A empresária Mariana Perdomo, proprietária da doceria goiana Perdomo Doces, comentou durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (21) sobre o caso que teve o nome do estabelecimento envolvido. Ela não descarta a possibilidade de ingressar na esfera judicial por conta dos boatos e desinformações veiculadas na internet relacionando a empresa ao falecimento de Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, de 86. A Polícia Civil (PC-GO) isentou a confeitaria de qualquer culpa no caso.“A gente vai ter cautela em todos os passos, mas é claro que se a gente não começa a tomar alguns passos, não surte efeito. A gente vai fazer isso com muita calma, não vai ser na raiva, não vai ser na vingança, mas vai ser sim no título de ‘eu preciso que você aprenda’. Porque o meu emocional eu vou recuperar, mas será que a outra pessoa que você fizer isso vai recuperar o emocional dela? Vai recuperar a empresa dela? Vai ter o apoio que eu tive? A gente não sabe”, ponderou Mariana.O advogado Otávio Forte, do departamento jurídico da empresa, apontou que a possibilidade de ingressar com ação judicial vai ser avaliada a partir de agora, após a divulgação de que a confeitaria não tem nenhuma relação com as mortes. “Vamos analisar juridicamente se houve excesso, por quem houve, dentro dos termos jurídicos, de quem não quis ouvir a empresa. Análise muito criteriosa e com muita calma, sem vingança, uma análise estritamente jurídica”, pontua.Ele aponta ainda para que haja o direito de defesa. “É injusto com qualquer pessoa, hoje foi com a Mariana, mas já tivemos vários casos no nosso país e até internacionalmente, de a pessoa ser condenada em segundos sem que ela tenha possibilidade de pelo menos se manifestar. É preciso cautela e que todo mundo se conscientize. Desde o começo sabíamos que não era algo que saiu da empresa. A empresa cumpre regras sérias e controladas de produção”, destaca.Durante a entrevista, Mariana explicou que tomou conhecimento ainda na noite do domingo (17) sobre o fato de que duas pessoas haviam sido internadas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após terem ingerido doce do local. Nas redes sociais, a filha de Leonardo, a médica Maria Paula Alves publicou que conversou diretamente com ela logo após o ocorrido.Ao receber a notícia, a empresária conta que solicitou, no mesmo momento, que fossem retiradas de circulação as mercadorias do mesmo lote de doces que foram consumidos pelas vítimas. Na segunda-feira (18), os produtos foram recolhidos. Ela relata ainda que solicitou à Vigilância Sanitária para que inspecionasse os locais de produção. “O primeiro passo foi ligar para a vigilância, a iniciativa de procurar foi nossa. A gente ligou pra todos os contatos que tínhamos pedindo a fiscalização”, explica.Mariana destaca ainda que, após a veiculação de informações falsas, o movimento na segunda-feira foi bem abaixo do habitual. Ela conta que houve prejuízo financeiro para e empresa e “emocional” para todos os profissionais envolvidos com a Perdomo Doces. “(As lojas) ficaram completamente vazias. Equipe completamente abalada, porque todo mundo sabe que precisa sustentar a família. São 200 colaboradores diretos, fora a quantidade de pessoas indiretas que dependem do nosso trabalho”, comenta.A empresária evitou falar em valores, mas aponta que “foi extremamente alto”, especialmente durante a época de Natal. “Um ou dois dias que a gente perde no Natal é extremamente grande. É quando a gente levanta caixa para sustentar meses que não são tão bons. Então acredito que o impacto financeiro foi muito grande”, conta, ao acrescentar que, apenas de embalagens personalizadas para o Natal, foram investidos R$ 300 mil.“E se não vender faz o quê? Joga no lixo? Ano que vem as pessoas querem embalagem novas, as matérias primas perdem. E muitos produtos perderam, pois tinham validade rápida. A gente descartou todos os lotes de produtos de lá (local onde houve a compra). Tinha um estoque alto, porque a gente estava subindo o estoque para esta semana, que é a melhor do ano.”