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Cientistas decodificam carta de 300 anos escrita por freira ‘possuída’

Uma misteriosa carta escrita há mais de 300 anos por uma freira siciliana que afirmou ter sido possuída por Satanás finalmente foi decifrada. Os cientistas usaram um decodificador da deep web para ler a carta. As informações são do site Live Science.

A mensagem - de fato diabólica - descreve Deus, Jesus e o Espírito Santo como "pesos mortos", disseram os pesquisadores. A carta foi escrita pela irmã Maria Crocifissa della Concezione, uma freira de 31 anos que viveu no convento de Palma di Montechiaro, na Sicília, Itália.

Em 11 de agosto de 1676, a irmã foi encontrada no chão de sua cela, com o rosto coberto de tinta, segurando uma carta escrita em uma mistura incompreensível de símbolos e letras, de acordo com registros históricos. Irmã Maria, aparentemente, disse que a carta foi escrita pelo demônio na tentativa de fazer com que ela se afastasse de Deus e fosse para o mal.

A mensagem desafiou durante séculos todos aqueles que fizeram tentativas de entender o seu significado. Agora, cientistas do Museu de Ciência de Ludum, na Sicília, usaram um software de decodificação para resolver o mistério. Eles também analisaram os registros históricos da freira e sua vida, para aprender mais sobre a mulher.

"Ao trabalhar na decodificação histórica, você não pode ignorar o perfil psicológico do escritor. Precisamos saber o máximo possível sobre esta freira", disse a diretora de Ludum, Daniele Abate, à Live Science.

Irmã Maria, nascida Isabella Tomasi, entrou no convento beneditino quando tinha apenas 15 anos. A suspeita dos cientistas era de que a freira poderia ter criado a carta a partir de letras e palavras de alfabetos da antiguidade, como o arábico, rúnico e grego.

A carta, além de chamar a Santíssima Trindade de "pesos mortos", continua dizendo que "Deus pensa que pode libertar mortais... O sistema não funciona para ninguém... Talvez agora, Styx é certo." Na mitologia grega e romana, Styx é o rio que separa o mundo inferior do mundo dos vivos.

Para a igreja daquela época, a carta foi considerada o resultado da luta da freira contra "inúmeros espíritos malignos". Já os pesquisadores acreditam que a irmã sofreu de esquizofrenia ou transtorno bipolar. "A imagem do diabo está frequentemente presente nestes distúrbios. Aprendemos com registros históricos que todas as noites ela gritava e lutava contra o diabo", completou Abate.

Veja a carta:

Reprodução/Daniele Abate
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