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Caso Danilo: Ajudante de pedreiro acusado de matar menino afogado em lama é absolvido

Fábio Lima/O Popular e Reprodução/Arquivo Pessoal
Hian Alves de Oliveira é acusado de matar o menino Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, em Goiânia

O ajudante de pedreiro Hian Alves de Oliveira, acusado de matar afogado na lama Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, foi absolvido pelo homicídio. Na época, ele chegou a confessar o crime. A conclusão do inquérito também inocentou o padrasto da criança, Reginaldo Lima Santos, da acusação de participação no crime. Portanto, quase quatro anos depois, ninguém foi condenado como autor do crime.

Pela denunciação caluniosa contra Reginaldo, Hian foi condenado há dois anos de reclusão em regime aberto. Como ele está preso desde 2020, há 3 anos, 11 meses e 24 dias, tempo superior à pena, esta foi considerada cumprida e Hian deve ser solto. A sentença foi assinada pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos, na segunda-feira (24).

"O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade, mas não a autoria do crime de homicídio atribuída ao acusado”, afirma o documento.

Segundo a polícia, a investigação apontou que o jovem, na época com 18 anos, confessou ter matado o menino por ciúmes da relação de Reginaldo com a pessoa que Hian chama de pai. Este ‘pai’ é um líder religioso do bairro que o acolheu, e que também ajudou financeiramente a família de Reginaldo. À polícia, ele teria dito que a amizade entre o ‘pai’ e Reginaldo era "exacerbada".

Entre as justificativas para o crime, segundo a polícia, Hian disse que queria se vingar de Reginaldo por este estar muito próximo ao acolhedor dele. Em depoimento, Hian chegou a afirmar que praticou o crime porque sabia que o padrasto seria o primeiro a ser apontado como autor da morte.

Pela denúncia caluniosa, ele também foi condenado ao pagamento de 20 dias-multa e das custas e despesas processuais, que devem ser apuradas pela Contadoria do Fórum.

À época, o delegado titular da Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios, Rilmo Braga, disse  que Hian afirmou ter planejado o crime por cinco dias e que estudou a rotina da criança. No dia do crime, chamou Danilo para buscar uma pipa que havia caído na região de mata onde foi encontrado morto seis dias após ter desaparecido. 

"Inclusive esta pipa foi encontrada e periciada. Ela estava no local onde o corpo foi localizado", disse Braga.

Relembre o caso

O corpo de Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, foi encontrado no dia 27 de julho de 2020, a cerca de 100 metros da casa onde morava com a família, no Parque Santa Rita, em Goiânia.

No dia do desaparecimento, o menino avisou a mãe que iria à casa dos avós, a cerca de 50 metros da própria moradia. Esta teria sido a última vez que o garoto foi visto com vida, de acordo com a versão apresentada pela mãe dele à polícia. Danilo, entretanto, nunca chegou à casa dos avós.

O corpo do menino, que estava em estado de decomposição, foi encontrado por cães farejadores do Corpo de Bombeiros. Só no dia seguinte o corpo foi reconhecido e o Instituto Médico Legal (IML) emitiu um laudo de que o garoto havia sido morto por asfixia em lama.

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