempo no trajeto, ou seja, o veículo que opera linha demorará menos tempo para retornar à cidade vizinha da capital.Em compensação, a linha 132, que percorria o trajeto do Câmpus da Universidade Federal de Goiás (UFG) até o Bairro Itanhangá, rodando uma média de 378 km/dia, passará a ter um itinerário com média de 629 km/h por ter ampliado o trajeto até o T. Hailé Pinheiro.Na inauguração do terminal, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) reforçou que o local é o último terminal do BRT sendo entregue pela atual gestão, o que já ocorreu com o Isidória, Paulo Garcia e Recanto do Bosque. “E as estações agora vão continuar com os trabalhos prestados pela empresa para que possamos entregar todo o BRT funcionando 100% até o final de 2023, que é o acordo que fizemos”, diz.Ele acrescentou que o novo terminal vai beneficiar mais de 150 mil pessoas por mês e que terá a formação completa do BRT, incluindo as linhas alimentadoras do corredor exclusivo.Sobre o acordo feito com o consórcio responsável pelas obras do BRT, anunciado nesta semana, Cruz lembrou que a construção era para ser entregue em 2020 e que a gestão trabalhou o projeto e está fazendo a parte que é entregar as obras.“As pessoas podem falar que está demorando muito. Realmente, mas era para ser entregue em 2020. Estou pegando uma obra que era para ser entregue antes da minha gestão e na minha gestão estamos trabalhando como todos podem ver, esse é o quarto terminal e o último para que os ônibus, mesmo os convencionais já comecem a usar a canaleta para ser uma movimentação um pouco mais rápida”, afirma.-Imagem (1.2709476)