Comerciantes da região comercial da Rua 44, no Setor Central de Goiânia, estão se sentindo mais seguros em relação a furtos e roubos nas proximidades. Para aqueles ouvidos pela reportagem, maior policiamento nas ruas e menor fluxo de clientes levaram a uma queda nos crimes em comparação com os anos anteriores. Com mais movimento diante festas de fim de ano e maior risco, a recomendação dos órgãos de segurança pública para lojistas e clientes é ficar atento com os pertences próprios e mercadorias.Comandante do policiamento da Região da 44, o tenente da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) Kleber Martins aponta que o principal alvo de furtos são os lojistas. Roubos, por outro lado, são raros. Conforme ele, três medidas auxiliaram na redução, desde o ano passado, do índice de crimes contra o patrimônio público. “Aumento do policiamento, tecnologia por meio de monitoramento por câmeras de segurança, associado aos grupos de WhatsApp com comerciantes”, comenta.Os grupos são utilizados para divulgar imagens de suspeitos para que os lojistas possam acionar policiais quando os virem. “Antes cometiam crimes e iam embora. Hoje, com o sistema, pode até ser que vão embora, mas quando voltam todo mundo já sabe quem é”, aponta. Nesta sexta-feira (22), militares prenderam um homem de 35 anos suspeito de praticar furtos a comércios na região.Pelo aplicativo de mensagens, foi informado à corporação de que o suspeito, que teria efetuado furtos há três dias, estava em um shopping do local. A PM-GO aponta que, durante a abordagem, foram encontradas peças de roupas furtadas. A corporação destaca ainda que, também nesta sexta, reforçou o policiamento na região da 44 por conta do aumento do fluxo de pessoas para as compras do fim de ano.A expectativa é que aproximadamente 500 mil pessoas passem pelo local nesta semana, até a véspera de Natal, no domingo (24). A estimativa é da Associação dos Lojistas da 44 (Aer44), que engloba 15 mil pontos de venda na região. Em todo o mês de dezembro, devem circular cerca de 2 milhões de pessoas. A movimentação financeira estimada, apenas nos pontos da Aer44, é de R$ 2,5 bilhões só no último mês de 2023.Conforme a delegada Mila Vilella, titular do 2º Distrito Policial (DP) de Goiânia, que engloba parte da região comercial, a maior circulação de pessoas influenciou no aumento de crimes nas últimas semanas. “Nos últimos 15 dias aumentou um pouco, mas eu imaginava até mais ocorrências. Não foi tão grande (o aumento) porque o policiamento ostensivo está forte, então está fazendo reduzir. Teve um leve acréscimo em relação a novembro.” Ela acrescenta que muitos dos furtos são contra lojistas, mas transeuntes também são visados.Para 15 comerciantes da região ouvidos pela reportagem na tarde desta sexta-feira (22), a segurança para lojistas e clientes está maior neste ano em comparação com os anos anteriores. De acordo com o tenente Kleber, são 26 policiais em ronda a pé e sete viaturas em vigilância no local, durante as 24 horas do dia.Para o vendedor ambulante Breno Oliveira, de 33 anos, que atua há 11 na região, este é o “melhor ano” em relação a furtos e roubos, mas ainda há vários casos de clientes que, ao chegar na banca, percebem que foram furtados. “Antigamente tinha muito mais. Agora o policiamento melhorou, a segurança aumentou. Antes tinha até medo de pegar o celular aqui”, opina. Para o feirante Elmiton Correia, de 45 anos, o fluxo menor de pessoas contribuiu para a redução. “Furto e roubo é oportunidade”, pontua.A vendedora ambulante Maria Célia Gomes, de 49 anos, brinca: “As vendas e os ladrões estão devagar”. Para ela, o pouco movimento, maior policiamento nas ruas, e os transeuntes e lojistas estarem mais atentos contribuiu para a melhora na percepção da criminalidade local. “Antigamente era um tumulto aqui. Agora, três dias para o Natal, e está vazio”, pondera.Medidas de segurançaMesmo com uma percepção de maior segurança na região, a PM-GO orienta aos clientes e aos comerciantes algumas medidas de segurança. “Evitar carregar mais de uma bolsa, e ter ela sempre ao alcance. Nunca colocar nas costas ou debaixo do braço, com facilidade para abrir por trás. E qualquer ação suspeita se dirigir a um comerciante, pois eles ajudam a pessoa a chegar na polícia”, comenta o tenente Kleber.Para os vendedores, as recomendações são “não deixar mercadoria com facilidade de acesso e suspeitar de grupos de mulheres”, que ficaram conhecidos como “turma da lazinha” por fazer furtos organizados. “Outra dica recente é o fardo (de roupas). Evitar deixar o nome do cliente exposto. Tivemos relatos de pessoas que chegavam se passando por cliente, viam o nome, e depois chegava um motoboy falando que a pessoa pediu a mercadoria”, acrescenta o comandante.