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Cenário é de otimismo para o Natal em Goiânia

Douglas Schinatto/O Popular
Tradicional túnel de luzes de Natal na Praça Tamandaré

As famílias goianienses conseguiram reduzir seu nível de endividamento e estão mais dispostas a consumir nos próximos meses. Isso tem deixado os empresários do comércio mais otimistas e dispostos a investir em estoques e contratar mais temporários para as vendas deste fim de ano. É o que mostram três pesquisas da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgadas ontem: Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), todas referentes ao mês de setembro.

O porcentual de famílias endividadas caiu de 63,9% em setembro de 2020 para 53,9% no mês passado. Entre estes endividados, 16,3% admitiram que têm contas em atraso, ou seja, estão inadimplentes, um porcentual que era de 25,9% no mesmo período de 2020. Com isso, o índice de confiança dos empresários do comércio subiu de 91,2 para 120 pontos. Logo, a expectativa é de que a contratação de funcionários para o fim de ano seja a maior em sete anos, com a abertura de 3500 vagas de trabalho, o maior número dos últimos sete anos e próximo do resultado de 2013.

Para o especialista em investimentos e consultor de assuntos financeiros da Fecomércio Goiás, Bruno Ribeiro, os números indicam uma retomada da economia, com a evolução da vacinação, a retomada das atividades econômicas e um aumento gradativo do emprego. “As pessoas voltando a trabalhar conseguem pagar mais suas dívidas e querem voltar a comprar, num círculo virtuoso”, destaca. Segundo ele, tudo isso deixa os empresários mais confiantes para investir: 74% revelaram a intenção de contratar funcionários, principalmente dos segmentos de vestuário e calçados.

Bruno Ribeiro lembra que o índice de endividados em Goiânia está bem abaixo da média nacional, de cerca de 74%. De acordo com ele, esta maior capacidade de endividamento do goianiense pode levar Goiânia a ser destaque nacional na contratação de temporários, segundo a CNC. “Há um combustível ideal para a retomada da economia. O crescimento do PIB goiano já se mostrou superior ao de grandes centros do País”, ressalta. O consultor da Fecomércio explica que a força do agronegócio também contribui para movimentar o comércio nos municípios do interior do Estado.

 

Condição de pagar

Um dos resultados mais importantes da pesquisa de endividamento do consumidor foi a redução de 14,8% para 5,4% do porcentual de consumidores endividados que admitiram não ter condições de pagar suas dívidas. “Ficando mais em casa, sem viajar ou consumir serviços de entretenimento, por exemplo, as pessoas economizaram mais para pagar suas dívidas”, acredita Bruno.

Mas ele alerta que também existem fatores econômicos que estão mais fora de controle hoje e podem interferir na expectativa de bom desempenho das vendas, como o dólar alto, a inflação acima da meta, elevação do IOF e o aumento dos juros. “Um exemplo é que as famílias tendem a comprar menos no crédito quando os juros estão mais altos”, destaca.

Para o presidente do Sindilojas-Goiás, Eduardo Gomes, os resultados das pesquisas são animadores. Ele lembra que já existe uma recuperação das vendas, que tiveram resultados positivos nos últimos quatro meses. “Com mais pessoas em condições de quitar suas dívidas, a tendência é de que este crescimento continue”, prevê. Por isso, Eduardo acredita que o comércio local terá o melhor Dia da Criança dos últimos cinco anos, com previsão de R$ 7,4 bilhões em vendas em todo País, segundo a CNC. “Com a vacinação e a retomada das atividades econômicas, a Black Friday, um braço do Natal, quando muita gente antecipa a compra de presentes, e o próprio Natal também terão bons resultados. Teremos um ano de recuperação”, diz.

A gerente administrativa e financeira da CDL Goiânia, Hélia Gonçalves, confirma que houve um aumento da confiança do empresário lojista desde o mês de junho e que também existe uma expectativa de bom desempenho das vendas na Black Friday e para o Natal. Segundo ela, a queda do endividamento faz o consumidor recuperar seu poder de compra. “Com o avanço da vacinação e a reabertura de todas as lojas físicas, já estamos com números bem semelhantes aos do período pré pandemia. Com a maior confiança, a contratação de temporários deve ser mais robusta”, afirma.

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