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Cadela Vênus, que atuou no resgate em Brumadinho, morre após cesárea em Goiânia

Diego Wanderley/Instagram/@diego_wanderley
Vênus posa com a medalha após receber a certificação nacional de cães de busca e salvamento

A cadela Vênus, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO), que auxiliou na tragédia de Brumadinho (MG) morreu, na noite desta segunda-feira (22), após complicações no parto realizado no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Goiás (UFG). Os filhotes, duas fêmeas e um macho, estão bem e sob os cuidados de um bombeiro.

Segundo o Corpo de Bombeiros, após a cesárea e a castração, Vênus apresentou hemorragia interna. Os veterinários tentaram reverter o quadro, mas ela não resistiu. Vênus tinha 6 anos e começou a fazer buscas com apenas 11 meses. Com 1 ano, ela encontrou seu primeiro corpo, durante ocorrência, na região do bairro Santa Luzia, em Goiânia. Em seguida, encontrou outro com apenas 10 minutos de busca, no Jardim Botânico.

Vênus, de acordo com a corporação, também foi treinada e certificada nacionalmente para encontrar seres vivos. Em 2016, a cadela desvendou um assassinato, em Lagoa Santa, encontrando uma vítima enterrada em um fosso de 15 metros de profundidade.

Em fevereiro deste ano, Vênus atuou por 10 dias junto com o Cabo Veloso em Brumadinho (MG). Em 10 de abril, ela voltou à cidade mineira por mais 15 dias e atuou na fase mais técnica da tragédia, sendo um dos cães que mais se destacou no trabalho.

Filhotes

O Corpo de Bombeiros possui uma norma que trata especificamente dos animais que atuam na corporação e regulamenta o serviço de busca, resgate e salvamento com cães (BRESC). Nesta diretriz, as crias de cães são de responsabilidade da corporação.

O nascimento dos filhotes será publicado em um Boletim Geral da Corporação assim que eles completarem uma semana de vida. Em seguida, eles ficarão em observação e posteriormente serão treinados até os seis meses, quando são inspecionados por uma comissão examinadora de cães.

Os animais considerados aptos continuam os treinamentos e passam a atuar em resgates. Caso contrário, os cães podem ser doados ou ficar sob a custódia de um responsável, que neste caso pode ser o treinador.

Metais pesados

No começo deste mês, o primeiro exame realizado nos cães que atuaram em Brumadinho apontou um índice acima do padrão de metais pesado, especialmente alumínio, na corrente sanguínea. Na época, o tenente-coronel da Corporação em Goiás, Fernando Caramaschi, explicou que Bruma, Cristal, Hana, Luna, Saori e Vênus desde que voltaram da cidade mineira eram acompanhadas por uma equipe da mineradora. “Elas já foram submetidas a três exames, este é o resultado do primeiro. A expectativa é que essa alteração vá se reduzindo gradativamente”, pontou.

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