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Caso Danilo: Ajudante de pedreiro acusado de matar menino afogado em lama é absolvido

Na época, Hian Alves de Oliveir chegou a confessar o crime

Modificado em 17/09/2024, 15:58

Hian Alves de Oliveira é acusado de matar o menino Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, em Goiânia

Hian Alves de Oliveira é acusado de matar o menino Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, em Goiânia (Fábio Lima/O Popular e Reprodução/Arquivo Pessoal)

O ajudante de pedreiro Hian Alves de Oliveira, acusado de matar afogado na lama Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, foi absolvido pelo homicídio. Na época, ele chegou a confessar o crime. A conclusão do inquérito também inocentou o padrasto da criança, Reginaldo Lima Santos, da acusação de participação no crime. Portanto, quase quatro anos depois, ninguém foi condenado como autor do crime.

Pela denunciação caluniosa contra Reginaldo, Hian foi condenado há dois anos de reclusão em regime aberto. Como ele está preso desde 2020, há 3 anos, 11 meses e 24 dias, tempo superior à pena, esta foi considerada cumprida e Hian deve ser solto. A sentença foi assinada pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos, na segunda-feira (24).

"O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade, mas não a autoria do crime de homicídio atribuída ao acusado", afirma o documento.

Segundo a polícia, a investigação apontou que o jovem, na época com 18 anos, confessou ter matado o menino por ciúmes da relação de Reginaldo com a pessoa que Hian chama de pai. Este 'pai' é um líder religioso do bairro que o acolheu, e que também ajudou financeiramente a família de Reginaldo. À polícia, ele teria dito que a amizade entre o 'pai' e Reginaldo era "exacerbada".

Entre as justificativas para o crime, segundo a polícia, Hian disse que queria se vingar de Reginaldo por este estar muito próximo ao acolhedor dele. Em depoimento, Hian chegou a afirmar que praticou o crime porque sabia que o padrasto seria o primeiro a ser apontado como autor da morte.

Pela denúncia caluniosa, ele também foi condenado ao pagamento de 20 dias-multa e das custas e despesas processuais, que devem ser apuradas pela Contadoria do Fórum.

À época, o delegado titular da Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios, Rilmo Braga, disse que Hian afirmou ter planejado o crime por cinco dias e que estudou a rotina da criança. No dia do crime, chamou Danilo para buscar uma pipa que havia caído na região de mata onde foi encontrado morto seis dias após ter desaparecido.

"Inclusive esta pipa foi encontrada e periciada. Ela estava no local onde o corpo foi localizado", disse Braga.

Relembre o caso

O corpo de Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, foi encontrado no dia 27 de julho de 2020, a cerca de 100 metros da casa onde morava com a família, no Parque Santa Rita, em Goiânia.

No dia do desaparecimento, o menino avisou a mãe que iria à casa dos avós, a cerca de 50 metros da própria moradia. Esta teria sido a última vez que o garoto foi visto com vida, de acordo com a versão apresentada pela mãe dele à polícia. Danilo, entretanto, nunca chegou à casa dos avós.

O corpo do menino, que estava em estado de decomposição, foi encontrado por cães farejadores do Corpo de Bombeiros. Só no dia seguinte o corpo foi reconhecido e o Instituto Médico Legal (IML) emitiu um laudo de que o garoto havia sido morto por asfixia em lama.

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Saiba curiosidades sobre Ilze Scamparini, a dona dos telhados de Roma

Paulista de Araras e descendente de italianos, Ilze trabalha na Globo desde 1984

 Ilze Scamparini, repórter da Globo na capital italiana há mais de 25 anos

Ilze Scamparini, repórter da Globo na capital italiana há mais de 25 anos (Reprodução/TV Globo)

Desde a última segunda-feira (21), Roma vem sendo tomada por profissionais da imprensa do mundo todo em razão da morte do papa Francisco e do conclave que se segue nos próximos dias.

O telespectador brasileiro, porém, tem sua correspondente favorita: Ilze Scamparini. Repórter da Globo na capital italiana há mais de 25 anos, Ilze desperta curiosidade, recebe elogios e vira meme sempre que aparece ao vivo nos telejornais da emissora com notícias do outro continente.

Em uma publicação recente de uma página de humor no Instagram, fãs se derretem sobre uma coletânea de fotos de Ilze. "Ela é tão chique", "ela é demais" e "ela já matou três papas" são alguns dos comentários exaltando a jornalista.

Ilze também já foi comparada ao Batman e ao personagem do videogame Assassin's Creed por causa de seu cenário de tirar o fôlego. A vista é do terraço do apartamento da jornalista, na Piazza Navona. É lá que ela vive com o marido, o escritor e roteirista italiano Domenico Saverni, com quem é casada há mais de 20 anos.

Funeral do papa Francisco será no sábado, e Vaticano divulga primeiras imagens do pontífice no caixão Papa Francisco morreu devido a AVC e insuficiência cardíaca, confirma Vaticano

Paulista de Araras e descendente de italianos, Ilze trabalha na Globo desde 1984. Em 1997, se tornou correspondente em Los Angeles, onde ficou por dois anos. Em 1999 foi transferida para a Itália e lá ficou. Cobriu os papados de João Paulo 2º, Bento 16 e Francisco, além de guerras, encontros de chefes de estado e o estouro da pandemia de covid-19 na Europa.

Atualmente, Ilze é uma vaticanista, título dado aos profissionais da imprensa oficialmente credenciados pelo Vaticano.

Quando não está trabalhando, ela gosta de receber amigos para jantares e se dedicar à literatura. Em 2021, publicou seu primeiro romance, "Atirem Direto no Meu Coração", uma ficção inspirada em uma soldada da guerra do Kosovo (1998-1999) que Ilze conheceu durante suas coberturas.

TRAJETÓRIA

Em entrevista ao Globo em 2013, ela falou sobre a importância do conclave. "O conclave é algo extraordinário não só para os católicos. O papa é também um chefe de estado. Em guerras, a diplomacia vaticana pode ter muito valor."

Na ocasião, destacou um dos momentos mais importantes de sua vida profissional: "A viagem que fiz com Chico Mendes pelo Acre a bordo de um pequeno avião para conhecer a vida dos seringueiros. Aquilo, sim, foi descobrir o mundo."

Citou ainda seu primeiro emprego, como estagiária de Henfil nos anos 1980. "Transcrevia entrevistas feitas por outras pessoas com operários do ABC paulista, que eram entregues ao Henfil", contou.

IcEconomia

Emprego

Empresas oferecem mais de 900 vagas de emprego na Grande Goiânia

Há oportunidades para costureira, vendedor externo, auxiliar de serviços gerais, motorista de carga e descarga e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar.

Pessoa preenchendo uma carteira de trabalho.

Pessoa preenchendo uma carteira de trabalho. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (23), 998 vagas de emprego em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Há oportunidades para costureira, vendedor externo, auxiliar de serviços gerais, motorista de carga e descarga e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar.

Veja as vagas disponíveis:

Goiânia

Retifica Cometa Peças e Serviços LTDA

Total de vagas oferecidas: 1 vaga

Cargo oferecido:

01 vaga para vendedor

Prazo para se inscrever: indeterminado.

Salário: a combinar.

Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp (62) 99201-7603 ou para o e-mail gestora@retificacometa.com.br

Contato: (62) 99201-7603

Infinity Consultoria

Total de vagas oferecidas: 3 vagas

Cargo oferecido:

3 vagas para vendedor

Prazo para se inscrever: até o dia 25/04/2025

Salário: R$ 1.518,00 + benefícios

Como se candidatar: enviar currículo para o WhatsApp (73) 99824-7360

Contato: (73) 99824-7360

El Shaday Portões e Eletrônicos

Total de vagas oferecidas: 40 vagas

Cargos oferecidos:

10 vagas para serralheiro (com experiência)
10 vagas para motorista de carga e descarga
10 vagas para pintor (com experiência)
10 vagas para vendedores internos e externos

Prazo para se inscrever: indeterminado

Salário: a combinar

Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp (62) 3093-7058 ou (62) 9 9180-7770

Contato: (62) 3093-7058 OU (62) 99180-7770

Aparecida de Goiânia

Sime

Vagas oferecidas: 954 vagas

Cargos oferecidos:

370 vagas para costureira em geral
203 vagas para auxiliar de logística
160 vagas para vendedor externo
70 vagas para auxiliar de armazém
57 vagas para auxiliar de produção
34 vagas para auxiliar industrial
30 vagas para auxiliar de serviços gerais
30 vagas para serviços gerais

Prazo para se inscrever: indeterminado

Salário: a combinar

Como se candidatar: unidades SAC em Aparecida de Goiânia ou unidades Vapt-Vupt

Documentos necessários: RG, CPF, carteira de trabalho, comprovante de endereço e telefone para contato.

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Prefeitura lança edital de licitação para contratar empresa para canalizar córrego

Serviço está parado há 9 anos

Modificado em 23/04/2025, 07:59

Canalização do Córrego Cascavel se arrasta há 10 anos e vários mandatos

Canalização do Córrego Cascavel se arrasta há 10 anos e vários mandatos (Diomício Gomes / O Popular)

A Prefeitura de Goiânia abriu ontem licitação para a contratação de empresa que será responsável por realizar o serviço de canalização do Córrego Cascavel no trecho de 1,2 quilômetro (km) entre as avenidas Castelo Branco e Padre Wendel, no setor Campinas. Também serão construídos dois bueiros celulares, sendo um sob a Avenida Anhanguera e o outro sob a Padre Wendel. O processo será de concorrência, sendo vencedora a empresa que ofertar o maior desconto. O preço inicial é de R$ 22,7 milhões.

Desde janeiro deste ano, por decreto do prefeito Sandro Mabel (UB), as licitações da Prefeitura que estavam abertas foram suspensas para análise dos processos e em razão da contingência financeira.

Também foi proibida a realização de novas contratações, o que adiou a finalização de obras previstas pela gestão anterior. O retorno da licitação, porém, ainda é pontual, visto que, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), "por ser uma obra custeada com recursos federais, iniciada em 2014, é imperativo sua conclusão".

A obra de canalização do Córrego Cascavel foi iniciada na gestão Paulo Garcia (PT), em 2015, com a previsão de finalização em até 18 meses. Porém, o projeto era da Avenida Castelo Branco até a Avenida Leste-Oeste, no setor Vila Santa Helena, e também constavam as pistas da Marginal Cascavel e os acessos às vias que cruzariam o trecho. Segundo a Seinfra, "o recurso contratado em 2011 era suficiente na época para a realização das obras em todo o trecho. No entanto, como o valor do repasse federal não é atualizado, foi necessária a redução da meta de forma a utilizar apenas o saldo disponível".

Paralisação

Na época, a obra lançada pelo petista tinha a previsão de gastos de R$ 40 milhões e tinha como realizadora a empresa EMSA. Porém, já no começo de 2016 os serviços foram paralisados com menos de 10% da execução do projeto, e houve uma disputa judicial entre as partes em razão do distrato contratual.

As gestões posteriores, tanto de Iris Rezende (2017 a 2020) e Rogério Cruz (2021 a 2024) mantiveram a obra na lista de realizações a serem feitas, mas não ocorreu a retomada até então. O processo atual, porém, é decorrente de ações realizadas ainda em 2023, com o início da nova gestão federal. O Ministério das Cidades passou a rever todos as obras com recursos da União que tinham sido iniciadas para que fossem finalizadas ou os recursos devolvidos.

Na justificativa da licitação, o Paço disserta que "a obra no atual estado que se encontra, não atende às funções para as quais foi projetada". Sendo assim, a licitação "se faz necessária".

Projeto tem licença ambiental renovada

A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) informou que "o contrato de repasse prevê que, em caso de encerramento do contrato sem a obtenção da funcionalidade da obra, os recursos aplicados devem ser devolvidos à União" e explica que o processo licitatório foi iniciado internamente "em setembro de 2023 e está sendo publicada agora em função da renovação da licença ambiental, emitida em dezembro de 2024".

A licença emitida pelo órgão ambiental municipal que consta nos anexos do processo licitatório permite a construção da canalização e dos bueiros presente no edital, mas também das pistas e acessos da continuidade da Marginal Cascavel, até a Avenida Leste-Oeste. "Todas as demais licitações estão em análise e serão liberadas após aprovação orçamentária e financeira", informa a secretaria municipal.

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Sumiço continua sem respostas após 20 anos

Murilo Soares Rodrigues desapareceu após abordagem da polícia em 2005

Modificado em 23/04/2025, 07:46

Parque Murilo Soares, no Setor Mansões Paraíso, virou refúgio para mãe

Parque Murilo Soares, no Setor Mansões Paraíso, virou refúgio para mãe ( Wildes Barbosa / O Popular)

Um dos sumiços mais emblemáticos relacionados à violência policial em Goiás completou ontem 20 anos. Em 22 de abril de 2005, Murilo Soares Rodrigues, tinha apenas 12 anos quando foi abordado, junto com um amigo, por equipes da Polícia Militar, na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia. Desde então, nunca mais se soube o paradeiro das vítimas.

Após essas duas décadas, especialistas entrevistados pelo jornal apontam que a logística da atuação das forças de segurança mudou, dando prioridade para mortes decorrentes de intervenção policial em detrimento de desaparecimentos.

Em 2011, o Jornal O Popular denunciou -- na série de reportagens 'Os Desaparecidos da Democracia - Onde eles estão?' - o sumiço de 23 pessoas após abordagens rotineiras da Polícia Militar. Nos meses seguintes, e o número saltou para 36. Em 2013, alcançou 40 casos. No final de 2014, o desaparecimento forçado de 36 pessoas em Goiás entre os anos de 2000 e 2011 foi alvo de audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos, nos Estados Unidos.

Com o passar dos anos, notícias sobre desaparecimentos do tipo ficaram cada vez mais espaçadas em Goiás. Membro do Fórum Brasileiro Segurança Pública (FBSP), Bartira Miranda lembra que que a criação da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, instituída pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, também contribuiu para a investigação de desaparecimentos. "Depois dela (lei), a polícia tem que investigar", pondera.

O coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Criminalidade e Violência (Necrivi), Dijaci David de Oliveira, aponta que fazer um corpo desaparecer não é simples. "Para que sumir com o corpo? Dá trabalho e gera provas. Cria um outro 'problema'. Aquela pessoa não deixa de existir", diz. Ao invés disso, David aponta para mortes decorrentes de intervenções policiais.

Discurso

Dijaci também aponta para um enfraquecimento da defesa dos direitos humanos nos últimos 10 anos, o que torna as mortes decorrentes de intervenção policial mais palatáveis para parte da população. "Era necessário criar a cultura do medo. Se fortaleceu o discurso de que bandido bom é bandido morto", diz.

Quando comparados os anos de 2013 e 2023, as vítimas de homicídios dolosos caíram 2,5 mil para 1 mil. Em contrapartida, o número de mortes decorrentes de intervenção policial em Goiás saltou de 79 para 517, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O advogado popular membro da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap), Diego Mendes explica que essas mortes causadas por intervenções policiais se justificam por se tratarem de supostos ataques à polícia. "Ganham legitimidade social e 'lavam' a imagem da corporação", esclarece Mendes, que também é pesquisador do Necrivi.

'Eu queria poder enterrar meu filho'

Mãe de Murilo Soares, Maria das Graças Soares, de 55, nunca mais foi a mesma desde que o filho caçula desapareceu. De uma mulher ativa, hoje ela passa os dias dentro de casa e depende de auxílio psicológico e medicamentoso para enfrentar o cotidiano.

São 20 anos sem o Murilo. Ele não desapareceu. Tiraram ele de mim com 12 anos. Uma criança. Vinte anos de luta e sofrimento. Sem respostas. Minha vida continua toda bagunçada. Eu queria que pelo menos algum desses envolvidos me informasse onde está o corpo do meu filho para eu poder enterrar", pede em meio às lágrimas.

Questionada sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o Governo "tem sido referência nacional em políticas de segurança pública, com ações estratégicas que priorizam a proteção da vida, a transparência e o aprimoramento contínuo do trabalho policial".

Sobre as ocorrências envolvendo confrontos, a pasta comunicou que "todas as ações policiais são pautadas pela legalidade, em conformidade com os princípios constitucionais". O caso do desaparecimento de Murilo Soares foi arquivado pela Justiça goiana.